10 artistas famosos com histórias bizarras, perigosas e violentas

Por , em 11.11.2015

Em comparação com profissões mais obviamente perigosas, artistas famosos não são exatamente conhecidos por serem malucos ou violentos. Mas esse não foi sempre o caso. Houve momentos muito bizarros na história da arte que terminaram em brigas, assassinatos e pornografia. Como:

Artistas famosos com histórias bizarras

10. A gangue de Caravaggio

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Michelangelo Merisi da Caravaggio foi o original “bad boy” da arte. Para quem não sabe, ele viveu uma vida frenética e curta na qual dormiu com inúmeros homens e mulheres, participou de duelos aleatórios, atacou uma prostituta e matou um cara esfaqueando-o na virilha.

Os registros não são definitivos, mas ele também pode ter agido como cafetão e agredido um dos seus rivais artísticos com uma espada. No entanto, nada se pode comparar com sua “gangue”.

O grupo de pintores e arquitetos romanos, liderado por Onorio Longhi, acreditava no lema “spe nec, nec metu” (“sem esperança, sem medo”). À noite, eles se vestiam como antiquados cavaleiros e andavam pelas ruas de Roma a cavalo pegando prostitutas, entrando em brigas e tentando assassinar seus rivais. Em 1606, o grupo entrou em uma confusão que acabou com um homem morto e vários outros gravemente feridos.

Toda essa violência não livrou Caravaggio das consequências. Um dia, ele estava em uma taverna napolitana decadente quando foi atacado por um homem com quem já havia lutado anteriormente. O pintor saiu da briga com ferimentos grotescos dos quais nunca se recuperou. Ele morreu em circunstâncias desconhecidas, aos 38 anos.

9. Fra Filippo Lippi e sua luxúria

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Um pintor florentino do Renascimento, Fra Filippo Lippi foi um artista extraordinariamente talentoso que competiu com alguns dos maiores nomes da história da arte. Como resultado, ele é menos famoso hoje do que deveria ser. Acima, seu afresco “A Virgem e Menino com História da Vida de Sant’Ana”.

Em uma área é bem conhecido, no entanto: na amorosa. Ao longo de sua vida, Lippi criou diversas polêmicas por conta de seus flertes com mulheres. Apesar desta reputação, ele foi contratado em 1456 para fazer uma pintura no convento de freiras de Santa Margarida em Prato. Não muito tempo depois de chegar, Lippi conseguiu seduzir e dormir com uma freira chamada Lucrezia Buti.

Diz a lenda que ele pediu a Madre Superiora para fornecer-lhe uma freira para posar para sua pintura e, em seguida, se aproveitou da jovem que foi enviada. Há duas histórias diferentes que afirmam o que ocorreu em seguida: ou Lippi fugiu com Lucrezia, ou a sequestrou no meio de uma procissão, levando-a para viver com ele em pecado.

Apesar de toda a Itália se indignar com o escândalo, não havia nada que pudessem fazer. Lippi era protegido da família Medici, que convenceu o Papa a perdoá-lo depois de “apenas” um pouco de tortura. Lippi e Lucrezia passaram o resto de suas vidas como amantes.

8. A briga futurista

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O movimento italiano do futurismo foi um movimento artístico que abraçou a destruição do velho para abrir caminho para o novo. Admirava a velocidade, a mudança, a máquina e, mais tarde, o fascismo. E acima de tudo, admirava a violência. Guerra era vista como uma força positiva para a mudança, com a brutalidade sendo um nobre esforço.

Assim, quando os futuristas de Milão se desentenderam com os seus homólogos de Florença, apenas uma coisa foi possível: pancadaria. Quando Ardengo Soffici escreveu um artigo em 1910 menosprezando a Exposição Futurista de Milão, os membros da escola milanesa pegaram o trem até Florença, foram ao Cafe Guibbe Rosse, encontraram Soffici e desceram a porrada nele.

