As 15 galáxias mais bizarras do universo
Você sabe quantas galáxias existem no universo? Os cientistas não têm certeza, mas estimam entre 100 e 200 bilhões delas.
Logicamente, não são todas iguais e algumas são inclusive bem esquisitas. Como estas:
1. Galáxia que parece uma água-viva (ESO 137-001)
A ESO 137-001 fica na constelação Triangulum Australe e se parece com uma água-viva nadando em um mar de estrelas.
Isso não é tudo que é esquisito sobre ela, no entanto. Cientificamente, o curioso é que essa galáxia – classificada como “espiral barrada” porque suas estrelas formam uma espiral com um centro em forma de barra – possui um processo de formação de estrelas misterioso. De acordo com a NASA, suas estrelas se formam em uma cauda de poeira e gás invisível ao olho nu que deveria ser muito quente para permitir tal concepção.
2. Galáxia quase sem matéria escura (NGC 1052-DF2)
Em 2018, o Telescópio Espacial Hubble detectou algo muito estranho: uma galáxia que parecia quase desprovida de matéria escura, a NGC 1052-DF2.
Isso era especialmente bizarro porque a matéria escura existe em abundância no universo, ou seja, em quantidades muito maiores do que a matéria normal (aquela que podemos ver, que forma estrelas, planetas, nós, as plantas etc).
Um ano depois, um estudo publicado na revista científica Monthly Notices of the Royal Astronomical Society solucionou o mistério: o objeto não estava a 65 milhões de anos-luz de distância, como pensávamos inicialmente, mas sim a 42 milhões de anos-luz de distância. Isso mudou todo o cálculo para sua quantidade de matéria escura, tornando-a tão comum quanto a maioria das outras galáxias do universo.
3. Galáxia morta ou “zumbi” (MACS 2129-1)
A MACS 2129-1 é o que os cientistas chamam de “galáxia morta”. Embora gire duas vezes mais rápido que a Via Láctea, não é nada ativa – não tem formado nenhuma estrela por 10 bilhões de anos, por exemplo.
A descoberta deste objeto confundiu os cientistas porque eles pensavam que esse tipo de galáxia se formava ao se juntar com galáxias menores. As estrelas de MACS 2129-1, porém, se formaram antes, no disco original da galáxia. Agora, a nova teoria sugere que essas galáxias “zumbis” de alguma forma “rearranjam” suas estruturas conforme envelhecem.
4. Galáxia canibal (NGC 224)
A galáxia de Andrômeda, nossa maior vizinha, é uma espécie de gulosa que tem devorado galáxias menores há pelo menos 10 bilhões de anos.
Mais do que isso: os pesquisadores estimam que, em 4,5 bilhões de anos, a Via Láctea irá se fundir com ela, embora não esteja claro quem vai devorar quem nesse cenário macabro.
A boa notícia (ou realmente má notícia) é que provavelmente não estaremos vivos para presenciar esse evento, uma vez que a vida na Terra depende do sol e a transformação de nossa estrela pode torná-la impossível entre 1 e 5 bilhões de anos.
5. Galáxia em forma de girino (HCG 98)
Uma galáxia com uma estranha forma de girino foi descoberta a trezentos milhões de anos-luz de distância de nós. Sua cauda tem nada menos do que 500.000 anos-luz: é 10 vezes maior que a Via Láctea.
Os cientistas creem que seu formato bizarro é devido a uma colisão cósmica que levou a junção de três galáxias: duas galáxias de disco que puxaram uma galáxia anã menor. A maioria das estrelas acabaram “agrupadas” no que parece a “cabeça” do girino, com outros objetos espaçados em uma longa “cauda”.
Em alguns bilhões de anos, entretanto, essa forma vai mudar: as galáxias devem se fundir com outras ainda na vizinhança.
6. Galáxia ladra (W2246-0526)
Como já deu para perceber, galáxias colidem, se fundem e roubam estrelas umas das outras. Esse também é o caso de W2246-0526: em 2018, pesquisadores notaram que ela estava “puxando” massa de três outras galáxias próximas.
A 12 bilhões de anos-luz de distância, essa é a observação direta mais distante que temos do que é conhecido como “canibalismo galáctico”, além de ser o único exemplo que temos de uma galáxia “roubando” massa de mais de um vizinho de uma só vez.
7. Galáxia anã muito antiga (Little Cub)
A galáxia chamada de “Little Cub” é curiosa por mais do que seu nome fofo (em tradução literal, algo como “Filhotinho”, porque é uma galáxia anã que fica na constelação de Ursa Maior).
Uma vez que ela está dormente praticamente desde o Big Bang, pode conter moléculas intocadas que mostram exatamente como o universo era logo após seu nascimento, 13,7 bilhões de anos atrás.
Infelizmente, a Little Cub está sendo devorada por sua vizinha NGC 3359, mas a observação deste evento ainda pode oferecer aos cientistas informações valiosas sobre as primeiras moléculas do universo.
