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10 mudanças profundas no mundo que você vai presenciar

A sociedade e a cultura podem mudar além do reconhecimento em apenas uma geração. Pessoas com condenações penais por homossexualidade estão hoje vivas para ver o casamento gay se tornar legal.

O grande físico Niels Bohr uma vez nos alertou que a previsão do futuro é complicada. De fato. Ainda assim, é inegável que o mundo vai evoluir muito nas próximas décadas, e algumas mudanças são bastante prováveis. Confira:

10. Fim do dinheiro em papel


O dinheiro tem mudado de formas desde que apareceu na sociedade, mas sua importância se desvaneceu dramaticamente desde que o computador se tornou amplamente disponível. Agora, é possível pagar contas com o celular. Dinheiro em papel parece cada vez mais arcaico e complicado. O custo de manutenção de moeda chega a representar até 1,5% do PIB de um país. A falsificação de dinheiro e os profissionais para combatê-la também custam muito aos governos. Os criminosos e sonegadores desfrutam do anonimato graças ao dinheiro em papel. Sem contar que as notas tendem a conter bactérias e espalhar doenças. Assim, haverá uma sociedade sem dinheiro em breve? Quase certamente.

A Suécia pode ser a primeira. Você não pode mais entrar em um ônibus na Suécia com dinheiro, uma resposta direta aos roubos de motoristas de ônibus. Um sindicato de bancários pede que o dinheiro desapareça para impedir os assaltos a bancos. Mas também existem possíveis desvantagens de ficar “sem dinheiro”. Há preocupações com a privacidade, já que tudo que você gasta no cartão seria rastreado. Não ver o dinheiro também pode nos fazer gastar mais. E certos tipos de emprego, como artistas de rua e prestadores de serviço que dependem de gorjetas, devem desaparecer, a não ser que comecem a aceitar Visa ou MasterCard. No entanto, os países provavelmente vão fazer logo essa troca, e você pode viver tempo suficiente para ver o seu mudar.

9. Pico da população


A população humana mundial só aumentou nos últimos 15 mil anos, e aumentou dez vezes nos últimos 300. As melhores estimativas calculam que atingimos sete bilhões de pessoas alguns anos atrás, apenas 12 anos depois de termos atingido seis bilhões. Provavelmente vai levar um pouco mais de uma década para chegarmos aos oito bilhões.

Estudos creem que a Terra atingirá um pico populacional, e em seguida declinará. Uma pesquisa de demógrafos de Viena (Áustria) sugere que há 84% de chance da população atingir esse pico antes de 2100. Cientistas da Espanha pensam que poderia ser ainda mais cedo, em 2050. Claro, há a possibilidade da população apenas continuar crescendo. Mas devemos chegar aos 10 bilhões até o final do próximo século e ver um declínio depois disso. Nesse caso, quem chegar aos 150 verá o pico populacional da Terra.

8. Idade de 150


O especialista em envelhecimento britânico Aubrey de Gray acha que a primeira pessoa a atingir 150 anos provavelmente já nasceu. Pode muito bem ser você, e, nesse caso, parabéns com antecedência. Você terá tempo de sobra para ver a humanidade estabelecer outros marcos. Pode ser que alguém corra uma maratona em menos de duas horas. Haile Gebrselassie, um dos maiores corredores de distância do mundo (e o homem que deteve o recorde mundial da maratona por muitos anos), acha que isso vai acontecer em uma geração. Outras pessoas pensam que é impossível. Também é provável que o primeiro trilionário das tecnologias venha nas próximas décadas. Supercomputadores também vão evoluir, mas não tanto quanto poderiam nos próximos anos, pelo menos não com chips de silício.

7. Fim do silício na computação


Muitos de vocês estão familiarizados com a Lei de Moore, uma observação que reflete a melhoria exponencial na computação nas últimas décadas. Originalmente, a lei observa que o número de transistores que podem caber em circuitos integrados dobra a cada dois anos. No entanto, estamos chegando no limite do que podemos fazer com a computação de silício. Enquanto o silício provavelmente continuará gerando trabalho por algum tempo, a computação em breve sofrerá uma mudança tecnológica. A gigante IBM está interessada em nanotubos de carbono como a solução, e os pesquisadores da Universidade de Stanford (EUA) já fizeram um pequeno circuito para demonstrar a tecnologia. Os nanotubos são menores, mais leves e mais rápidos do que o silício, permitindo assim que o poder da computação continue a aumentar. A computação quântica, um avanço ainda maior, está cada vez mais perto e pode definir a vanguarda da tecnologia em um futuro próximo.

