Como criar filhos inteligentes de acordo com este estudo de 45 anos

Por , em 13.09.2016

O Estudo de Jovens Matemáticos Precoces (SMPY, sigla em inglês) está em seu 45º ano de duração, acompanhando as carreiras e realizações de 5 mil indivíduos com talento em matemática, ciências e habilidades verbais. Tudo começou quando estes participantes eram apenas crianças ou adolescentes, e passaram a ser analisados por pesquisadores das universidades Johns Hopkins e Vanderbilt (EUA).

Este trabalho – que acompanha os participantes nas idades de 18, 23, 33, 50 e 65 anos – já rendeu mais de 400 artigos científicos e sete livros, e é considerado a melhor fonte do mundo sobre como ajudar crianças a desenvolverem seus talentos intelectuais. Hoje, vários desses participantes do SMPY são cientistas conhecidos em instituições norte-americanas.

Para selecionar os participantes, os pesquisadores utilizaram testes padrões, além de fazer parceria com o programa do Centro de Jovens Talentosos da Universidade Johns Hopkins. Este programa aceita apenas os alunos top 1% que passaram na prova de seleção da universidade. Entre os jovens selecionados por ele estão Mark Zuckerberg, Lady Gaga e o co-fundador do Google, Sergey Brin. “Quer gostemos ou não, essas pessoas controlam nossa sociedade”, diz Jonathan Wai, psicólogo envolvido na identificação de talentos precoces da universidade.

Resultados

Os resultados desta pesquisa contrariam vários outros estudos ao sugerir que a inteligência herdada dos pais e estimulada na infância superam a repetição quando se trata de se especializar em alguma coisa. A habilidade cognitiva das crianças tem maior efeito nas conquistas da vida adulta do que a prática constante e outros fatores como o status socioeconômico da família.

Basicamente, o SMPY diz que se você é inteligente e é identificado desta forma desde pequeno e é estimulado a se desenvolver, você vai se dar bem na vida profissional.

Críticas

Trabalhos como o SMPY têm sido criticados por colocar muita ênfase nas crianças mais inteligentes. Especialistas alegam que aqueles com um potencial apenas um pouco mais limitado que os pequenos gênios são ignorados. Além disso, a pressão de ser classificado como “inteligente” quando criança pode prejudicar o desenvolvimento dessas pessoas.

Genética ou criação?

Apesar disso, o estudo não mostra de forma conclusiva que há apenas um fator que vai garantir que seu filho vai crescer e virar o próximo Steve Jobs. Vários estudos diferentes tentam avaliar as influencias da criação e das características inatas, e a conclusão geral é que as duas partes são igualmente importantes.

Um dos estudos diz que o apoio e amor dos pais na fase pré-escolar aumenta radicalmente a taxa de desenvolvimento do cérebro. Outro mostra que tarefas complexas que se tornam ainda mais difíceis com o passar do tempo trazem enorme benefício para a flexibilidade mental e conectividade neural.

Algumas dessas atividades são tocar um instrumento musical e ler com frequência, mas alguns jogos de vídeo game também apresentam esta qualidade. [IFLScience, Vanderbilt]

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