Claro que Soffici não estava sozinho. Logo, essa foi uma das mais épicas brigas na história da arte. Durou várias horas e só terminou quando todos os envolvidos foram arrastados até a delegacia. O café foi totalmente destruído, e muitas pessoas ficaram feridas. Estranhamente, isso não marcou o início de uma longa rivalidade. Os grupos de Florença e Milão na verdade se tornaram amigos.

7. O desbravador Thomas Moran

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Os EUA eram um lugar ainda pouco dominado em 1871. Regiões inteiras eram completamente desconhecidas, de forma que Washington enviou equipes de homens para explorar territórios estranhos. Entre eles, estava o pintor Thomas Moran.

Artistas famosos não parecem o tipo de gente que vai dar uma de conquistador e sobrevivente em ambientes inóspitos, mas foi isso que Moran fez. Originalmente da Inglaterra, o pintor foi ao Parque Nacional de Yellowstone (então uma terra de mistérios cheia de crateras estranhas e jatos de vapor) levando apenas alguns suprimentos com ele.

Moran passou 40 dias neste vasto deserto, pintando tudo que via. Mesmo hoje, acampar em Yellowstone por 40 dias seria um feito muito significativo, em um mundo no qual armas poderiam facilmente afugentar um urso pardo e muitas outras tecnologias poderiam garantir comunicação e segurança. Moran não tinha nada disso. Suas pinturas se tornaram um ícone, a tal ponto em que ele passou a ser chamado de Thomas “Yellowstone” Moran.

6. Michelangelo, excrementos e pornografia

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Possivelmente o maior artista que já viveu, Michelangelo foi um escultor tão impressionante que até mesmo seus bonecos de neve eram considerados obras-primas. Mas havia um outro lado desse mestre da Renascença: em seu tempo de inatividade, Michelangelo gostava de pornografia.

Michelangelo é conhecido por ter feito um dos desenhos mais bizarros da história da arte, apresentando um homem curvado exibindo seu ânus para o mundo. Ele também escreveu várias poesias sobre excrementos (urina e fezes), com frases brutas e retratos obscenos.

Vai entender!

5. O motim violento do balé

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Não é sempre que as palavras “balé” e “motim” aparecem em uma única frase. Mas o público do início do século 20 era muito diferente das multidões que apareciam a dança hoje.

Quando o compositor Igor Stravinsky estreou A Sagração da Primavera em 29 de maio de 1913, o público estava tão chateado que literalmente começou uma briga. Embora hoje seja considerado um clássico, A Sagração da Primavera foi ousadamente experimental para a época. Antes mesmo da cortina subir, metade da plateia já vaiava só a música orquestral.

Quando a dança começou, as multidões francesas rapidamente iniciaram o motim. De acordo com presentes, incluindo Pablo Picasso e Marcel Proust, membros da audiência irritados atiraram legumes no palco e tentaram parar a apresentação. Duas facções rivais na plateia atacaram uma a outra, reduzindo a noite de abertura a uma pancadaria apocalíptica. Até o final da briga, 40 pessoas haviam sido violentamente expulsas do local.

4. Rimbaud, traficante de armas e escravos

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Arthur Rimbaud foi para a poesia o que Caravaggio foi à pintura. Aos 17 anos, se tornou um sem-teto nas ruas de Paris até iniciar um tórrido caso de amor homossexual com o poeta eminente Paul Verlaine. Rimbaud encheu-o de drogas, roubou-o e usou seus trabalhos impressos como papel higiênico.

Mais tarde, aos 25, Rimbaud dirigiu-se para a África Oriental para se tornar um oportunista traficante de armas. Em 1885, comprou vários milhares de rifles da Europa e levou-os em camelos através da Etiópia para vendê-los no que era então a Abissínia. A viagem levou cerca de quatro meses e envolveu um trekking através de uma paisagem lunar de vulcões e sol escaldante.

