Criadores do Google e Facebook premiam cientistas com mais dinheiro do que o Nobel

Por , em 7.03.2013
Yuri Milner, Sergey Brin, Anne Wojcicki e Mark Zuckerberg

Yuri Milner, Sergey Brin, Anne Wojcicki e Mark Zuckerberg

Onze cientistas foram premiados no último dia 20 de fevereiro com US$ 3 milhões cada (cerca de R$ 5,82 mi) por seus trabalhos na área de biologia.

O “Breakthrough Prize in Life Sciences” (“Prêmio Revelação em Ciências da Vida”, em português) é um novo prêmio criado por gigantes da tecnologia liderados por Yuri Milner, empresário e filantropo russo que fez uma fortuna investindo em redes sociais.

Sergey Brin, cofundador do Google, Anne Wojcicki, fundadora da empresa de genética 23andMe e esposa de Brin, e Mark Zuckerberg, fundador do Facebook, também patrocinam o evento. O grupo planeja dar cinco prêmios anualmente.

Reconhecimento da ciência

A ideia do prêmio é reconhecer e apoiar a investigação sobre a compreensão e cura de doenças.

Segundo Milner, o Breakthrough Prize in Life Sciences, que oferece mais de duas vezes a recompensa de um Nobel, é uma declaração da importância dos cientistas a fim de aumentar a consciência de suas conquistas e incentivar uma nova geração de biólogos moleculares e geneticistas.

“Os jovens devem receber a mensagem de que não só as carreiras no esporte ou no entretenimento que obtêm reconhecimento público”, disse Milner.

Os premiados são livres para usar o dinheiro como bem entendem. Um deles já anunciou que planeja gastar parte do prêmio para trazer mais de 150 colaboradores para Amsterdã para um simpósio.

Ao contrário do Nobel, não há limite para o número de pessoas que podem compartilhar um prêmio, e não haverá cerimônia elaborada. Os vencedores integrarão a comissão de seleção para votar em futuros premiados.

Yuri Milner também já criou o Prêmio de Física Fundamental, no qual recompensou nove homenageados com U$ 3 milhões cada no ano passado.

Vencedores de 2013

  • Cornelia I. Bargmann, que investiga o sistema nervoso e comportamento na Universidade Rockefeller (EUA);
  • David Botstein, da Universidade Princeton (EUA), que mapeia marcadores de doenças no genoma humano;
  • Lewis C. Cantley, do Weill Cornell Medical College (EUA), que descobriu uma família de enzimas relacionadas ao crescimento celular e câncer;
  • Dr. Hans Clevers, do Instituto Hubrecht na Holanda, que estudou como os processos em células-tronco adultas podem dar errado e causar câncer;
  • Dr. Napoleone Ferrara, da Universidade da Califórnia em San Diego (EUA), cujo trabalho sobre o crescimento de tumores levou a terapias para alguns tipos de câncer e doenças nos olhos;
  • Titia de Lange, que trabalha com telômeros, as pontas protetoras nas extremidades dos cromossomos, da Universidade Rockefeller (EUA);
  • Eric S. Lander, do Instituto Broad de Harvard e do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (EUA), líder do Projeto Genoma Humano;
  • Dr. Charles L. Sawyers, do Memorial Sloan-Kettering Cancer Center (EUA), que investiga as vias de sinalização que levam a uma célula cancerígena;
  • Dr. Bert Vogelstein, da Universidade Johns Hopkins (EUA), que descobriu uma proteína que suprime o crescimento de tumores e desenvolveu um modelo para a progressão do câncer de cólon, amplamente utilizado na colonoscopia;
  • Robert A. Weinberg, do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (EUA), que descobriu o primeiro oncogene humano, um gene que quando mutado causa câncer;
  • Dr. Shinya Yamanaka, da Universidade de Kyoto (Japão) e dos Institutos Gladstone, em São Francisco (EUA), que tem feito um trabalho pioneiro no desenvolvimento de células-tronco.

Para mais informações sobre o prêmio ou os vencedores, acesse a página do Breakthrough Prize in Life Sciences.[TheScientist, TNYT]

2 comentários

  • Lucas Noetzold:

    parabéns por darem prêmio ao que mais vale

  • Falcone Big:

    Quem sabe no dia que a humanidade der mais atenção a ciência do que ao entretenimento crie-se mais estímulos que acelerem o processo de erradicação dos males que afetam todos seres vivos.

    Mas é uma pena que seja tão difícil o ser-humano largar a vaidade da disputa (leia-se esportes). Não que eu seja contra os esportes, mas, infelizmente nossa história revela que os esportes oficiais tem se tornado conjuntos fúteis de atividades para provar que um ser-humano ou determinado grupo é superior ao outro.

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