- A história das primeiras estrelas e galáxias, de acordo com 20 anos de simulação do universo inicial
8. Galáxia superativa (ESO 381-12)
A ESO 381-12 é uma galáxia a 270 milhões de anos-luz de nós localizada na constelação de Centauro. É chama de “lenticular”, uma espécie de “galáxia híbrida” que seria um meio-termo entre uma galáxia espiral e uma elíptica.
O interessante sobre ela são as “pétalas” irregulares que saem de seu corpo galáctico central, estruturas ou aglomerados de estrelas que os cientistas não sabem dizer como se formaram. É possível que tenham florescido de ondas de choque graças a uma alguma colisão galáctica próxima e recente, que teria “abastecido” a ESO 381-12 com novo gás para a formação de estrelas.
9. Galáxia com núcleo misterioso cheia de supernovas (Messier 83)
A Messier 83 é uma galáxia espiral barrada localizada a 15 milhões de anos-luz de distância de nós, na constelação Hydra.
Ela é estranha por dois motivos: um deles é que parece ter um núcleo “duplo”. Isso pode ser devido a ter dois buracos negros supermassivos, ou pode ser o efeito de um disco desigual orbitando um buraco negro central.
O segundo é que parece ser uma fonte rica de supernovas. Já observamos diretamente seis dessas explosões estelares na Messier 83, além dos resquícios de mais 300.
A galáxia não é única nessa característica bizarra – astrônomos já observaram nove supernovas na NGC 6946, por exemplo.
10. Galáxia escondida (Vermin)
A imagem não é das melhores, mas o que você enxerga nesta fotografia é uma mancha no canto inferior direito – a “galáxia de Vermin” – começando a passar atrás de uma estrela (que parece uma esfera com espetos, ou um dente-de-leão).
Em 2020, a estrela irá obscurecer totalmente a galáxia. Antes disso acontecer, os cientistas querem estudar o espectro de luz conforme ela faz o trânsito pela estrela, talvez descobrindo alguma coisa sobre os objetos ao redor desse casal estranho.
11. Galáxia que parece um olho (IC 2163)
Esse par de “olhos” galácticos são na verdade poeira e estrelas de duas galáxias: a IC 2163 (à direita na imagem), uma galáxia que tem se esfregado na sua vizinha NGC 2207 (à esquerda).
Os pesquisadores descobriram que os gases desses “olhos” correm em direção ao centro da IC 2163 a 100 quilômetros por segundo até desaparecerem como ondas chegando na praia, tornando-se mais lentos à medida que avançam em direção ao núcleo da galáxia. Tal diminuição de velocidade ajuda na acumulação de gás, o que por sua vez poderia tornar mais fácil a formação de novas estrelas.
12. Galáxia com dois buracos negros supermassivos (NGC 7674)
A galáxia espiral NGC 7674 é diferente porque possui não somente um, mas dois buracos negros supermassivos separados por apenas um ano-luz.
Essa bizarrice é provavelmente resultado de uma colisão com fusão com outra galáxia. O único outro objeto conhecido que possui dois buracos negros é a galáxia 0402+379.
13. Galáxia tão veloz que não se alimenta (NGC 1277)
A NGC 1277 é uma galáxia morta, que não forma estrelas há pelo menos 10 bilhões de anos. Os astrônomos acreditam que isso tenha acontecido porque ela se move rápido demais para capturar em seu campo gravitacional e se fundir com outras galáxias – para sermos exatos, a 3,2 milhões de quilômetros por hora. Sem gás e poeira de outras fontes, a NGC 1277 parou de criar estrelas.
14. Galáxia se aproximando de nós (Messier 90)
A maioria das galáxias que observamos parecem estar se afastando da Terra – o que é normal, uma vez que o espaço está se expandindo.
Messier 90 – parte de um grupo de galáxias chamado de Aglomerado de Virgem – é uma das bizarras exceções.
Essa galáxia espiral está a cerca de 60 milhões de anos-luz de distância de nós, se movendo em direção à Via Láctea. Os astrônomos sabem disso porque a luz advinda dela tende ao extremo azul do espectro de luz. Objetos se afastando da Terra tendem para o vermelho.
15. Lar, doce – e estranho – lar (Via Láctea)
Em um estudo recente publicado em outubro deste ano, astrônomos relataram que quatro galáxias anãs e duas galáxias grandes (chamadas de “Corina” e “Fornax”) costumavam orbitar a Grande Nuvem de Magalhães, uma de nossas vizinhas, a cerca de 163.000 anos-luz de nós.
Advinha onde estão essas seis galáxias agora? Em órbita da Via Láctea. Ao que tudo indica, nossa galáxia faz parte do grupo “espertinho” de ladras galácticas.
A pesquisa também descobriu que a Grande Nuvem de Magalhães é mais estranha do que pensávamos. Ela hospeda diversas galáxias anãs, algumas tão minúsculas e fracas que sequer têm estrelas, apenas matéria escura. [LiveScience]