Ilusões de ótica: é difícil de acreditar que estas imagens não são GIFs

Por , em 1.07.2015

É meio esquisito pensar que seus olhos e cérebro podem pregar peças em você, mas é nisso que se baseia a incrível e desorientadora arte das ilusões ópticas. Durante pelo menos um século – se não muitos milênios -, artistas têm desenhado imagens deslumbrantes que enganam a mente humana, fazendo-a acreditar que as várias formas ilustradas estão de alguma forma mudando.

Mas não se engane: ainda que não pareça, cada imagem neste artigo está parada (pode tentar salvar, o formato é .jpg).

Há duas maneiras pelas quais as ilusões de ótica fazem sua mágica: se aproveitando das restrições dos olhos humanos ou pela manipulação dos processos do cérebro para forçar o espectador a ver coisas estranhas. Nesta primeira imagem, por exemplo, o padrão parece vibrar contra si mesmo, simultaneamente se aproximando e se afastando do observador.

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Gianni Sarcone é o homem por trás desta ilusão de ótica latejante. Basta olhar para a “caveira” no centro para ver o resto da imagem vibrar. Uma observação mais cuidadosa revela o segredo por trás do efeito: as partes pulsantes são compostas de linhas horizontais, enquanto as partes “estacionárias” apresentam linhas verticais.

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Esta imagem parece vibrar e mudar diante dos nossos olhos. Na verdade, às vezes parece que os círculos externos e linhas em ziguezague estão pulsando para fora, como se fossem grandes auto-falantes. É incrível que uma imagem fixa possa ser tão instável.

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Essa vem para mostrar que as cores não são o que faz as ilusões ópticas acontecerem. Elas podem parecer apenas algo divertido, mas pesquisadores têm desenvolvido uma série de teorias para explicar o fenômeno – e já falaremos mais sobre isso. Nesta imagem, o ponto ao centro da imagem parece estar no fundo de um redemoinho, ao invés de estar imóvel.

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Foram precisos apenas 100 milissegundos para esta imagem ser interpretada pelo seu cérebro. Sarcone também criou esta outra para ajudar a demonstrar as complexidades de como a mente pode afetar o que as pessoas veem. As cores precisas e a geometria simétrica da peça – intitulada “Hypnotic Vibes” – se combinam fazer esse sol pulsar.

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O neurobiólogo teórico Mark Changizi apresentou sua crença de que, durante esses 100 milissegundos, o cérebro irá prever a imagem que os olhos vão ver e pode estar errado. Outros têm sugerido que o efeito é criado pelo piscar dos olhos e seu movimento rápido. Nessa imagem de Akiyoshi Kitaoka, a ilusão faz parecer que todas as “cobras” estão girando simultaneamente na mesma velocidade.

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Então, é o cérebro que está fazendo truques com os olhos ou é o contrário? Bem, nenhum dos órgãos está sendo deliberadamente malvado. Acredita-se que ilusões de óptica são simplesmente o resultado do cérebro de alguma forma se enganando com as imagens que está avaliando. Isto leva a visões alucinantes como este “Snake conveyors”, de Kitaoka, em que as sequências de círculos parecem estar se movendo ao longo de uma correia transportadora.

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O “movimento” nestas imagens criadas pelos proponentes da chamada “op art” é, portanto, o resultado de um design meticuloso. As formas, as cores e o espaço negativo são todos perfeitamente colocados de forma a alcançar o maior impacto óptico, como visto nesta outra imagem de Kitaoka.

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Talvez uma das principais representantes da op art é a ilustradora britânica Bridget Riley. Durante sua carreira, ela tem produzido pinturas belas, mas visualmente desorientadoras como esta acima, de 1963, intitulada “Fall”. Aqui, as ondas parecem quase estar rolando para fora da tela.

Blaze 1964 by Bridget Riley born 1931

Um ano após esta última, Riley criou este padrão circular aparentemente interminável, batizado de “Blaze”. A imagem, na verdade, apresenta círculos independentes, mas a direção divergente das linhas dentro de cada anel produz a impressão de que eles são todos parte de uma espiral interconectada.

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Representantes da op art como Riley, porém, não são os únicos a explorarem o estranho potencial de ilusões de ótica. O professor de psicologia Akiyoshi Kitaoka, por exemplo, tem produzido muitos desses padrões aparentemente em movimento enquanto pesquisa o fenômeno da percepção visual.

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Kitaoka – que trabalha na Universidade de Ritsumeikan, em Quioto, Japão – atingiu uma incrível variedade de formas em diferentes cores e tamanhos. Chamada de “Primrose’s field”, esta criação exibe um padrão no estilo de um tabuleiro de damas que aparenta ter ondas passeando através dele.

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Enquanto isso, esta imagem, chamada de “Rollers”, mostra fileiras de pontos azuis que parecem estar girando. Kitaoka observou que, quando os espectadores piscam rapidamente enquanto examinam a imagem, os “rolos” parecem mudar a direção em que estão girando cada vez que a pessoa abre os olhos.

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Kitaoka também tem experimentado com ilusões que parecem se expandir e contrair. As flores nesta imagem, por exemplo, parecem estar continuamente em alongamento, com as flores no primeiro plano aparentemente invadindo o espaço ocupado por aquelas no fundo.

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Outra das ilusões impressionantes do professor retrata peixes coloridos que parecem estar nadando em direções opostas; os três primeiros estariam indo para a esquerda, e os três debaixo, para a direita.

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Esta outra ilusão do pesquisador se chama “Octopi”, o que provavelmente se deve ao fato de que existem oito linhas amarelas e roxas parecidas com tentáculos de polvo (“octopus”, em inglês). Causando um ligeiro desconforto, essas linhas se juntam para criar a aparência de movimento para a esquerda e direita.

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Além disso, Kitaoka mostra que uma ilusão eficaz não precisa ser excessivamente complicada. “Swimming rings”, por exemplo, usa apenas quatro círculos amarelos em um fundo roxo para manipular o cérebro e fazê-lo acreditar que os anéis do lado esquerdo estão flutuando em direção um ao outro. Aqueles à direita, no entanto, são entendidos pelo nosso cérebro como se estivessem se afastando um do outro.

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O efeito potencialmente desorientador desta ilusão, por outro lado, pode acabar sendo problemático para algumas pessoas. Kitaoka adverte em seu site que esta e outras como ela poderiam provocar tonturas ou até mesmo náuseas.

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O pesquisador ainda explica que os sentimentos de enjoo causados ​​pelas ilusões acontecem porque a mente não consegue lidar com os dados visuais contraditórios que está recebendo. Ele aconselha que, se alguém começar a se sentir mal enquanto olha para uma ilusão destas, não feche os dois olhos. Em vez disso, cubra apenas um olho e pare de observar a imagem.

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Ainda assim, tais reações potenciais, por mais angustiantes que possam ser, demonstram o poder que as ilusões de ótica têm sobre nós. O fenômeno como um todo mostra que, não importa o quanto tenha sido descoberto sobre o funcionamento interno do cérebro, ele ainda dá um jeito de operar de forma misteriosa. [Scribol]

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