Tamanho do pulso pode detectar jovens com risco de doença cardiovascular

Por , em 13.04.2011

Segundo um novo estudo, a medição do osso do pulso pode ser uma nova forma de identificar quais crianças e adolescentes com sobrepeso têm mais chances de desenvolver doença cardiovascular.

477 crianças e adolescentes (idade média de 10 anos) com sobrepeso e obesas participaram do estudo. Os pesquisadores descobriram que a circunferência do pulso representa 12 a 17% da variação total da resistência à insulina nas crianças. A resistência à insulina é explicada apenas pelo tamanho do tecido ósseo no pulso, e não pelo tecido adiposo.

Muitos estudos mostram que a doença cardiovascular aterosclerótica, causada pelo estreitamento das artérias, começa a se desenvolver na infância. A resistência à insulina, uma condição na qual o organismo produz insulina, mas não pode usá-la de forma eficiente para quebrar o açúcar no sangue, é um fator de risco para o desenvolvimento de doença cardiovascular.

Níveis altos de insulina aumentam o risco de desenvolver resistência à insulina, o que aumenta o risco de desenvolver doença cardiovascular. Embora o excesso de gordura corporal esteja ligado a vários fatores de risco para doença cardíaca, incluindo a resistência à insulina, a medição da gordura corporal em crianças é problemática, em parte por causa da rapidez com que seus corpos mudam durante a puberdade.

Essa é a primeira evidência de que a circunferência do pulso é altamente correlacionada com resistência à insulina. Como a circunferência do pulso é facilmente medida, se o trabalho for confirmado por estudos futuros, o perímetro do punho pode ser usado para prever a resistência à insulina, e consequentemente o risco de doença cardiovascular.

Os pesquisadores mediram a circunferência do pulso das crianças manualmente, com uma fita métrica (de pano). Um subgrupo de 51 crianças também foi submetido a uma técnica de imagem chamada de ressonância nuclear magnética, para medir precisamente suas áreas ósseas versus áreas de gordura dos pulsos. Todas as crianças foram submetidas a exames de sangue para medir seus níveis de insulina e quantificar sua resistência à insulina.

A análise do grupo inteiro indicou que o perímetro do punho representa 12% da variação na resistência à insulina e nos níveis de insulina. A análise de imagens indicou que o tamanho do osso do pulso é responsável por 17% da variação de resistência à insulina.

Os pesquisadores descobriram que a correlação entre a secção transversal dos ossos do punho e a resistência à insulina é muito mais forte do que a correlação entre o índice de massa corporal (IMC) e os níveis de insulina ou resistência à insulina (o IMC é um valor numérico de peso e altura usado clinicamente para avaliar o peso de uma pessoa).

Vários estudos recentes afirmam que altos níveis de insulina no sangue estão associados com aumento da massa óssea. A maneira com que a insulina pode agir como um fator de crescimento tornou-se mais clara com a descoberta do fator 1 de crescimento símile a insulina, um hormônio com estrutura química similar à insulina que regula a produção de células ósseas.

A circunferência do pulso pode ser um marcador para metabolismo ósseo aumentado na presença de altos níveis de insulina. Se assim for, a circunferência do punho pode ser uma ferramenta segura para averiguar o risco das crianças e adolescentes.

Segundo os cientistas, uma das grandes prioridades da prática clínica atual é a identificação de jovens em risco aumentado de resistência à insulina, por isso a nova descoberta pode ser muito útil. [ScienceDaily]

5 comentários

  • Rotten:

    Os redatores foram muito repetitivos em algumas partes, porém o texto é um tanto informativo. A Medicina tem muito a seguir.
    Apesar de não falar no texto, provavelmente quanto maior o perímetro do pulso maiores as chances.

  • Adaildes/ Bahia:

    Essas reportagem falam, falam …. e acabam informando pouco.
    Como medir o pulso para saber ?

  • luciana:

    Guizão
    Tá doendo à toa, conforme o Priberam,
    pulso comporta algumas definições, entre elas:
    (latim pulsus, -us, impulso, movimento, abalo, choque)

    s. m.1. Extremidade inferior do antebraço, em que este se articula com a mão.
    2. Pulsação arterial do pulso.

  • Guizão:

    Gosto muito do site. Mas “dói” ler pulso quando o certo é PUNHO!

  • yagor ribeiro:

    É fato que nossa Morfologia é influenciada totalmente por nossos genes e que há uma simetria de proporçoes em nosso corpo influenciadas por processos fisiologicos. Acredito que nosso corpo ainda pode nos “mostrar” muitas coisas “ocultas” em nosso interior e que em alguns anos, observando apenas os aspectos exteriores a ciencia poderá nos dizer s e há “algo errado” conosco em nosso interior.

    Não, naõ estou dizendo que os aparelhos e maquinários médicos serão substituídos – alguns poderáo ate ser aposentados – mas o que quero dizer é que o tão famoso OLHO CLINICO do Doutor será muito mais bem “treinado e preparado” para evitar exames invasivos (tomara que achem algo relacionado à PROSTATA!).

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