A descoberta do bóson de Higgs mostrou que o universo não é natural?

Por , em 19.06.2013

Descobrimos o bóson de Higgs no ano passado, mas ele não é exatamente o que esperávamos. De acordo com alguns físicos, isso significa que o universo em si não é o que nós pensávamos também.

Nima Arkani-Hamed, teórico do Instituto de Estudos Avançados de Princeton (EUA), explica um pouco dos resultados experimentais recentes aparentemente contraditórios do Grande Colisor de Hádrons (LHC, na sigla em inglês), o maior acelerador de partícula do mundo.

Segundo ele, a descoberta espetacular do bóson de Higgs em julho de 2012 confirmou uma teoria de quase 50 anos de idade de como as partículas elementares adquirem sua massa – e, por consequência, como elas podem formar grandes estruturas como galáxias e seres humanos.

As implicações da descoberto do bóson de Higgs

“O fato de que o bóson foi visto mais ou menos onde esperávamos encontrá-lo é um triunfo para a física experimental e um triunfo para a física teórica – é uma indicação de que a física funciona”, Arkani-Hamed disse.

No entanto, para que o bóson de Higgs fizesse sentido com a massa (ou energia equivalente), que foi determinado a ter, o LHC precisava ter encontrado várias outras partículas também. Nenhuma delas apareceu.

Com a descoberta de uma única partícula, as experiências do LHC se aprofundam em um problema que a física vem antecipando por décadas.
Equações modernas parecem captar a realidade com uma precisão de tirar o fôlego, prevendo corretamente os valores de muitas constantes da natureza e a existência de partículas como o bóson de Higgs. No entanto, algumas constantes – incluindo a massa do bóson de Higgs – são exponencialmente diferentes do que essas leis confiáveis matemáticas e físicas nos indicam que devem ser, de forma que excluiria qualquer possibilidade de vida, a menos que o universo seja formado por inexplicáveis afinações (que fazem tudo se encaixar no seu lugar perfeitamente) e cancelamentos.

Isso põe em “perigo” a noção de “naturalidade” de Albert Einstein, de que as leis da natureza são sublimemente lindas, inevitáveis e autossuficientes. Sem ela, os físicos enfrentam a perspectiva dura de que essas leis são apenas um resultado arbitrário e confuso de flutuações aleatórias no tecido do espaço-tempo.

O LHC vai continuar a esmagar prótons em 2015, durante novas pesquisas que ainda tentam procurar respostas. No entanto, não somente Arkani-Hamed, mas muitos outros grandes físicos já estão começando a encarar a possibilidade de que o universo possa ser antinatural – apesar da divergência sobre o que seria necessário para provar tal coisa.

“10 ou 20 anos atrás, eu era um crente firme da naturalidade”, disse Nathan Seiberg, físico teórico do Instituto, onde Einstein ensinou de 1933 até sua morte, em 1955. “Agora eu não tenho tanta certeza. Minha esperança é que ainda exista algo que não pensamos, algum outro mecanismo que poderia explicar todas essas coisas. Mas eu não vejo o que poderia ser”, conforma-se.

E você, leitor, o que acha?[io9, SF]

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41 comentários

  • santoya:

    Agora temos a solução, edson_hype para presidente

  • aguiarubra:

    P.: “…A descoberta do bóson de Higgs mostrou que o universo não é natural?…”

    Comentário: a descoberta do bóson de Higgs mostrou que a concepção “fisicalista” é que não é natural!!!

    Está mais do que na hora dos físicos deixarem de adorar a si mesmos, em nome de um pensamento mais holístico.

    • João Bosco Costa:

      Pensado aqui o que seria um “pensamento holístico”.

  • Manoel Nascimento:

    Será mesmo que o bóson de Higgs é a partícula que confere massa as demais? Por ser uma partícula instável fica difícil acreditar nisso.

    • Alessandro Silveira:

      Prezado,
      O Bóson de Higgs é um bóson escalar, não é um bóson de calibre. Se ele fosse uma partícula estável nada existiria em nosso universo. Ele precisou decair para formar o universo como conhecemos inclusive a gente. Segue abaixo um link bem satisfatório para que tu entenda como funciona o mundo quântico.
      http://www.sprace.org.br/aventuradasparticulas/

  • Abelardo Marques:

    Caras, de qualquer jeito ou não, tudo é natural.

