Conheça os segredos de mulheres saudáveis pelo mundo

Por , em 17.01.2012

Qual o segredo para uma vida longa e saudável em nossa sociedade? De acordo com pesquisadores da longevidade, o caminho talvez seja agir como se morasse em outro lugar.

A todo momento vemos novos “segredos” para viver bem e por muito tempo surgirem. Azeite para o coração, vinho para a saúde, tofu para viver até os 100 anos, felicidade com a alimentação da Noruega…

Os locais do mundo em que geralmente somos estimulados a copiar são chamados de “Zonas Azuis”. Elas foram apontadas pelo explorador Dan Buettner e uma equipe de pesquisadores da longevidade, e descritas em seu livro “The Blue Zones: Lessons for Living Longer from the People Who’ve Lived the Longest” (As Zonas Azuis: Lições para ter uma vida longa, das pessoas que viveram o máximo”). Eles estiveram em regiões da Itália, Grécia, Califórnia e Costa Rica, onde as pessoas tradicionalmente se mantém saudáveis e alguns vivem até 100 anos ou mais.

Similarmente, existem os “Pontos Frios”, identificados pela médica Daphne Miller, autora do livro “The Jungle Effect”. Os pontos são cinco áreas no México, Islândia, Grécia, Japão e Camarões, com baixos níveis de doenças “ocidentais”, como infarto, depressão e alguns cânceres.

Todos querem viver uma vida boa e longa, mas não necessariamente ir até a floresta buscar plantas. É difícil para várias pessoas substituir completamente a manteiga por azeite de oliva e petiscos por castanhas.

Mas David L. Katz, diretor do Centro de Pesquisa para Prevenção de Yale, afirma que é crucial tentar isso. “Existem projeções de que um em cada três americanos terão diabetes em 2050”. Mensagem desesperançosa. Então vamos olhar em alguns locais chave para entender como podemos viver melhor.

Mulheres francesas se mantém magras comendo pequenas porções

De acordo com o best-seller “Mulheres Francesas não Engordam”, de Mireille Guiliano, o paradoxo de como as mulheres da França conseguem comer manteiga e gordura sem ganhar peso pode ser explicado em duas palavras: porções menores. Elas comem porções menores de comida fresca e de qualidade, em conjunto com um pouco de vinho rico em antioxidantes, distribuídos por várias refeições.

Elas também têm tendência a andar ao invés de ficar tentando ir para a academia. “Na França, elas sobem escadas. Muitos prédios são antigos e não têm elevadores”, afirma Steven Jonas, coautor do livro “30 Secrets of the World’s Healthiest Cuisines” (30 Segredos das Cozinhas mais Saudáveis do Mundo).

E ainda, o preço do combustível é muito caro, o que motiva as pessoas a caminharem. Tudo isso gera um índice feminino de doenças cardíacas e obesidade baixo (12%, comparado a 36% dos EUA).

Se você não tem tempo para comer várias vezes ao longo do dia, Jonas dá a solução: “Mesmo que rápida, uma refeição em casa com ingredientes integrais é melhor do que ir a um restaurante com porções grandes e calorias vazias”.

Escandinávia: da fazenda para a mesa

A tradição culinária do norte europeu é comer o que você – ou alguém próximo – plantou ou produziu. As palavras chave são local e frescor. Os nórdicos comem peixe rico em Omega-3, assim como alces e aves selvagens, que tendem a ser mais magras do que as de criação.

O estilo de vida dessas pessoas produz um nível de obesidade baixo, menor do que 8% em alguns países.
Apesar da falta de luminosidade, as pessoas da Islândia e a Escandinávia sofrem menos depressão do que os americanos, provavelmente por causa do estilo de vida.

Na Escandinávia, existe também exercício físico na produção de comida. “Eles gastam energia produzindo e colhendo”, explica o cientista nutricional Amy Lanou. “Mas isso não é viável em muitas regiões da América”.

Se ter uma plantação própria no quintal não é possível para você, uma simples viagem para uma fazenda ou campo pode conectá-lo com a comida e o exercício.

As conexões japonesas de valor familiar

A região japonesa de Okinawa é conhecida por ter a maior concentração de pessoas centenárias do mundo. Comparada com os EUA, eles têm 80% a menos de casos de morte por câncer de mama e menos da metade por câncer de ovário e cólon. As taxas de demência e doença cardíaca também são menores.

