E não é que um físico conseguiu criar um cristal de tempo

Por , em 13.10.2016

Sem entrar em muitos detalhes, um cristal do tempo é um objeto que parece ter movimento enquanto está em seu estado fundamental, o estado de mais baixa energia. Esta ideia foi proposta pelo ganhador do prêmio Nobel, Frank Wilczek, em 2012. Até então, o cristal só era possível na teoria, sem nunca ter sido observado na prática.

Agora, cientistas da Universidade de Maryland (EUA) conseguiram construir um cristal do tempo que funciona. O experimento envolveu criar um sistema quântico, onde um grupo de íons forma uma estrutura em forma de anel em seu estado fundamental.

Para observar a movimentação, os pesquisadores usaram um sistema que muda com o tempo. Eles usaram íons de itérbio, prendendo-os em um estado fora do equilíbrio que os mantinham em um determinado local, com spins interagindo entre eles. Depois, um laser foi usado para mudar o spin de alguns íons, criando oscilações contínuas.

Os resultados foram surpreendentes: depois de observar e permitir que o sistema quântico se desenvolvesse, as interações contínuas estavam acontecendo com o dobro do período original. Já que não havia uma força em ação naquele período, a única explicação é que a simetria de translação do tempo foi quebrada, permitindo que esses períodos mais longos. Em outras palavras, eles criaram um cristal do tempo.

O curioso sobre o cristal do tempo é que ele não utiliza energia para produzir o movimento, mas também não produz nenhuma energia. Não é possível extrair energia dessa movimentação, já que qualquer perturbação interromperia esse movimento.

Agora o experimento deve ser reproduzido em outros laboratórios para confirmar a reprodutibilidade da pesquisa. Mesmo assim, em pouco anos, algo que parecia impossível passou a ser provável de acordo com a teoria e agora foi comprovado na prática.

Os cristais do tempo podem ser úteis no problema da memória quântica, impulsionando a pesquisa com computadores quânticos. [Futurism, MIT Technology Review]

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