8 formas de enterro esquisitas que estão se tornando comuns

Por , em 14.09.2011

O mundo antigo está cheio de exemplos de costumes funerários que parecem estranhos hoje, desde a mumificação egípcia e corpos desovados em pântanos a navios crematórios Vikings.

Mas limitações de espaço e preocupações ambientais estão fazendo com que o homem moderno explore novas opções para lidar com os mortos. A mais recente dessas ideias que chegou a costa norte-americana é um processo que utiliza calor, pressão e produtos químicos para liquefazer um corpo em apenas algumas horas, deixando para trás um líquido que pode ser vertido para o sistema de águas residuais.

De lançar restos cremados ao espaço a enterros em túmulos mais comuns, inovações para o fim da vida são uma tendência crescente. Confira:

1 – Resomação

A funerária Anderson-McQueen, em St. Petersburg, na Flórida, EUA, é atualmente o único lugar nos Estados Unidos onde os clientes podem optar por ter seus tecidos dissolvidos como uma alternativa à cremação tradicional.

O processo, chamado resomação ou “biocremação”, utiliza água aquecida e hidróxido de potássio para liquefazer o corpo, deixando apenas os ossos para trás. Os ossos são então pulverizados como na cremação regular, e os fragmentos ósseos são devolvidos à família numa urna.

Segundo a funerária, eles querem dar opções. Muitas famílias interessadas em cremação também querem reduzir o carbono lançado na atmosfera, e este processo é mais ecológico.

O fogo natural da cremação atinge temperaturas de 871 a 982 graus Celsius, e libera dióxido de carbono, bem como produtos químicos. A resomação requer água de apenas 176 graus Celsius e leva a mesma quantidade de tempo que a cremação tradicional, por isso é menos intensiva em energia. Além disso, restos estéreis podem ser despejados no sistema de esgoto municipal.

O preço base para a cremação de Anderson-McQueen é de R$ 939, e os da resomação, R$ 1.110 (manipulação, transporte e outras taxas trazem os preços de ambos os procedimentos para cerca de R$ 5.130).

2 – Enterro natural

Não tanto uma nova invenção, já que retorna às velhas formas, enterros naturais são enterros que ocorrem sem embalsamamento e sem as abóbadas de concreto que as sepulturas da maioria dos cemitérios modernos têm.

Os corpos são envoltos em uma mortalha ou colocados em um caixão biodegradável, e a ideia é que eles se decomponham naturalmente.

O movimento começou em 1998, com a abertura do cemitério todo-natural Ramsey Creek, nos EUA. Hoje, há pelo menos 50 cemitérios naturais no país.

O movimento é impulsionado pela insatisfação com os ritos funerários típicos. A maioria das pessoas, quando descobre o que acontece na sala de embalsamamento, não consegue acreditar no custo, que é ultrajante. Depois, há a preocupação crescente com os efeitos ambientais de todos esses procedimentos.

Com o enterro natural, você está beneficiando o meio ambiente, permitindo que o corpo volte a participar do ciclo da vida.

3 – Recifes eternos

Para aqueles que preferem nutrir um ambiente mais aquático após a morte, há também a opção “Eternal Reefs” (Recifes Eternos).

O Eternal Reefs cria material de recife artificial a partir de uma mistura de concreto e restos humanos cremados (os ossos esmagados que sobraram de cremações). Essas formações são então colocadas em áreas onde os recifes precisam de restauração, atraindo peixes e outros organismos que transformam os restos em um habitat submarino.

A cremação não é tão verde quanto o enterro natural devido ao processo de combustão, mas é uma ótima oportunidade de não apenas retornar a um ambiente aquático, mas produzir uma nova vida sob o mar.

4 – Criogenia

Existem aqueles que preferem se agarrar à sua velha vida, muito obrigado. Para pessoas com essa atitude (e muito dinheiro), há a criogenia.

Criogenia é o processo de congelamento do corpo de uma pessoa, na esperança de que a ciência médica mais tarde torne possível reanimá-la, com personalidade e memória intacta.

Apesar das inúmeras barreiras para isso, incluindo a toxicidade dos produtos químicos utilizados na tentativa de prevenir danos às células do congelamento, os defensores têm promovido a criogenia desde o final dos anos 60.

