Estrelas e galáxias em formação: As surpreendentes descobertas do James Webb
Recentemente, o Telescópio Espacial James Webb (JWST) realizou uma pesquisa inovadora no céu noturno, revelando algumas das galáxias mais antigas já observadas. A pesquisa, chamada de JWST Advanced Deep Extragalactic Survey (JADES), utilizou a capacidade do telescópio de detectar luz infravermelha, tornando-o ideal para avistar galáxias extremamente distantes.
Ao observar áreas do céu, incluindo uma na constelação de Fornax, os pesquisadores conseguiram identificar 717 galáxias que provavelmente existiam nos primeiros 650 milhões de anos após o Big Bang.
Uma descoberta notável feita pelo JWST é uma galáxia conhecida como JADES-GS-z13-0, que detém o recorde de ser o objeto mais distante já observado no universo. Localizada em um desvio para o vermelho de 13,2, ela aparece como estava apenas 320 milhões de anos após o Big Bang.
Embora seja fisicamente pequena, essa galáxia está produzindo estrelas em uma taxa comparável à Via Láctea, desafiando suposições anteriores sobre a formação lenta de galáxias antigas.
Outra descoberta fascinante é um objeto em forma de osso de cachorro que se acredita ser a fusão de duas galáxias menores. Essa estrutura indica que as estrelas já estavam se formando e as galáxias estavam se fundindo já 400 milhões de anos após o Big Bang.
Além disso, o JWST observou uma galáxia com um desvio para o vermelho de 10,6 chamada GN-z11, que aparece como uma esfera brilhante. Essa galáxia pode conter algumas das primeiras estrelas formadas no universo, como sugerido por bolsões de gás hélio primordial detectados em suas bordas.
Além disso, uma galáxia irregular com desvio para o vermelho de 8 sugere que o universo era dinâmico desde o início, desenvolvendo uma estrutura distinta em um período relativamente curto.
James Webb revoluciona entendimento a respeito da formação de estrelas
Em outra descoberta surpreendente, uma pequena galáxia observada 700 milhões de anos após o Big Bang mostrou uma formação estelar maior em suas áreas periféricas do que em seu centro. Isso contradiz teorias anteriores de que galáxias antigas teriam estrelas se formando mais próximas de seus centros.
Por fim, a equipe do JADES encontrou uma coleção de galáxias empoeiradas e vermelhas que se assemelhavam a uma rosa cósmica.
Embora essas galáxias provavelmente não estejam fisicamente conectadas, elas representam um período significativo chamado “meio cósmico”, cerca de três bilhões de anos após o Big Bang, quando as galáxias formaram estrelas em uma taxa acelerada.
A pesquisa do JWST revelou uma riqueza de informações sobre o universo primordial, desafiando noções anteriores sobre a formação e evolução das galáxias. Essas descobertas destacam a importância do JWST em expandir nossa compreensão do cosmos.
O telescópio espacial representa um avanço significativo na astronomia, permitindo que os cientistas investiguem os estágios iniciais do universo com detalhes impressionantes.
Os resultados obtidos pelo JWST surpreenderam os astrônomos, revelando que as estrelas e as galáxias se formaram e evoluíram muito mais cedo do que se pensava anteriormente. Antes do lançamento do JWST em 2021, apenas algumas dezenas de galáxias haviam sido observadas em desvios para o vermelho superiores a 8.
No entanto, com o projeto JADES, foram identificadas impressionantes 717 galáxias nessa faixa. Essas galáxias distantes nos fornecem um vislumbre do universo em sua infância, quando ele tinha apenas algumas centenas de milhões de anos.
Uma das implicações mais importantes dessas descobertas é que essas galáxias antigas são os “blocos de construção” da estrutura do universo como o conhecemos.
Elas representam os primeiros estágios da formação de galáxias, quando a matéria começou a se agrupar e a se condensar em estrelas. Esses objetos cósmicos primordiais são cruciais para entendermos como o universo evoluiu ao longo do tempo.
O JWST também tem revelado informações sobre a formação estelar nessas galáxias antigas. Descobriu-se que muitas delas apresentam taxas de formação estelar surpreendentemente altas, sugerindo que esses objetos foram verdadeiros “berçários estelares” em sua juventude.
Essas descobertas desafiam a ideia de que as primeiras galáxias se formaram lentamente, acumulando estrelas ao longo de longos períodos de tempo. Em vez disso, elas sugerem que essas galáxias antigas foram locais intensos de formação estelar, onde estrelas jovens surgiram rapidamente.
Com o JWST, os astrônomos têm uma nova janela para o passado distante do universo, permitindo-lhes explorar os estágios iniciais da formação cósmica. Essas descobertas não apenas expandem nosso conhecimento sobre o universo primordial, mas também levantam novas questões e desafiam teorias existentes.
À medida que o JWST continua a observar o céu, é provável que ainda mais descobertas fascinantes sejam feitas, revelando mais segredos sobre as origens e a evolução do universo. [Nature]