A bela rota de voo dos vaga-lumes
O fato de animais emitirem sons ou cheiros não é nem um pouco surpreendente. Porém, quando se fala em bichos que brilham, o assunto muda de figura. Ainda que a luz seja tão única quanto os barulhos e os odores particulares de cada um deles, o efeito é bem mais impressionante. Por isso mesmo, não é de surpreender que registros destes fenômenos naturais chamem tanta atenção.
Por três anos, de 2008 a 2011, o fotógrafo amador Tsuneaki Hiramatsu passou suas noites de verão na província de Okayama, no Japão. Ele tinha a intenção de capturar o espetáculo da época de acasalamento dos vaga-lumes, quando os machos e fêmeas disputam atenção através de códigos de luzes piscantes.
As fotos feitas perto do rio foram tiradas nas redondezas da cidade de Okayama, na área de Hokubo, e capturam um certo tipo de vaga-lume chamado Genji Botaru. Já as fotos tiradas em um bosque foram feitas perto da cidade de Niimi e do famoso santuário Tennoohachiman, e retratam o Hime Botaru.
Ao cair da noite, Hiramatsu começava a disparar uma série de cliques (técnica conhecida como time-lapse) com exposição de oito segundos. Ele, então, fundiu digitalmente algumas das imagens, criando fotos das rotas de voo douradas dos vaga-lumes, como o jogo de ligar pontos mais bonito já criado. Nas fotografias em que a trilha dos insetos aparece como uma linha contínua, apenas um clique de longa exposição foi utilizado.
As imagens se tornaram uma sensação na internet e foram incluídas em uma exposição de museu itinerante chamada “Creatures of Light: Nature’s Bioluminescence” (em tradução livre, “Criaturas da Luz: Bioluminescência da Natureza”), promovida pelo Museu Nacional de História Natural (EUA).
Hiramatsu considera que o reconhecimento por seu talento é secundário quando comparado a apreciação pelo mundo natural. “Vaga-lumes são pouco vistos em áreas desenvolvidas pelos seres humanos”, explica. “Quando eu sinto o esplendor e o mistério da natureza, fico contente de ter todos para compartilhar esse sentimento”. [Smithsonian, The New York Times, Wired]
2 comentários
Acho que já sei em quê o inventor das luzinhas de Natal se inspirou para criá-las. 😉
Lindo…