Diário secreto brutalmente honesto é descoberto sob o piso de um castelo francês
Quando você precisa esconder coisas importantes — seja dinheiro ou diários secretos sobre infanticídio — colocar debaixo das tábuas do assoalho pode ser uma boa opção. Foi literalmente o que um carpinteiro do século 19 fez: escreveu um diário cheio de segredos sob as tábuas de um piso que instalou em um castelo, na França, logo antes de pregá-lo.
A descoberta
Os compradores do Chateau de Picomtal, um castelo próximo da fronteira da Suíça, estavam trocando o assoalho e quando removeram as tábuas do velho piso tiveram uma surpresa interessante: um diário secreto.
Naturalmente era o diário do carpinteiro Joachim Martin, que vivia em Les Crottes, uma pequena vila rural próxima, e tinha muito tempo livre em suas mãos.
As 72 mensagens foram feitas a lápis, datadas entre 1880 e 1881 e escritas no decorrer de meses na parte de trás das tábuas do piso que instalava.
Padre mulherengo e infanticídios
Em sua maior parte eram fofocas da sua vila. Inúmeros trechos mencionam o padre como “mulherengo”. O diário do piso também inclui fatos chocantes em que o autor admite saber sobre uma série de infanticídios. Um antigo amigo de Martin matou quatro filhos recém-nascidos que teve com a amante: a horrenda antiga solução para falta de controle de natalidade. Ele também disse que os bebês teriam sido enterrados no solo de estábulos. Martin disse que deveria levar o segredo até a morte por causa da lealdade inconveniente. “Ele é meu velho amigo de infância”, o carpinteiro escreveu em conflito. “E a mãe dele é a amante do meu pai.”
Criticando a corrupção
As elucubrações das tábuas não eram exclusivamente sobre traições e mortes. Datado pouco antes da Revolução Francesa, Martin criticava veementemente a corrupção da Igreja e da administração pública local. Sua raiva era muito específica em relação ao abade, que dizia ser um pervertido. Afirmava que o homem usava o confessionário como seu disque sexo particular. As fiéis eram obrigadas a detalhar ao abade Lagier quando haviam transado e detalhes sobre posições sexuais. O padre era “um mulherengo, lá está ele se curvando para as mulheres, enquanto os pobres maridos cornos precisavam ficar calados”.
É raríssimo encontrar diários antigos de pessoas não aristocratas narcisistas. A bruta honestidade de Martin (ele finaliza suas entradas sobre o abade com: “O porco deve ser enforcado) faz desses registros uma interessante janela na vida de um plebeu do século 19.
Se dirigindo aos futuros leitores de seus segredos
O carpinteiro sagaz também compreendia essas implicações já que se dirige aos leitores em várias passagens: “Feliz Mortal. Quando você ler isso, não estarei mais aqui”, incluindo: “Minha história é curta, sincera e franca, porque ninguém além de você verá meus escritos”.
É possível que Martin, um carpinteiro plebeu, soubesse que o único jeito de garantir que suas palavras seriam preservadas para eras posteriores seria escondê-las no lugar em que tinha certeza que permaneceria em bom estado: no castelo de um rico aristocrata. [Cracked, BBC]