A verdade sobre as pessoas que não tem personalidade
A personalidade é um conceito bastante subjetivo. As características que podem nos definir para algumas pessoas podem não estar presentes na nossa relação com outras. Nossa família pode achar que somos tímidos ou introvertidos, por exemplo, enquanto nossos amigos podem ter uma imagem muito mais expansiva de nós. Mas o que significa se alguém disser que você não tem personalidade? Significa que você é quieto e reservado, ou que você não tem coragem de se expressar? Ou, pior, que você não tem nada de especial?
Estudo sugere nove traços de personalidade de pessoas más
Certamente não é algo elogioso de se ouvir. Tentando responder essas perguntas, um grupo de pesquisadores da Universidade Batista de Ouachita, nos EUA, desenvolveu um estudo para tentar entender o que as pessoas querem dizer quando fazem essa afirmação. As conclusões do estudo apontam que as pessoas mais quietas e reservadas podem sofrer com essa marca – pessoas sem personalidade, segundo as pessoas que responderam ao estudo, são aquelas que não dão opiniões sobre tudo, ou reafirmam o tempo todo suas preferências e pensamentos. A imagem de quem não faz estas coisas pode sofrer por isso.
Mensurando personalidades
Os pesquisadores pediram aos 104 participantes do estudo que descrevessem por escrito o que significam as expressões “sem personalidade” ou “muita personalidade”. Em seguida, cada participante nomeou um personagem de um livro, filme ou programa de TV com estas características. Os participantes classificaram os personagens utilizando uma ferramenta psicológica que aborda cinco grandes fatores de personalidade: extroversão, amabilidade, consciência, estabilidade emocional e abertura à experiência.
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Os dois personagens mais descritos como tendo muita personalidade eram Kramer, personagem da série de comédia Seinfeld, e o Homem-Aranha. Os personagens mais comumente considerados sem personalidade eram Sheldon Cooper, do seriado The Big Bang Theory, e dois personagens do seriado The Office, Angela Martin e Toby Flenderson.
Os participantes disseram que consideravam os personagens sem personalidade – os Sheldons e as Ângelas do mundo – menos extrovertidos e menos abertos a novas experiências. Eles também consideraram os personagens com muita personalidade mais simpáticos.
Silêncio igual falta de personalidade
Os dados são passíveis de interpretação, já que o estudo lidou com personagens fictícios. As pessoas podem gostar de assistir a excentricidade de Kramer, mesmo que não necessariamente fossem gostar de conviver com ele. Da mesma forma, alguns participantes afirmaram que Sheldon tinha muita personalidade, o que sugere que este tipo de classificação está, pelo menos em parte, nos olhos de quem vê. Mas uma coisa era certa: quando se tratava das descrições de pessoas comuns com muita e pouca personalidade, a divisão ficou clara: nenhuma era algo ruim, enquanto muita era uma característica positiva.
Mais da metade dos participantes disseram que não ter personalidade significava que a pessoa era entediante ou alguma variação disso, como “sem graça”, ou “sem carisma”. Cerca de um terço das pessoas disseram que isso significava pessoas que não eram únicas ou memoráveis, ou que não tinham opiniões ou preferências fortes. Uma pessoa “sem personalidade” era alguém reservado e tranquilo, de acordo com cerca de um quarto das respostas.
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Ter muita personalidade, por outro lado, significava pessoas sociáveis, enérgicas e emocionalmente expressivas, confiantes e assertivas. “Parece que a falta de animação e expressão externa das emoções é importante para a percepção de que alguém não tem personalidade”, escrevem os autores em seu estudo.
A conclusão dos pesquisadores é ruim para pessoas mais reservadas: parece haver uma confusão entre a exibição ou não de opiniões e sentimentos com quem as pessoas são por dentro. Não ter personalidade parece significar apenas ficar em silêncio, e a quietude é vista como algo desagradável. Quando você deixa sua personalidade para dentro, as pessoas acham que ela não existe. [The Atlantic, Science Direct]