  • Sebastiao Gonçalves:

    boson de higgs e bobeira…com certeza teoria das cordas e o que mais se aproxima da realidade,,,ou seja realidade e algo indescritivel,,mas eu tenho uma teoria que poderia abalar toda a ciencia mas nao sei mesmo com quem falar,,,e uma experiencia propria ,,se alguem se interessar !!!

    • Alessandro Silveira:

      Prezado,

      A Teoria das Cordas não contradiz em nada o Bóson de Higgs, eles podem co-existir tranquilamente. A bem da verdade o Bóson de Higgs existe, foi encontrado.
      Já a Teoria da Cordas nunca fez nenhuma predição diferente de nenhuma outra teoria, sequer foi proposto um experimento que possa prová-la ou negá-la, contudo, todos os modelos(eu pessoalmente considero meros truques) matemáticos propostos utilizando principalmente Álgebra Comutativa apontam para a existência da Super Simetria. O que vem sendo quase que descartado pelo LHC. Na verdade a SUSY está mutilada. Ou seja, há um grande indício de que a Teoria das Cordas seja apenas uma teoria do passado. Acredite que a inexistência da SUSY é muito ruim para muitos físicos que fizeram vários PHD’s baseados nela e levaria a mais perguntas que respostas (na verdade não, mas isso é outra história). Devemos esperar 2015, ocasião em que o LHC irá operar a 13 TeV, atualmente o LHC opera a 8 TeV e nem sinal da SUSY, e cada vez mais a existência da Teoria das Cordas tem sido contestada.
      Todo mundo pode ter teorias, acho que tu deveria publicar o teu trabalho, mesmo que seja em um blog. Caso tenha problemas com a matemática te aconselho a utilizar o Einstein Tool Kit: http://einsteintoolkit.org/

    • Rodrigo Ranzan:

      Escreva sua teoria, e compartilhe com a gente! toda teoria é bem vinda, até o Big bang foi.

  • Alisson Costa:

    Considero que isto faça parte de um novo campo, assim como campo “quântico” e a nossa ‘realidade”, tem leis e essas leis se comportam de forma diferente nos dois, este novo campo, precisa de novas leis e uma compreensão diferente, e com certeza estamos a esbarrar em coisas que não conseguiremos entender por muito tempo, ate novas descobertas/teorias..

  • Paulo de Mello Correa:

    Estive pensando em alguns comentários e fiquei sem entender em que ponto eles se relacionam com o post principal.
    Por outro lado se observa a utilização de certas frases sem avaliar o que significam ou se significam alguma coisa.
    Por exemplo, “número infinito” – conceito incorreto, pois número é limite e mensurável, mas infinito não é número, não tem limite, logo imensurável!
    Quanto a outras teorias explicarem lacunas das atuais é necessário considerar que uma dúvida não pode ser resolvida com outra. Se está difícil encontrar o campo de Higgs, aliás, previsão teórica dos modelos padrão e eletrofraco, como encontrar vestígios de cordas?
    Quanto ao ateísmo precisamos saber o porque alguém chega a tal conclusão. Há uma razão? Se houver então decorre de informações recebidas e de tal confiabilidade que são irrefutáveis! Irrefutáveis? Bem se é irrefutável então é matéria de fé e não de ciência. Agora se não há razões de conhecimento que faça alguém ateu, “sou porque sou”, então sem dúvida é mesmo matéria de fé e não de ciência.
    Em relação ao acaso no surgimento do Universo sem mais nem menos, ou seja, por acaso, então é necessário considerar que tal tenha acontecido de forma inusitada por magia, logo isso também seria matéria de fé e não de ciência! Para evitar o constrangimento alguém poderia dizer que o Universo seria infinito e com variações cíclicas. Tal conclusão é pura matéria de fé, pois nossa ciência já concluiu que o Universo é finito!
    Quanto a gravidade, até onde se sabe apresenta-se relacionando significativos aglomerados de massa e há indícios que sua relação com as interações nucleares são indiretas como a resultante de efeitos cumulativos, logo não há, como até hoje se sabe, uma tal partícula gravitacional.
    Finalizando, tudo o que se disse de Einstein é, no mínimo incompleto. O assunto é vasto e já falei demais.

