Câncer pode desaparecer sem tratamento, mas como?

Por , em 5.11.2009

Uma publicação no jornal da associação médica americana revelou dados de mais de 20 anos de acompanhamento dos cânceres de mama e de próstata em busca de responder essa pergunta.

 Além de encontrar tumores que seriam letais caso não fossem tratados, foram encontrados também tumores pequenos que não seriam um problema caso fossem deixados sozinhos, sem ser detectado pela investigação. Eles foram destinados a parar de crescer ou encolher dentro dos próprios corpos ou até mesmo, pelo menos em alguns casos de câncer de mama, desaparecerem.

“A visão antiga é que o câncer é um processo linear”, disse o Dr. Barnett Kramer, diretor adjunto para a prevenção da doença no Instituto Nacional de Saúde. “Uma célula adquiriu uma mutação, e pouco a pouco adquiriu cada vez mais mutações.”

 Assim, o Dr. Kramer disse, que a imagem antes da nova descoberta era como “uma seta que se movesse em um sentido.” Ele afirma que tem concluído que os cânceres exigem mais do que mutações para progredir. Eles precisam da cooperação das células vizinhas e até mesmo do organismo inteiro da pessoa, cujos níveis  do sistema imunológico ou hormonal, por exemplo, podem esmagar ou abastecer um tumor. O câncer, disse Dr. Kramer, é um processo dinâmico.

 Os desaparecimentos de tumores já são conheceidos no câncer testicular.

 Os tumores de desaparecimento são conhecidos no cancro testicular. Dr. Jonathan Epstein da Johns Hopkins diz que não ocorre frequentemente, mas acontece. 

 Os investigadores estão sendo forçados a fazer nova avaliação de suas noções do que é o câncer e de como ele acontece. Normalmente, os cânceres não somem de forma rotineira, e ninguém está sugerindo que os pacientes evitem o tratamento por causa de tais ocorrências ocasionais.

Quase ninguém concorda com tal plano. “A maioria de homens com câncer de próstata preferem retirá-lo,” afirma o Dr. Epstein. Mas, ainda assim, os investigadores encontraram aproximadamente 450 homens, há quatro ou cinco anos atrás, que escolheram a fiscalização ativa. A cada ano, 1.000 homens têm suas próstatas removidas em Johns Hopkins. Dos homens que optaram não ser tratados, os investigador descobriram que somente cerca de 20 a 30 por cento daqueles tumores pequenos progrediram. E muitos que progrediram ainda não se mostraram particularmente perigosos, embora uma vez que os cânceres começaram a crescer, os homens tiveram suas próstatas removidas. No Canadá, os investigadores estão fazendo um estudo similar com pequenos cânceres no rim. [New York Times]

3 comentários

  • HUGO DELLEON:

    Ótima matéria. E ainda existem diversos outros casos pouco compreendidos pela ciência. E quando não há explicação até o momento automaticamente alguns apelam para a tal história de “milagre”. Na verdade, quando não conhecemos ou não sabemos como se processam as coisas num organismo tão complexo quanto o nosso deveríamos procurar explicações embasadas e não sair por aí atribuindo o fato da cura de um câncer de forma “espontânea” ser algo transcendental, cura espiritual, etc., como prefiram chamar.
    É simplesmente a homeostase, o sistema imunológico e não ser(es) imaginário (s), fadas, duendes, dentre outras criações humanas. As pessoas sérias produzem ciência, conhecimento. As demais produzem ficção, dogmas e “colóquio flácido para acalentar bovino”.

  • Alberto:

    Aí é que entra o suposto milagre, curas alternativas, etc. Estas curas naturais são perfeitamente normais, porem não devemos esperar por isto e sim procurar tratamentos médicos, afim de evitar agravamentos fatais. O corpo humano tem estas auternativas. Não sei se é um problema mental ou coisa parecida. Temos a particularidade de produzirmos substâncias anestésicas, curativas, etc. A mente humana tem recursos fantásticos.

  • Celso M. Possas:

    “Realizei biópsia da próstata, após manutenção de diversos exames de PSA total elevado, embora o toque retal não tivesse acusado nenhum problema. O resultado (29-04-08) apontou, em um dos doze fragmentos retirados:
    ” Tecido prostático compatível com hiperplasia fibro- glandular. Verifica-se, num dos fragmentos, foco de proliferação acinar atípica”
    Com relação ao artigo, não houve registro de algum medicamento para ser adotado durante a fase de acompanhamento.Que tipo de tratamento é usualmente empregado nesses casos? Qual o risco de um ….”…foco de proliferação acinar atípica…” nesse processo enfocado??
    Um abraço,
    Celso M. Possas

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