Infância muito urbana pode gerar pessoas estressadas

Por , em 28.06.2011

Uma pesquisa realizada na Alemanha com jovens que cresceram ou vivem em cidades analisou quais áreas cerebrais estavam ligadas ao estresse. Os resultados podem fazer com que muitos tenham desejado nascer entre animais em alguma fazenda distante: os jovens que passaram sua infância na cidade grande têm de duas a três vezes mais chances de desenvolver esquizofrenia.

Mesmo depois da maioridade, os problemas não param. Morar em cidades aumenta o risco de transtornos de ansiedade em 21% e de humor em 39%, comparado aos moradores de zonas não urbanizadas.

Se toda a população pudesse passar a infância no campo, a estimativa é de que a quantidade de pessoas com esquizofrenia seria 30% menor. Mas é claro, a região logo ficaria lotada e inabitável, com o padrão de vida atual.

Para descobrir como viver em cidades afetava o cérebro, os pesquisadores analisaram o cérebro de estudantes alemães submetidos a uma situação estressante. Os estudantes receberam um teste de matemática com apenas um terço das respostas possíveis de solução.

O programa indicava que os estudantes tinham tido uma performance pior do que qualquer outro e os pesquisadores os pressionavam dizendo a eles o quanto era importante um bom desempenho no teste.

Durante essa estressante tarefa, os estudantes que estavam vivendo em cidades mostraram um aumento da atividade em uma região do córtex cingulado anterior pregenual. Os que passaram sua infância no campo – independentemente de onde viviam atualmente – tiveram um aumento da atividade na amígdala.

Essa diferença foi bastante específica, já que essas duas áreas do cérebro são independentes. Mas elas estão ligadas, formando um circuito. As duas regiões cerebrais são as responsáveis pela regulação do estresse no cérebro, ajudando no processo de ameaças ao corpo e na regulação do temperamento emocional.

Embora nem todos possam passar a infância longe da cidade grande, pesquisadores esperam encontrar respostas sobre como as zonas urbanas afetam a atividade cerebral. Fatores como a quantidade de espaço verde disponível, os tipos de pessoas e cultura da região podem ser determinantes. Isso pode auxiliar na construção de cidades planejadas para serem menos estressantes no futuro. [LiveScience]

4 comentários

  • edu:

    Cara tem gente que faz trabalho de pesquisa sobre o obvio, essa materia é obvia. quem aqui não tem saudade de festas juninas onde a familia e a comunidade organizava tudo, e a unica bebida alcolica era o quentão, ou mesmo as festas infantis que os pais levam os filhos para pura diversão, diferente de hoje onde temos de socorrer nossos familiares que saem das festas sem condiçoes de dirigir,cade as amerelinhas o pic esconde o pega pega, tenho 2 filhas 6 e 5 anos que so saem na rua de maos dadas comigo, nunca pularam corda e acho que nunca vão pular.

  • Márcio M:

    Realmente não podemos comparar as crianças que se desenvolvem em centros urbanos com aquelas em lugares com vasto espaço e contato com a natureza. Na minha opinião, outros fatores TAMBÉM influenciam nessa estatística: a tecnologia com seus jogos eletrônicos que “condicionam” as crianças com suas “limitações”, fazendo com que se perca o LÚDICO. Jogos eletrônicos estimulam o raciocínio, porém podam a CRIATIVIDADE. Crianças que criam suas brincadeiras, brincam com mais alegria e são mais estimuladas. Este é só um dos fatores dentre outros que contribuem para um desenvolvimento mais “saúdável”, onde dentre outros poderíamos citar: uma boa estrutura familiar, fatores de sociabilidade, dentre outros. Não posso deixar de citar que esta foi uma ótima pesquisa. Parabéns.

  • Márcio M:

    Realmente não se pode comparar as crianças se desenvolvem num espaço urbano com aquela que se desenvolve no campo (ou pelo menos numa cidade menos desenvolvida). Acredito que, não somente no aspecto físico urbano, vários são os fatores que propiciam esse estresse. As crianças urbanas não só perdem espaço, mas sim o LÚDICO, quando com a evolução tecnológica que impõem os jogos eletrônicos (que também possui suas vantagens no desenvolvimento para raciocinar) mas perde no critério CRIATIVIDADE que as crianças anteriormente tinham. Quando a criança “cria” sua diversão, brinca com mais vontade, enquanto jogos eletrônicos apenas fazem com que reproduzam algo “existente, pré-determinado”. A respeito dos jogos, este é só uma ótica dentre diversos fatores que podem também proporcionar esse estresse como: estrutura famíliar, social, etc.

  • eduardo:

    E talvez possa ser que os níveis de dióxido de carbono afetem nossos cérebros, trazendo consequências, tais como o estresse…
    Os níveis CO2 nos grandes centros urbanos não imensamente mais pesados no campo…

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