As cidades submersas de 1.800 anos na China
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Se um dia você resolver viajar para o Lago de Qiandao, terá a chance de visitar duas metrópoles de 1.800 e 1.400 anos de idade, totalmente submersas.
O “Lago das Mil Ilhas”, na sua tradução em português, é chamado assim por possuir 1.078 grandes ilhas e milhares de pequenas, e fica localizado em Zhejiang, a cerca de 150 km de Hangzhou, na China.
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No seu fundo, ficam as cidades de Shicheng e Hecheng (ou Shi Cheng e He Cheng), pensadas como perdidas por 40 anos.
Ao contrário de outros locais históricos que foram parar no fundo de rios e mares após serem vítimas de tragédias, as cidades não foram exatamente “perdidas”, mas sim deliberadamente sacrificadas.
Os assentamentos da Dinastia Han perderam-se sob as águas crescentes do lago artificial em 1959, após a construção de uma hidrelétrica nas proximidades. Agora, fossilizam lentamente sob mais de 30 metros de água.
![Qiandao LAKE7](https://hypescience.com/wp-content/uploads/2014/02/Qiandao-LAKE7.jpg)
Ironicamente, as metrópoles submersas hoje são um exemplo muito bem preservado do urbanismo desta antiga dinastia, incluindo cerca de 265 arcos de pedra bem conservados.
O sacrifício e a redenção
Em 1959, o governo comunista da China construiu sua primeira usina hidrelétrica no condado de Chun’na, a Usina Hidrelétrica de Xin’anjiang, para abastecer cidades do leste do país como Shanghai e Hangzhou.
Com isso, as antigas metrópoles Shicheng e Hecheng foram afundadas no Lago de Qiandao, junto com cerca de 27 aldeias e mil vilas. 290 mil habitantes tiveram que migrar da região.
Hecheng foi uma cidade comercial e próspera construída há 1.800 anos, enquanto Shicheng, também conhecida como Cidade do Leão, possui 1.400 anos e foi um centro político, econômico e cultural.
Os estudiosos pensavam ter perdido esse pedaço da história chinesa para sempre, mas, entre 2001 e 2011, o governo local organizou cinco expedições para descobrir detalhes sobre o alagamento, e percebeu-se que muita coisa das antigas cidades ainda estavam inteiras, como vigas, escalas e tijolos de casas, pátios, esculturas bem trabalhadas, portões, arcos, cemitérios e até uma telha esculpida com a frase “Fabricado no 15º ano do Imperador Guangxu”.
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Agora, as cidades submersas se tornaram um destino turístico de aventura para viajantes e mergulhadores, que têm a chance de conferir as ruínas litorâneas de uma civilização incrível.
Atualmente, a Usina de Xin’anjiang está quase inativa e o Lago de Qiandao já perdeu seu sentido como fonte de energia elétrica. Foi sugerido que o nível do lago fosse baixado para trazer as cidades novamente à tona, mas elas estão debaixo d’água há 50 anos, e especialistas creem que não resistiriam à mudança do ambiente.
Além disso, o lago se tornou uma fonte da água potável para fabricação de cerveja e água mineral, e baixar seu nível poderia prejudicar os interesses econômicos da região.
Quem estiver disposto a encarar 30 metros de água acima da cabeça, no entanto, ainda será capaz de disfrutar da visão dessas antigas maravilhas. [Gizmodo, PapoViagem, CRI]
1 comentário
Não canso em recorrer aos ensinamentos do Hypescience!
É simplesmente maravilhoso…
Marne