Apenas 5% da grama do mundo é preservada

Por , em 8.06.2019

No que se trata de conservação ambiental, é importante proteger os oceanos e as florestas tropicais, mas não podemos nos esquecer das pradarias.

Apenas 5% dos prados remanescentes da Terra são preservados, tornando-os o bioma menos protegido.

A má notícia é que os seres humanos já destruíram mais de 90% da grama do planeta, principalmente para produzir comida. O pouco que resta fica frágil porque a sazonalidade das pastagens a torna vulnerável ​​às mudanças climáticas.

E o que resta?

1. Serengeti – Tanzânia

Esta savana é um dos ecossistemas mais antigos da Terra. Os ecologistas acreditam que o clima, a flora e a fauna da região praticamente não mudaram nos últimos milhões de anos.

Embora a planície seja bem protegida pelo Parque Nacional Serengeti e pela Área de Conservação de Ngorongoro, a população humana já está beliscando suas margens. Gado pastando vagueia pelas áreas protegidas, e invasores ilegais matam grandes mamíferos cujos excrementos ajudam a alimentar as plantas.

2. Pradarias de Banni – Índia

As vastas planícies de Gujarati permaneceram praticamente intactas até a década de 1960, quando duas grandes mudanças começaram a afetar o ecossistema.

Primeiro, o governo plantou Prosopis juliflora para proteger a região contra os pântanos salgados do norte, mas o arbusto invasivo acabou sufocando as plantas nativas.

Na mesma década, os humanos represaram os rios para redirecionar a hidratação para as plantações. Sem esses fluxos para diluir a água do mar, cerca de metade do solo no Banni é agora salgado e infértil.

3. Estepe mongol – China, Mongólia, Rússia

Mais de 886 mil quilômetros quadrados de pradarias temperadas se estendem do nordeste da China à Sibéria. A seca e a mineração já estão encolhendo o estepe, e um impulso em direção à privatização tem exacerbado a perda.

Além disso, ao invés de um gado nômade tradicional, que não agride a flora, agricultores têm cultivado rebanhos maiores em terras menores. A crescente demanda por caxemira também impulsionou um aumento de caprinos domesticados, que comem raízes, tornando mais difícil a regeneração das plantas.

4. Grandes Planícies – América do Norte

Apenas metade dos 720 milhões de acres originais da planície do Meio-Oeste americano ainda é selvagem. O fim da pradaria começou quando os colonos do século XIX mataram entre 30 e 50 milhões de bisões, um mamífero que roça e que fertilizava a flora nativa.

Ao mesmo tempo, os agricultores rapidamente converteram o mar de grama em plantações de trigo e milho. Os EUA ainda perdem mais de 1,5 milhão de acres para a agricultura a cada ano.

5. Pampas – Argentina

Graças ao solo fértil no leste da Argentina, a agricultura de trigo, milho e soja se intensificou no final dos anos 1980 e início dos anos 1990.

Hoje, impulsionada pela demanda global crescente, a soja se tornou a cultura dominante, em detrimento da terra. As plantações sugam nitrogênio, fósforo e potássio do solo mais rapidamente do que os agricultores podem substituí-los.

As pessoas também estão ocupando espaço: mais da metade dos argentinos reside em grandes cidades como Buenos Aires, que costumavam ser prados selvagens. [POPSCI]

1 comentário

  • Renan Altair Nardi:

    Quanto à Argentina não é demais dizer que soja não retira mas repõe nitrogênio no solo.

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