  • Alessandro Silveira:

    Achei meio dramático o termo anti-natural, para esclarecer,
    De acordo com o modelo padrão em Escala de Planck a Gravidade se torna forte para partículas apenas acima de 10^19 GeV, o que está muito acima da escala eletrofraca. Neste cenário nada impediria que em escala eletrofraca, a massa do Bóson de Higgs tendesse ao infinito. Contudo isso não ocorre.
    Na física isso se chama Problema de Hierarquia.
    Para solucionar isso foram desenvolvidas várias teorias, a, até então, teoria mais aceita é a Super Simetria, que diz que para cada Bóson existe Férmion correspondente, porém, com massa maior. Isso solucionaria o Problema da Hierarquia, pois as correções quânticas do Bóson de Higgs são naturalmente canceladas pelos parceiros supersimétricos correspondentes. O problema é que nenhuma partícula fermiônica supersimétrica fora encontrada pelo LHC.
    Provavelmente os físicos teóricos mundo afora estão trabalhando em uma sintonia fina antrópica na simetria simples ou desenvolverem outras teorias.

  • Robson Luiz Ceron:

    Penso que se trata de incorporar à compreensão de naturalidade a própria interpretação humana. O fato é que o universo não é um objeto que possamos isolar e com uma abstração absoluta analisar. Também, penso que a relação “universo que existe” x “interpretação que damos” não pode ser mecânica. A alternativa que ainda não vi nenhum grande cientista abordar é compreensão dialética dessa relação “universo” “raciocínio”.

  • Andre Luis:

    Pelo jeito, essa ideia do Boson de higgs ainda engatinha, ainda não se sabe muito sobre isto, mas já dá para perceber como é um assunto fascinante e com certeza promete bons frutos em um futuro próximo!

  • Alexandre Rodrigues:

    Já dizia Peter W. Higgs: “A partícula Maldita”. A descobriram, e estudando-a os fisicos poderão explicar-nos muitos fragmentos inexplicáveis atualmente. A grande dificuldade será estudar esta partícula…

  • Cícero:

    E de quais sub-partículas se constitui o bóson de Higgs? 😛

    • Jonatas:

      Ela é a partícula-deus, esqueceu? 😉

    • Cícero:

      Qual deus? nada, acaso, sorte?
      Eles teriam inteligência pra criar essa partícula tão singular e especial?
      O próprio LHC é um belo modelo de D.I. 😀

    • aguiarubra:

      Cícero
      P.: “…E de quais sub-partículas se constitui o bóson de Higgs?…”

      Comentário: o bóson não é composto de sub-partículas, mas é um “mensageiro de força” provindo do Campo de Higgs. É equivalente a 1 quantum desse Campo de Higgs.

      Para mais detalhes, acesse: Portal G1 – Ciência & Saúde

      “08/10/2013 07h49 – Atualizado em 08/10/2013 10h10
      François Englert e Peter Higgs ganham Nobel de Física de 2013”

  • Joe Doe:

    Pessoal, sobre naturalidade tentem esse link aqui. Ou procurem “naturalidade fisica” no google e abram o link do universoracionalista que lá tem uma tradução de um artigo gringo muito bom.

    • aguiarubra:

      Joe Doe

      Valeu o link!
      Descobri mais outros através desse que vc sugeriu. Na Wikipédia:
      —> Naturalismo (Filosofia)
      —> Naturalismo Metafísico
      —> Fisicalismo
      —> Realidade

  • Jonatas:

    Aqui
    “Isso põe em “perigo” a noção de “naturalidade” de Albert Einstein, de que as leis da natureza são sublimemente lindas, inevitáveis e autossuficientes. Sem ela, os físicos enfrentam a perspectiva dura de que essas leis são apenas um resultado arbitrário e confuso de flutuações aleatórias no tecido do espaço-tempo.”
    O conteúdo do Post talvez tenha faltado expor modelos teóricos que preenchem essa lacuna da aleatoreidade: são elas a Teoria do Caos e provavelmente a das Cordas, que sempre ressurgem como alternativa quando a física encontra seus becos.

    • Joao Carlos Agostini:

      O post pode ter se esquecido dessas teorias, mas não acredito que os teóricos entrevistados as tivessem esquecido. Acredito firmemente na aleatoriedade e não na “naturalidade” do Universo, ainda mais porque Einstein era deista e para ele isso tudo seria lógico e pertinente. Em outras palavras, “deus joga dados!”