Rimbaud nunca escreveu mais uma palavra sequer de poesia. Em vez disso, permaneceu na África, trabalhando primeiro como um mercenário e mais tarde como um comerciante de escravos.

3. Maxwell Bodenheim e um novo nível de boemia

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Na primeira metade do século 20, Maxwell Bodenheim era considerado um dos maiores escritores da América. O fato de que precisamos explicar quem ele é hoje já indica que seu destino não foi dos melhores.

Em seus últimos anos, o ex-grande escritor levou a boemia a um outro nível, tornando-se um bêbado sem-teto. Na década de 1940, praticamente saiu da sociedade e passou a dormir com sua esposa em bancos de parque, ficando sóbrio apenas tempo suficiente para escrever seus poemas. Ele era conhecido por aparecer em festas literárias com um saco no qual colocava qualquer coisa que não estivesse amarrada.

Bodenheim também era um idiota com as mulheres. Ele seduziu e depois largou quatro beldades famosas, fazendo com que todas tentassem o suicídio. Apesar de ser um cafajeste, o artista não pode suportar ver sua esposa o trair. Em fevereiro de 1954, ele foi morto tentando impedir um lavador louça de dormir com sua esposa. O cara sacou uma pistola para afastar o boêmio, acabando com sua vida.

2. Aristas da Primeira Guerra Mundial

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Muitos artistas do Reino Unido foram tão marcados pela Primeira Guerra Mundial que não quiseram deixar este momento passar sem registrá-lo. Vários, ao invés de visitar os locais de batalha como artistas oficiais, na verdade se alistaram para lutar, e acabaram trabalhando em algumas das piores condições imagináveis.

O pintor Eric Kennington, por exemplo, foi enviado para Laventie, na França. O primeiro inverno da guerra foi incrivelmente brutal. Em um ponto, ele passou quase quatro dias sem dormir depois de as temperaturas caírem para -20 graus Celsius e uma forte nevasca enterrar as trincheiras britânicas. Em janeiro de 1915, ele perdeu um dedo do pé devido à infecção. Dispensado do exército devido à sua condição médica, Kennington não desistiu e voltou para o front como um artista oficial da guerra.

Richard Nevinson foi outro que ofereceu-se para juntar-se à Cruz Vermelha. Lá, ele viu centenas e centenas de cadáveres mutilados e pessoas com feridas gravíssimas. Richard teve febre reumática e também acabou dispensado do exército. Como Kennington, imediatamente voltou para a guerra como artista oficial, arriscando sua vida para mostrar a carnificina na Europa sob a forma de quadros.
Em um sentido muito real, estes homens estavam preparados para morrer por sua arte.

1. Gesualdo, o sadomasoquista

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Don Carlo Gesualdo foi um alaudista e compositor do final da Renascença. Aos 20 anos, ele se casou com sua prima Maria d’Avalos, de 24 anos, que era supostamente tão sedutora que dois homens tinham morrido de felicidade ao ter relações sexuais com ela.

Não muito tempo depois da união, Gesualdo a encontrou na cama com o duque de Andria, que estava usando suas roupas. Em um ataque de raiva, matou os dois, mutilou seus corpos e possivelmente assassinou seu filho, pensando que poderia pertencer ao Duque. A história não deixa claro se esse último acontecimento é fato ou boato. O que é verdade é que, como membro da aristocracia, Gesualdo foi isento de pena dos assassinatos.

Isso não o impediu de se torturar, no entanto. Depois de ter depressão, o artista começou a manter um grupo de homens jovens em seu castelo para o propósito expresso de bater nele em orgias sadomasoquistas.

Ele também se envolveu em um julgamento de bruxaria e acabou no lado errado da Inquisição Espanhola. Gesualdo evitou a morte nessa ocasião, mas acabou derrotado por seu próprio “hobby”: foi espancado até a morte por seus homens no que foi descrito como “uma espécie de fúria masoquista”, aos 47 anos. [Listverse]

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