Como eles fazem isso? Em Okinawa, as pessoas praticam hara hachi bu – comer até estar 80% cheio. Um estilo de vida espiritual, que inclui meditação e orações, parece reduzir o stress – o que também parece reduzir as doenças relacionadas. Os baixos índices de câncer são creditados a uma dieta rica em fibras, arroz, soja, vegetais, frutas, peixe rico em Omega-3, e uma pequena porção de laticínios e carne.

Também fundamental é o senso de conexão e comunidade. “Nas Zonas Azuis como Okinawa, há um forte apoio social, laços familiares, e um valor agregado em continuar a estar ativo na sociedade com 80, 90 e 100 anos”, explica Buettner. “A ideia de comunhão é importante para reduzir o stress, o risco de doenças e para a longevidade”.

Gorduras boas levam a vidas longas no Mediterrâneo

A tão falada dieta mediterrânea já foi relacionada a uma vida mais longa e menor risco de doença cardíaca, diabetes, obesidade, câncer, Parkinson e Alzheimer. A dieta inclui gorduras boas (azeite de oliva, castanhas, peixe), proteínas magras, frutas ricas em antioxidantes e vegetais, e uma pequena quantidade de vinho.

Claro, tudo funciona quando se diz “basta”. “Comer como um italiano não significa mergulhar em um prato infinito de massa”, adiciona Buettner. “Em Zonas Azuis como a ilha de Ikaria, na Grécia, você vai encontrar famílias grandes que cozinham sua própria comida. E tem mais, exercício é parte da vida diária – não algo a ser sofrido durante a academia”.

7 coisas para começar a fazer hoje

Buettner está viajando de ônibus, na esperança de transformar as cidades americanas em Zonas Azuis. “Mais de 40% dos americanos fumavam nos anos 60, e apenas 20% fumam hoje”, aponta. “Nós podemos modificar nossa dieta e estilo de vida, também”.

“Em todas as Zonas Azuis eles comem menos do que nós, pelo menos 20%”, afirma Buettner.

1. Uma dica para diminuir as porções: “Ao invés de colocar travessas grandes de comida no centro da mesa, preencha travessas secundárias”.

2. E sempre se lembre das plantas. As dietas ricas em vegetais não são apenas ricas em antioxidantes e outros nutrientes importantes, mas também interessantes para a sua aparência. “Um prato de comida em Okinawa tem um quinto da densidade calórica de uma refeição tipicamente americana. Você pode cortar para uma fração das calorias”, afirma Buettner. Ele também sugere que se veja a carne como um extra, ao invés de principal, e adicionar grãos, legumes e castanhas.

3. Aprenda a amar a comida que te ama. Uma dieta de comida crua, vegetais e tofu parece bem estranha para nós, mas o gosto pode ser treinado. “Os americanos adoram gordura, sal e açúcar porque estamos acostumados com isso”, comenta Katz. “Mas estudos mostram que se você come mais alimentos integrais você aprende a preferir eles”.

Uma boa maneira de começar: procure pelos açúcares dissimulados, encontrados em muita comida pré-pronta. “Uma vez que você se livra disso, você vai preferir comidas menos açucaradas”, afirma Katz.

4. Sente-se e relaxe. Talvez seja pedir demais que você cozinhe todas as refeições. Mas você ainda pode comer como os franceses: alongue suas refeições em pelo menos 20 minutos. Você vai acabar comendo menos e aproveitando mais.

5. Levante-se. “As pessoas que vivem bastante não encaram o exercício físico como um sofrimento”, comenta Buettner. Pelo contrário, um pouco de movimento é uma parte constante na vida diária. Faça uma caminhada após a janta. Use menos o carro e o elevador.

6. Saia e divirta-se. Toda Zona Azul é conhecida pela vida social e familiar forte. Passe tempo com a família e se cerce de amigos com estilo de vida saudável – hábitos bons são contagiosos. Buettner também sugere que você se envolva com a comunidade, seja uma igreja, um grupo de arte ou organização voluntária; essas conexões podem adicionar anos para sua vida.

7. Fique tranquilo. Mesmo as pessoas mais saudáveis ficam estressadas algumas vezes. Mas o que elas têm, comenta Buettner, são estratégias diárias pare reduzir o stress. Medite, vá correr, jante com seu melhor amigo.