    • Lobopai:

      Quando estudamos ciência, estudamos como o Pai montou o mundo.
      O físico é na realidade, o maior estudante de Deus.
      Está nos faltando parte da equação e acreditamos que ela já esteja completa.
      Deus não joga dados, simplesmente não estamos vendo todo o campo.
      Nossa visão esta olhando para a platéia e não para a bola.
      Um pouco mais de fé faria melhor a todos estes senhores.
      Mas o tempo se encarregará de preencher as lacunas.
      Vamos esperar.

    • Joao Carlos Agostini:

      Lobopai
      Se seu pai montou alguma coisa para vc e seus amigos, parabéns para ele e sorte sua, mas o Universo não precisou ser criado, existe por si só, exatamente igual a um deus mitológico. Se este Universo foi remontado a partir de um big-bang singular, ou de big-bangs do choque de branas, ou se somos o ouro lado de vórtice interdimensional, o fato é que a aleatoriedade da sua formação é aparentemente a mais lógica das explicações, indo de encontro a ideia da linearidade da origem estabelecida. A ideia já foi esclarecida em outro campo do conhecimento, no da história, com Michael Foucoult que destruiu a ideia da origem única das coisas para mostrar que tudo tem uma genealogia e não uma origem. No instante inicial da refundação deste universo, quando o tempo não existia, um número infinito de combinações aconteceram e dentre elas algumas deram origem à partículas estáveis e estas a realidades físicas decorrentes. Nós conhecemos mal e porcamente esta realidade física que vemos. Quantas outras coexistem, ainda não sabemos. Não foi preciso milagres para que essas coisas antinaturais acontecessem, mas infinitas interações e um tempo infinito, no infinitesimal tempo da explosão da singularidade. Em outro big-bang, tudo pode ter se arranjado de forma diferente. Sem criação e sem naturalidade alguma.

    • Jonatas:

      Bom, LoboPai, o que você apresenta é apenas crença e crença é escolha pessoal, algo que não se discute em ciência.
      Mas concordo, caso uma deidade extra-universal seja fato quem é mais perto de descobri-la é a física, pois a ciência é o único fundamento que põe a prova todas as questões que encontra. O que descordo é o falto de faltar fé ser ruim, sendo que o maior mecanismo e alimento da ciência é o ceticismo, até mesmo sobre as próprias ideias e descobertas, sempre tudo é questionado, não existem deuses na ciência, não existem falsas certezas. Mas se os maiores físicos do mundo concluem a desnecessariedade divina no cosmos, isso é relevante cientificamente *e não uma escolha porque não queremos acreditar que deus não existe*, mas como não é uma certeza, existe quem crê, com 50% de chance de estar certo ou errado.
      João Carlos, Einstein talvez seja o único cientista que conciliou bem uma crença em sobrenatural e natural, mas seu deus era largamente diferente do deus religioso. Einstein via seu deus no próprio universo, na simetria entre desde as menores partículas ao todo coletivo, uma inteligência impessoal, completa e coletiva no funcionamento de todas as coisas, tudo tendo uma recursão, algo muito confundido com propósito, o que levou ao naturalismo einsteniano, e ao einstenismo religioso para os teístas que acham que Einstein acreditava em deus e adoram tomar isso como argumento em discussões teísmo x ateísmo, frequentemente usando Einstein pra desmerecer seu maior alvo, o ateu Hawking.
      Bom, escolhi ser ateu baseado em algum conhecimento e confiança no método científico junto com minha forma pessoal de pensar, mas Hawking e outros escolheram mais exclusivamente segundo um conhecimento de física muito maior que o nosso, e, desculpem os einstenistas e einstenistas-teístas, maior também que o de Einstein.
      Não estou dizendo que Hawking é mais genial que Einstein, estou dizendo que ele tem mais conhecimento e por isso suas conclusão são mais relevantes para a ciência – incluindo as descobertas que o próprio Einstein fez, Hawking teve acesso a muito mais informações que Einstein teve em sua época, assim como o próprio Einstein teve mais informações que Newton, é simples assim, o que Einstein fez foi importante independente do que ele acreditava, mas a ciência não adota deuses, o que Einstein fez foi contribuir, e não criar uma religião, a ciência continuará se melhorando, cada vez mais, independente de quem a marcou, embora não sejam esquecidos.
      Abraços

    • EDSON_HYPE:

      Bom Lobo Pai, frequentemente podemos perceber que tudo, praticamente tudo, que coloca ciência x religião, Deus x nada, propósito x acaso é um chamarisco para discussões sem fim. No entanto, é natural que tenhamos a tendência de opinarmos a respeito disso e colocar a nossa visão de mundo.