Nos EUA, existem pouco mais de 200 pessoas armazenadas congeladas. Os preços variam dependendo da empresa e do procedimento, mas podem chegar até R$ 341.000 para a preservação de todo o corpo. Para a cabeça, cerca de R$ 136.000.

5 – Enterro espacial

Se a criogenia lhe pareceu muito cara, mas você ainda gostaria de ter uma vida após a morte saída de um filme sci-fi, você pode optar por lançar algumas de suas cinzas para o espaço.

Seus restos mortais cremados pegam uma carona em um foguete indo para as estrelas, numa viagem que é mais simbólica do que prática: devido ao alto custo do voo espacial, apenas 1 a 7 gramas de seus restos são lançados.

De acordo com a empresa Celetis Memorial Spaceflights, que oferece os voos pós-morte, uma viagem que permite que os restos experimentem gravidade zero antes de retornar para a Terra começa em R$ 1.700. Uma chance de orbitar a Terra e, eventualmente, queimar na atmosfera gira em torno de R$ 5.130. Ser lançado à lua ou ao espaço profundo fica entre R$ 17.090 e R$ 21.360, respectivamente.

6 – Mumificação

Não mais é só coisa dos antigos egípcios. Uma organização religiosa chamada Summum, fundada em 1975, oferece serviços de mumificação para pessoas e animais de estimação.

Antes de sua morte em 2008, o fundador do Summum, Corky Ra, disse que pelo menos 1.400 pessoas se inscreveram para mumificação. O preço de mumificação humana começaria em R$ 278.000.

Assim como os crentes na criogenia, Ra e aqueles que querem ser mumificados têm esperança de que seu DNA preservado permita aos futuros cientistas cloná-los e dar-lhes (ou pelo menos aos seus genes) uma segunda chance na vida.

Depois que morreu, Ra foi mumificado e agora está envolto em bronze na pirâmide Summum em Salt Lake City, Utah, EUA.

7 – Plastinação

Muito parecido com a mumificação, a plastinação consiste em preservar o corpo em uma forma semireconhecível.
Inventada pelo anatomista Gunther von Hagens, a plastinação é usada em escolas de medicina e laboratórios de anatomia para preservar amostras dos órgãos para a educação.

Mas von Hagens tomou o processo um passo adiante, e criou exposições de corpos plastinados como se estivessem congelados no meio de suas atividades cotidianas. Segundo o Instituto de Plastinação, milhares de pessoas se inscreveram para doar seus corpos para a educação ou exposição.

8 – Liofilização

A última novidade em eco enterro é um processo chamado liofilização. Inventado pela bióloga marinha sueca Susanne Wiigh-Masak, o processo envolve a imersão do cadáver em nitrogênio líquido, o que torna muito frágil.

Vibrações então agitam o corpo e a água é evaporada em uma câmara de vácuo especial. Em seguida, filtros separam qualquer enchimento de mercúrio ou implantes cirúrgicos e os tornam pó, e os restos são sepultados em uma cova rasa.

Com um enterro raso, o oxigênio e a água podem se misturar com os restos em pó, transformando-os em adubo.

Ninguém ainda foi enterrado dessa forma, mas Promessa, a empresa que desenvolve o serviço, agora tem uma filial licenciada no Reino Unido. Não há nenhuma previsão para o serviço pousar em território americano, mas o interesse em enterro verde só tende a crescer.[LiveScience]

37 comentários

  • ANDREAAG:

    Nos enterros judeus os corpos são colocados em caixões super simples e depositados diretamente na terra. Nos cemitérios judeus as covas não tem aqueles anteparos de concreto. Do pó ao pó…

  • Helô:

    Cremar é bom, se não poluisse tanto. Quanto menos espaço ocupar ou menos poluição produzir, melhor! Depois de morto, não serve pra mais nada mesmo.

  • marcus terra:

    Achei interessante essa reportagem, embora não se falou da verdadeira contaminação que é o necrochorume originário dos cemitérios tradicionais que poluem o ar e o lençol freático .

  • José Constantini de Oliveira:

    Acho q o ideal deve ser a cremação,os cemiterios estão ocupando cada vez mais terrenos.
    É muito comum em visitas a cemiterios a gente ver nos tumulos (PERPETUO)deste jeito num prazo ñ muito distante ñ teremos mais onde enterrar nossos mortos.
    O jeito é mesmo transforma-los em churrasquinho kkkkkkkkk.