Não tem problema aproveitar um hambúrguer ocasional. O que importa é um padrão de vida cumulativo de aproveitar comida saudável, conexão com outros e se manter em movimento. E assim você pode planejar chegar aos 100 anos na Zona Azul brasileira. [CNN, Foto]

10 comentários

  • Carla Mattei:

    Por isso que agora estou preferindo grãos e massas integrais. Eles tendem a ser menos enjoativas do que os processados. E nunca gostei muito de comida pré-pronta!

  • gloria:

    Azeite puro é saudavel, mas como encontra-lo p\ comprar e usar? Vi um documentario sobre azeites, onde um nutrólogo diz”a quantidade de azeite existente nos mercados á venda é milhares de vezes maior q a produção de todas as oliveiras do mundo”, donde se deduz a falsificação, esas marcas comuns d azeites vendidas a preço popular são falsificados, pois tem prazo de validade,c\ conservantes trifosfato d sódio, e ñ trazem escrito na embalagem, porque sei q tem? Pois tenho alergias a esse conservante ao usar esses azeites baratos nacionais ou importados eu fico doente.Mas se eu comprar um azeite grego “Lichivia ou Colavita italino” eu ñ tenho alergias.Então , a qualidade quantidade e origem da comida são os principais motivos p\ uma vida longa e saudavel.

    • Ezio Jose:

      Glória;
      Existem azeites de oliva de boa qualidade, mas para saber qual azeite é o melhor vou dar-lhe uma dica. Sempre quando for comprar azeite, procure os extra-virgens (qualquer marca de reconhecida) com uma margem entre 0,5% à 0,7% de acidez. Estes são os melhores e mais consumidos nos países onde o hábito de ingestão desse óleo é comum. Porém, tem algumas regras para uso. Azeites com esses graus de acidez não devem ser fritos, pois perdem sua acidez; são mais especiais para saladas e também, aconselhável tomar uma colher do mesmo em jejum todos os dias.

  • Ezio Jose:

    Acredito que para se ter uma vida saudável é não privar os desejos e moderá-los na quantidade. Ademais, tudo que fazemos por obrigação forçada acaba-se trazendo resultados indesejáveis.
    Os maiores problemas do ser humano são “outros”. Sempre achamos com nossos “achismos” que devemos fazer tudo o que “os outros” fazem.

    • arpoador:

      Ezio, considero que v. fez 3 afirmações errôneas.
      1. Vida saudável não é ‘não privar os desejos’, mas um conjunto de escolhas e ações positivas, das quais moderar as quantidades certamente faz parte.
      2. A alimentação está com certeza entre os maiores problemas do ser humano, seja pela falta dela, pelo excesso ou por ser absurda. Além do mais, sua produção está ligada à econonomia, à dificuldades impostas pela natureza e à incapacidade de certos povos
      3. Devemos sim procurar fazer o que os outros fazem de comprovadamnete acertado e não fazer o que fazem de errado. Ora, se a Dieta Mediterrânea é comprovadamente positiva por que não difundi-la? Se a fast food mata para que cultiva-la?
      E precisamos reconhecer que devemos aos americanos o início da campanha contra o fumo.

  • maria severina do nascimento mascarenhas:

    Ótimo esse artigo. Uma aula de nutrição.
    Gostei de todo o conteúdo.

  • Dorothea:

    Olha que é difícil nos dias de hoje manter dieta saudável, a não ser que você more só. Propagandas como da coca cola, cervejas, faz a cabeça da moçada, fora outras de muitos besterês à fora. A conscientização tem que vir de cada um, mas muitos não se esforçam nem um pouquinho para conseguir, e a gente tem até medo que alguns entendam como um preconceito de nossa parte.

  • Roberto:

    Como se pode ver não há segredo, mas se voce sair à procura, poderá se dar mal, especialmente fora de hora e fora de casa.

  • Helô:

    Achei este artigo extremamente importante. Tenho tentado mudar meus hábitos de alimentação e vida no geral, e sei como é dificil se livrar de velhos vicios. Penso não só em boa forma mas em longevidade e qualidade de vida. Penso também que transmitir ao meu filho bons habitos, e tenho tentado entrar nessa onde de “vida saudadvel” gradativamente, pois como eu disse, nao é facil se livrar de velhos e péssimos habitos! Nem nos damos conta do mal que faz estes produtos industrializados, hoje não tomo mais refrigerante, nao por engordar mas por nao ser nada nutritivo! Aderi a esta causa, e aconselho a todos, por uma vida mais saudavel e feliz! valema pena

  • Eu to nem aí:

    Para ter uma vida saudável:

    Se alimente direito

    e

    Faça sexo

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