6. Impressão 4D


Muitas pessoas enxergam a impressão 3D como amplamente disponível no futuro. Porém, uma tecnologia relacionada, e ainda melhor, pode fazer mais sucesso: a impressão 4D, que envolve objetos que se montam sozinhos. Nem precisamos comentar as vantagens de bens manufaturados que se fabricam sozinhos. Por um lado, isso significa que você não terá que quebrar a cabeça para montar um guarda-roupa nunca mais. Além disso, materiais que mudam sua forma ou comportamento com base em condições tais como a temperatura também poderiam melhorar a impressão 3D. Você imprime um objeto, e as partes se remodelam mais tarde para permitir uma criação mais complexa. Móveis, edifícios e veículos automontáveis seriam particularmente úteis na exploração do espaço. Engenheiros já estão trabalhando em uma nave espacial capaz de criar grandes painéis solares em órbita para gerar energia. E a impressão 4D também funciona em menor escala. Nanomateriais requerem muita energia e esforço usando métodos tradicionais. Automontagem é o caminho mais promissor para a produção em massa de nanoestruturas. Uma equipe de químicos da Universidade de Sheffield, no Reino Unido, está trabalhando em um pequeno robô que se monta dentro do corpo humano para rastrear e matar células cancerosas.

5. Substituto ao antibiótico


Fantásticos avanços da medicina estão se tornando cada vez mais necessários, já que nossos métodos atuais estão começando a falhar. Os antibióticos, que provavelmente já salvaram a sua vida ou de alguém que você conhece, não estarão aqui por muito mais tempo. As bactérias estão ficando resistentes, e precisamos de uma nova ferramenta para lutar contra elas. Uma possibilidade é combater infecções bacterianas com infecções virais. Vírus que atacam bactérias são conhecidos como bacteriófagos, e fazem com que seus hospedeiros literalmente se despedacem. Os cientistas não necessariamente precisam usar todo o vírus. Uma equipe em Israel já conseguiu isolar uma proteína a partir de um bacteriófago que poderia levar ao desenvolvimento de drogas que destroem bactérias. Outro método possível consiste em introduzir produtos químicos que ligam anticorpos pré-existentes com agentes infecciosos, auxiliando a resposta imune do corpo. Esta tecnologia está sendo liderada por Kary Mullis, um microbiologista vencedor do Prêmio Nobel. Já a DARPA, agência de defesa americana, famosa por estar na vanguarda da tecnologia militar, está colocando seu dinheiro em nanotecnologia. A agência quer criar uma nanopartícula que combata bactérias com produtos químicos que alteram genes reprogramáveis. Dessa forma, assim que elas evoluem, a tecnologia pode ser ajustada a curto prazo para contornar sua resistência. Outras equipes estão trabalhando na prevenção da infecção para reduzir a necessidade de antibióticos. Cientistas de Cingapura criaram um revestimento que atrai bactérias e as destrói. A equipe espera desenvolvê-lo em uma substância ingerível para combater doenças como pneumonia e meningite.

4. Apocalipse mamífero

Um quarto das 4.000 espécies de mamíferos do mundo estão sob ameaça de extinção nos próximos 30 anos. E não estamos falando de espécies obscuras e pouco conhecidas. Cientistas preveem que podemos viver em um mundo sem elefantes, rinocerontes e leões dentro de um quarto de século. Gorilas também estão em vias de extinção já que são caçados por sua carne, e seus habitats são destruídos por operações madeireiras e de mineração. Isso sem mencionar o tigre siberiano, ou as 51 espécies de morcegos criticamente ameaçadas de extinção. Em um par de gerações, metade dos animais nos livros de nossos filhos podem ser tão relevantes quanto o dodô. Na verdade, os cientistas sugerem que estamos vivendo atualmente um período de extinção em massa, como o que matou os dinossauros. Esta seria a sexta extinção em massa na história da Terra, em grande parte causada por nós mesmos.