      Só um momento! Deistas! Por favor! Parem de dizer que Einstein era deísta, pois ele acreditava em Deus de forma diferente. Isto é um argumento fraco para debater com um ateu! Sejam mais inteligentes!!!

      Ateus, parem de dizer que reliosos são menos inteligentes! Isto não é verdade! Há muitas pessoas com grande inteligência e conhecimento que são deísas e há muitos ateus “burros” e vice-versa! Religião não define inteligência!

      ok???!!! Ufa!!!… Agora vamos voltar ao assunto…

      Realmente, estudar ciência é como mergulhar em
      belezas inescrutáveis e inefáveis. Para alguns é como partir o bolo e identificar alguns de seus ingredientes, mesmo que o Confeiteiro tenha que ser ignorado por não estar refletindo as frequências aceitáveis pela sua retina.

      Mas, sinceramente, eu tenho minhas dúvidas que um cientista, por mais ateu que seja, passará toda a sua vida ateísta sem que sequer, numa bela noite estrelada, possa passar em sua cabeça um “será?”.

      Gosto da posição do Jonatas (Aliás já tivemos ótimos debates) porque ele não descarta a possibilidade (probabilidade) de estar enganado em relação a existência de um Ser Superior, mesmo sendo um ateu. É diferente daqueles ateus que se acham mais inteligentes do que deístas ou que os tratam desrespeitosamente. O inverso também ocorre, por isso digo aos deístas: Respeitem os ateus, pois são seus irmãos.

      Agora, vejamos um belo cavalo correndo em um pasto verdejante. Há várias formas de analisar esse evento:

      1 – Um veterinário o observa e define o quão saudável é o animal;
      2 – Um fazendeiro o observa e define quais são suas características para cavalgada;
      3 – Uma pessoa qualquer o observa e, imparcialmente, contempla a beleza do animal, do lugar e do momento.
      4 – Um cientista fanático o observa e enxerga um amontoado de moléculas, ou átomos, ou partículas subatômicas, ou quem sabe “cordas” (depende do grau do óculos do indivíduo) com inúmeras interações, sendo que cada pulo do cavalo não é um pulo, mas uma luta entre as partículas e a distorção do espaço-tempo…

      Onde eu quero chegar? Quero dizer que a superdosagem de ciência cética pode gerar o efeito colateral de aproximar-se do “como” mas afastar-se do “porquê”.

    • aguiarubra:

      EDSON_HYPE

      P.: “…Onde eu quero chegar? Quero dizer que a superdosagem de ciência cética pode gerar o efeito colateral de aproximar-se do “como” mas afastar-se do “porquê”…”

      Comentário: explêndido! Recomendo-lhe:
      —> “A NOVA INQUISIÇÃO: O RACIONALISMO IRRACIONAL E A FORTALEZA DA CIÊNCIA”, de Robert Anton Wilson, ed. Madras

      —> “O MOMENTO CRIATIVO: MITO E ALIENAÇÃO NA CIÊNCIA MODERNA”, de Joseph Schwartz, Editora Best Seller

      —> “TÉCNICA E CIÊNCIA COMO IDEOLOGIA”, de Jurgen Habermas, Edições 70

  • Edoardo Riemer:

    Pois é, ciência está querendo (porém, não conseguindo) dizer que o Universo foi criado? Entendi direito… rsrsrsrs… Que ironia…

    • aguiarubra:

      Edoardo Riemer

      Não, camarada, os cientístas estão cada vez mais confusos com o que as teorias prevêem e com o que “não encontram” na Natureza!

      Mas isso é a dinâmica científica. Quando abundam lacunas, refazem-se os cálculos! O problema é que SEMPRE as respostas levantam mais perguntas do que respondem!!!

