Poderíamos abandonar combustíveis fósseis em apenas 10 anos: estudo
O professor Benjamin Sovacool, diretor do Grupo de Energia de Sussex (Inglaterra), acredita que a próxima revolução energética vai acontecer em uma fração de tempo. O uso de combustíveis fósseis está com os dias contados.
Para isso ser possível, porém, um esforço global interdisciplinar deve acontecer, alerta ele. Esse esforço deve utilizar conhecimentos adquiridos nas últimas transições energéticas.
Em um artigo publicado na revista Energy Research & Social Science, Sovacool analisa essas transições do passado. A mudança de lenha para carvão na Europa, por exemplo, levou entre 96 e 160 anos para acontecer, enquanto a adoção da eletricidade levou apenas entre 49 e 69 anos.
Mas a próxima revolução tem tudo para ser ainda mais rápida, motivada pela escassez de recursos e com a ameaça da mudança climática. Isso tudo incentivou estudos e desenvolvimento de tecnologias que podem acelerar esta mudança para um tipo de energia limpa.
Revoluções ultrarrápidas
O estudo dá destaque para outras revoluções menos famosas que também aconteceram rapidamente. Uma delas é a mudança entre fogões de querosene para o gás liquefeito de petróleo (gás de cozinha) na Indonésia. Em apenas três anos, dois terços da população trocou seus hábitos de cozinhar. Ontário (Canadá) também viu o uso de carvão ir de 25% a 0% entre 2003 e 2014.
O que esses casos têm em comum? Uma intervenção forte do governo e incentivo de mudanças de comportamento do consumidor.
“Mudar para um sistema de energia limpa exigiria mudanças significantes na tecnologia, nas regulações políticas e nos preços, além do comportamento dos usuários”, diz o pesquisador. “Se permitimos que evolua sozinho, esse processo pode levar décadas. Mas aprendemos muito sobre transições passadas e acredito que transições futuras podem acontecer muito mais rapidamente”, conclui. [ScienceDaily]