3. Substituto para a gasolina

Embora pareça uma batalha para o futuro, a guerra entre os carros elétricos e os com motores de combustão interna tem uma longa história. Até 1900, os carros elétricos eram os favoritos: menos fedorentos, mais silenciosos e mais fáceis de operar do que seus primos movidos a combustíveis fósseis. A primeira morte em estrada nos EUA envolveu um veículo elétrico, e não foi até a década de 1910 que os problemas da tecnologia de bateria pavimentaram o caminho para beberrões de gasolina.

Teremos que voltar aos elétricos em breve, no entanto. Seja você crente ou não do aquecimento global antropogênico (97% dos cientistas climáticos são), ainda precisamos encarar o fato de que o petróleo é finito e irá se esgotar. Precisamos de um método de alimentar os nossos veículos mais renovável (ou pelo menos mais duradouro). A companhia de petróleo Shell sugere que o último carro a gasolina pode sair de linha de produção em 2070. Mudanças potenciais poderiam acelerar esse processo. Avanço na fusão nuclear já tomou o primeiro lugar nas apostas. Seria uma eletricidade limpa, confiável e segura que deixaria o petróleo no chinelo.

2. Fim da linha telefônica

Que tipo de telefone você tem? Um quarto de século atrás, essa questão não teria muitas respostas para além de “um com botões”. Se você queria se comunicar instantaneamente com alguém do outro lado do país, usava uma rede de fios de cobre. É estranho até pensar por que o telefone já não se extinguiu. O sistema de linha fixa está sendo drasticamente menos utilizado conforme os anos passam. O número de telefones fixos nos EUA cai a um ritmo de 700 mil por mês. Já diminuiu de 139 milhões para 75 milhões entre 2000 e 2008. A comunicação hoje é cada vez mais feita através de conectividade baseada em IP.

No entanto, incontáveis vidas foram salvas pela existência de números de emergência, como o 112. Os governos, portanto, forçaram as empresas de telecomunicações a manter sua infraestrutura. Isto as custa bilhões de reais todos os anos, o que as atrasa para mudar sua rede para alternativas mais recentes.

Muitos moradores de áreas rurais gostariam de ver a velha rede de telefone ficar disponível por mais algum tempo. Para eles, é a única comunicação que funciona. E tem algumas vantagens sobre as tecnologias mais recentes, também, já que muitas vezes ainda opera durante quedas de energia. No entanto, com apenas 5% das pessoas ainda aderindo exclusivamente ao sistema de telefone fixo, é provavelmente inevitável que ele siga o caminho do telegrama.

1. Cura/extermínio de doenças icônicas

A AIDS deixou de ser nada para ser uma das doenças mais onipresentes do mundo dentro de uma geração. Dezenas de milhões de pessoas estão vivendo com a doença, e outras dezenas de milhões já morreram. No entanto, a maré está virando – a doença que explodiu em uma geração pode ser derrotada em outra. O número de crianças infectadas pelo HIV a cada ano está caindo a uma taxa crescente. As estatísticas de mortes também são impressionantes. Só na África do Sul, 100.000 menos pessoas morreram de doenças relacionadas com AIDS em 2011 em comparação a 2005. O marco fundamental nesta luta vai ser uma época em que quase não há crianças nascendo com a doença.

A medicina atual pode nos levar até lá, e uma vacina pode trazer esse marco mais cedo na história. A primeira doença a ser eliminada em todo o mundo sem uma vacina será, provavelmente, a doença do verme da Guiné, uma infecção parasitária horrível que causa ardor infernal perto da pele. O número de pessoas com a infecção caiu de 3,5 milhões em 1986 para 542 casos em 2012. A Organização Mundial de Saúde espera se livrar do verme até 2015. Essa não é a única doença na lista negra da OMS. Bouba foi uma infecção bacteriana alvo de erradicação no meio do século passado, e os números caíram de 50 para 2,5 milhões entre 1952 e 1964. Pairou nesse nível desde então, mas a OMS espera que desapareça em 2020. Bouba já foi eliminada da Índia, assim como a poliomielite, outra doença que todos nós devemos viver para ver desaparecer completamente. [Listverse]

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