Bebês entendem gramática complexa muito mais cedo do que se pensava

Por , em 24.08.2011

Segundo uma nova pesquisa, crianças são capazes de compreender gramática complexa muito mais cedo do que se esperava.

Ao aprender uma língua, as crianças devem entender o significado das palavras, bem como a forma de combiná-las em uma frase para comunicar um significado.

Crianças de 2 anos de idade raramente combinam mais de duas palavras juntas, por exemplo, dizendo “mais suco”, mas ainda não formam frases completas.

No entanto, novas pesquisas sugerem que, mesmo antes dos 2 anos e de falar sentenças completas, as crianças são capazes de entender a construção gramatical e usá-la para fazer sentido do que ouvem.

“Estudos sugeriam que as crianças entre 2 e 3 anos começam a construir a sua compreensão gramatical gradualmente, ao ver e ouvir as pessoas”, afirma a pesquisadora Caroline Rowland. “Pesquisas mais recentes, no entanto, dizem que mesmo aos 21 meses, as crianças são sensíveis aos diferentes significados produzidos pela construção gramatical particular, ainda que não consigam articular as palavras corretamente”.

Os pesquisadores mostraram imagens de desenho animado de coelho e pato a crianças de 2 anos e pediram que cada uma combinasse as ilustrações com frases contendo verbos inventados.

Uma imagem tinha um coelho fazendo uma ação (interagindo) com o pato, levantando sua perna, por exemplo. A outra era uma imagem dos animais agindo de forma independente, tais como balançando uma perna.

“Nós então usamos frases com verbos inventados que indicavam interação, por exemplo – o coelho está ‘didificando’ o pato – e pedimos para elas apontarem a imagem correta. Eles escolheram a imagem correta com mais frequência do que seria de esperado se fosse por acaso”, disse Rowland.

A pesquisa sugere que a linguagem de uma criança não reflete necessariamente o seu pleno conhecimento da língua e da gramática. “O início da aquisição da gramática começa muito antes do que se pensava anteriormente, mas mais importante, demonstra que as crianças podem usar a gramática para trabalhar o significado de palavras novas”, completa Rowland. [LiveScience]

9 comentários

  • Lilian:

    Isso que os bebês fazem pode ser chamado de assimilação contextual. Não tem nada a ver com a gramática em si.

  • francisco:

    uma multidão entendia mais de gramática enquanto bebes quanto entende hoje.

  • Gabriel:

    E depois tem gente que diz “ah, eu não sei português!” ou ainda, escreve uma coizinha errada e um cara do lado diz “NOSSA, COMO VOCÊ É BURRO!”. Alguém precisaria difundir mais algumas teorias sociolinguísticas em escolas pra evitar esse tipo de preconceito… mas até aí, a nação só dá prioridade pra ciências exatas, quem é que liga pra essa tal de língua portuguesa?

    • Renato Rodrigues:

      “coizinha”???
      NOSSA, COMO VOCÊ É BURRO!

    • Gabriel:

      Viram, crianças, foi exatamente esse tipo de comentário infeliz que eu quis dizer que seja exterminado. Um simples deslize de digitação e já lhe pregam na cruz. Mas dizer “vamu” ao invés de “vamos” e “cê” no lugar de “você” todo mundo diz, mas como a fala não é tão rígida como a escrita, dá pra deslizar um pouquinho mais. Mas ai daquele escreve “excessão”!

    • Renato Rodrigues:

      Perdeu, prebói. Escreveu, não leu? Eu venho e Créééééuuuu.
      =P

    • Rosana Oliveira:

      Eu não falo “vamu” e nem “cê”. Não falo “cê” porque não sou caipira.
      Não é tão difícil escrever “exceção”. É só ter costume básico de leitura. Ler um jornal, uma revista, um outdoor não deixa ninguém cego. Conheço muitas pessoas com preguiça de ler até rótulos de alimentos.

  • Ladislau Neto:

    Interessantíssimo.
    Já há um tempo eu conclui que nossa fase de maior genialidade é quando bebês.
    É incrível a complexidade do que eles podem aprender simplesmente do nada.
    Pra mim é, um dos ramos mais promissores da pesquisa científica.

  • João:

    Depende da criança, o Lula não entendeu até hoje.

Deixe seu comentário!