    • antonia:

      acho tudo isso coisa de maluco prefiro o enterro tradiconal o louco,conviver com uma mumia ou mesmo cinzas em um quadro ou no frizer da minha casa

    • ricardo:

      o problema é que a cremação libera muitos gases poluentes que almentam ainda mais os buracos da camada de ozônio.

  • LÍDIA VALENTIM:

    Prefiro o enterro tradicional,”veio do pó e ao pó voltará”.mas ninguém está vendo mesmo,temos que pensar mesmo é:”e depois?”estou falando de vida eterna,já pensei em comprar um jazigo p/evitar preocupação da família mas desisti,porque pensei,prefiro gastar com a minha vida,quando findar,façam o que quiserem não estarei vendo,nem sentindo nada mesmo…

  • Éder Augusto:

    Onde ficam os corpos criogenados?

  • Paulo Ricardo Pimenta:

    bom… Pouco me importa o que vão fazer com meu corpo, O importante e que minha alma seja salva por Deus.

  • Reynaldo Andrade:

    Acho que deveria ser aprovado uma lei, que toda casa ou seja qualquer tipo de residencia deveria ter um porão, para que quando um membro da família viesse à falecer, este morto deveria ser embalsamado e colocado neste porão , porém de pé para ocupar menos espaço, e viér à caber os outros vindouros, assim sendo os familiares matariam as saudades em ve-lo, e mostrariam aos que iriam nascendo, então seria uma recordação aliado a um museu e deixaria de ocupar cemitérios e coisa do gênero, sem contar que as despesas diminuariam nestas formalidades, é lógico que nasceria um novo imposto , o IPVD(efunto). Quém apóia???

    • Nik:

      Acho que isso é mais uma questão de cultura, cada país costuma tratar seus mortos conforme seus antepassados ensinaram. E tem muita coisa a se pensar aí nessa sua idéia. Só vo por 3 pontos:

      1. Não é qualquer um que pode ter um porão.
      2. Como ficaria as vendas de casa, mudanças, pessoas que moram sozinhas (etc…)?
      3. Isso iria ofender membros de várias religiões. (já vi até desenhos animados serem cancelados por causa de religião, putz)

    • renato_kami:

      adorei a idéia…realmente…ter um pequeno museu da sua linhagem me parasse uma grande forma de passar o pós vida…o problema é que evita que você possa voltar a fazer parte do ciclo da vida.

    • João:

      mas tem aquestão do capitalismo né…o processo funerário gera muitos lucros!!! acho q não daria certo…

  • Nik:

    Engraçado os humanos pensarem que vão poder enterrar mortos até o fim dos tempos em caixões que espaço não vai faltar… mas muito bom o enterro natural, cumprir o ciclo natural da vida (mesmo sem ter tido uma vida muito natural).

    Quanto ao enterro espacial, chega de jogarem lixo no espaço. ó.ó”’

  • Magda Patalógica:

    Para Zico:

    Transformar marido em diamante até que é uma solução rentável. Mesmo que em vida, o mala não valesse um tostão furado.

    Pior era a situação das viúvas na antiga Índia, que eram enterradas ou cremadas vivas, junto com o maridão defunto.

    Fui.

  • Jeanette:

    Dizem que Walt Disney foi criogenado, mas não se sabe a verdade.

  • clarice:

    depois do corpo morto, que importa o que fazem ??????

    tem gente que eu gostaria de por “fogo” mesmo depois de
    morta ksksksksksksk!!!!

  • farao:

    podem por todo mundo no saco e acabou o poblema

  • Lipp:

    Quando eu morrer minha opinuão já não fará diferença. Façam o que quizer com meu féretro!

  • Magda Patalógica:

    Euzinha aqui, pouco me importo com o fim que darão ao meu corpo, mas não abro mão dos detalhes quanto ao velório.

    Meu corpinho lindinho terá que estar dentro de um caixão de ouro, como o de Michael Jackson… Chiquééérrimo. (rss)

    Brincadeiras a parte, acho que tranformar o corpo em adubo, deve ser uma opção útil e menos poluível. Desde que o defuntinho tenha morrido com saúde. Caso contrário…
    Outra opção seria o sepultamento no fundo do mar.

    Mas os crematórios ainda poluem menos do que os automóveis e as indústrias. Né não?

    Fui.

    • Danorton Tadeu:

      Querida Maga Patalógica.