  • Moises Cristiano:

    Interessante ler e refletir a partir das descobertas científicas. Cada vez mais me convenço da extraordinária estrutura das coisas. A descoberta do Bóson de Higgs foi mais uma dessas coisas extraordinárias. O mais interessante de tudo é de que um estudo profundo e a reflexão podem explicar algo elementar em toda a explanação. Falta um elo. Insistentemente o elo, desde o minimamente pequeno até o assombrosamente grande. Reflito muito sobre isso e, cada vez mais, a Ciência me dá respostas. Naturalmente que sim, existe um elo. E a Ciência está permitindo ver isso.

  • Mateus Gouvea:

    Deus é este mecanismo que ainda não foi ”pensado”….

    • Davi Chagas:

      Exato, muitos talvez não saibam, mas os grandes pais da ciência eram sim criacionistas, basta analisarmos o fato de que Sr Isaac Newton escreveu mais sobre teologia do que a própria ciência, embora concordo com nosso amigo EDSON_HYPE e diga-se de passagem que o que me surpreende nos comentários acima é o respeito mutuo de diversas pessoas com analogias em prismas diferentes. Obviamente que da mesma forma que há dúvidas para o Criacionista sobre a existência de Deus também há dúvidas para os Ateístas sobre a não existência de Deus e em minha humilde opinião o elo entre essas dúvidas está justamente em seu comentário, onde se me permite adicionaria mais uma coisa, tirando todo o pré-conceito e se analisarmos a teoria do D.I vamos ver que o elo citado em seu comentário fica de fácil compreensão com embasamento em tal teoria. Para os que creem em Deus (me incluo) fiquem com Deus e aos que não creem que passem bem 🙂

  • Daum Comm:

    É simplesmente fantástico e surreal o fato de teorias tatearem o desconhecido afirmando o que, mais tarde, prover-se-á existente, como foi no caso do bóson de Higgs.

    Se bem observarmos, o avanço da Ciência dá-se como a um “destilado de teorias”.

  • Lucas Noetzold:

    Então a bíblia estava certa? (metáfora)

  • Mauro Neto:

    Alguma sugestão de texto bom/completo para aprofundamento sobre o conceito de “naturalidade” do Einstein? Não entendi direito essa parte da matéria, e também a relação valores das contantes x possibilidade de existência de vida no universo…
    Valeu!

  • Rodolfo Denk Neto:

    Mas o que os cientistas estão dizendo? O que se entende por “naturalidade”? Ficou obscuro esse conceito. Fiquei confuso, nao sei se sou burro demais, ou a matéria não explicou de forma clara!

    • Leandro Pereira:

      a questão, Rodolfo, pelo que eu interpreto do que li, é que o universo, embora tenha leis que são comuns a tudo o que conhecemos, permite regras totalmente diferentes, e que todas elas sejam válidas, inclusive ao mesmo tempo. É a visão de que as coisas não SEJAM, mas ACONTEÇAM.
      Portanto, a nossa visão do que existe(natural) é parcial, porque não leva em consideração o que não existe(não natural). Não sei se eu piorei eu sou um leigo, alguém que interpretou uma idéia baseada em outras coisas que eu vi por ai 🙂

  • D:

    Além dessa noção de naturalidade de Einstein, existe alguma razão que obrigue as leis que percebemos a serem as mesmas em todo o universo?

    • sergio_panceri:

      desconsiderando qualquer insinuação/alegação da minha parte,..
      eu, particularmente, acho que não. dificilmente poderemos usar as mesmas leis físicas em qualquer parte do universo.

    • aguiarubra:

      D

      No MICROCOSMOS (infra-estrutura atômica e sub-atômica), valem as teorias da Mecânica Quântica.
      No COSMOS (estrutura da percepção humana), valem as leis da Mecânica Clássica.
      No MACROCOSMOS (super-estrutura da Cosmologia Astro-física), vale a Mecânica Relativistica.

      Há esforços para unificar esses diferentes domínios estruturais da Física, esforços que desde Einstein se mostram infrutíferos. Mas um dia desses alguém fará essa unificação, tenha certeza!

      No entanto, essa unificação abarca apenas 4% da realidade observada. Os outros 96% será desafio para séculos futuros. E mesmo após estes séculos, ninguém está seguro que não haverá mais “surpresas” nas estruturas do real.

      Fique certo que o “naturalismo metafísico” da Ciência é um mero intermezzo passageiro a uma etapa ainda mais sofisticada do que a que temos agora, pois cada avanço científica só aumenta ainda mais as complexidades escondidas na Natureza.

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