      A ideia de ser adubo é bem rasoavel, “enfim na morte servirei pra qualquer coisa”, ou então… nem mesmo a morte conseguiu mudar meu modo de ser: (esterco e adubo são a mesma coisa?)Brincadeiras à parte, já pensou enterrado no fundo do mar, que romantico, os polvos fazendo besteira sobre sua sepultura…
      Perdão amigos… foi culpa da “birita” de hoje, prometo me emendar na proxima.

  • adelimar:

    pra mim quem opta por ser enterrado destew ou daquele jeito que foge defunto eterra nele e um tremendo inbecil e idiota filhadaputa orgulhoso ,que devia e se preocupar com a fome de crianças indefezas neste mundo.

  • DALVA:

    Acho simplesmente uma grande besteira a existencia de tantos cemitérios. O ser humano polui desde que nasce e ainda continua a fazer isso mesmo depois de morto. Poluimos o solo e o lençol freático, e no caso de cremação, a atmosfera também sofre com o que sobrar de nós. Os locais utilizados para cemitérios e que muitas vezes são muito bonitos e nos grandes centros, teriam a sua utilidade aumentada se fossem usados para parques, jardins ou mesmo moradia. Quem sabe a evolução ou necessidade consigam fazer com que se chegue a uma forma mais inteligente de que o ¨descarte¨ humano aconteça sem prejuízo para a mãe natureza…

  • zico:

    Havia um processo em que as mulheres transformavam os maridos num diamante, para depois o trazer sempre consigo.

  • Flor de Lis:

    O enterro natural com caixão biodegradáel me parece o melhor… mas antes disso, quero que meus órgãos sejam doados,, pra que pessoas que precisam de uma doação possam viver um pouco mais e melhor.

  • marcos:

    Aproveitando a morte acredito que nesse país está precisando urgentemente de uma peninha de morte, tipo China, Eua e outros mais, pelo menos são 1º mundo e lá o povo deve pensar 1, 2 ou mais vezes antes de sair cometendo assassinatos e ficar por isso mesmo.

    • Felipe:

      Desculpa mais axo que ninguem aqui tocou no assunto “pena de morte”

      obrigado

  • ALX:

    de todo jeito é morte, as vezes penso ate pq q nos vivemos nesse mundo kkkkkkkkkkkkkkkkkk, pararam pra pensar? 70 anos de vida, comendo, bebendo, trabalhando para o seu prorio sustento e poder viver uns anos mais e quando morre, o q fez pra mudar algo??? NADAAAAAAAAAAA kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk

  • Carmem:

    Prefiro pensar na morte como uma passagem, e nada melhor do que pssarmos da maneira natural e ecologicamente correta sem poluirmos mais ainda a atimosfera com nossa própria fumaça.

    • burro:

      Carmem, ecologicamente correto,muito bem colocado o seu raciocínio,faço minhas as suas sábias palavras.

  • GUILHERME:

    ENTERRO EM GERAL É UMA TOLICE, TEMOS DE APROVEITAR O MÁXIMO NOSSA VIDA,MAS QUANDO A MORTE CHEGA, TANTO FAZ SER
    ENTERRADO NUM CAIXÃO DE OURO OU DE MADEIRA,O FOCO PRINCIPAL É: PERDEMOS UMA PESSOA QUERIDA POR NÓS.

    • Anita:

      o pior de tudo? o espaço ‘morto’ que se ocupa após morrer. o corpo já era…

  • Nilza Braga:

    Meus parentes e amigos já sabem: quero que aproveitem tudo o que for possível em meu corpo, distribuam todos os órgãos aproveitáveis e a ‘carcaça’ que sobrar pode ser mandada para uma faculdade, para ser usada em estudos de qualquer tipo. Acho interessante poder ajudar sem poluir. Se ainda sobrar alguma coisa, o enterro sem caixão me pareceu mais ecológico.

  • big bang:

    Depois de morto, to nem ai pro q fizerem de mim. So espero q algum parente não queira gastar rios de dinheiro com coisas q vão ou apodrecer em baixo da terra ou queimar em um forno.

  • Tiago Moah Weimer:

    O 5 me deixou meio pensativo (se você tiver sido uma pessoa má, ao menos as suas cinzas poderão ir ao céu)…

  • zeus:

    Prefiro o tradicional…

  • Ian:

    Eu já tinha imaginado um processo parecido com a liofilização.

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