Memórias das experiências de quase-morte são mais reais que a realidade?
O fenômeno da “experiência de quase-morte” (EQM) tem desafiado a ciência por bastante tempo, e as explicações para ele variam muito. Seria o produto de uma mente sob o estresse da morte? Mecanismos psicológicos de defesa? Alucinações?
Alguns neurologistas apontam que todos os fenômenos descritos pelos pacientes têm uma explicação neurológica: a visão de um túnel de luz pode ser o córtex visual entrando em colapso, a sensação de bem-estar e euforia o resultado da química cerebral alterada, e a impressão de estar flutuando no teto do quarto pela disfunção do lobo temporal parietal.
Uma equipe de pesquisadores do Coma Science Group (dirigido por Steven Laureys) e da Universidade de Liège (Serge Brédart e Hedwige Dehon) examinou as lembranças da EQM com a hipótese de que, se fossem produtos da imaginação, suas características fenomenológicas (os detalhes sensoriais, autorreferenciais, emocionais, etc) deveriam ser semelhantes ao de memórias imaginadas. Por outro lado, se fossem experiências de alguma forma similares à realidade, suas características seriam semelhantes a de memórias de eventos reais.
Três grupos de pacientes que sobreviveram a um coma (8 pacientes tiveram EQM, 6 pacientes não, mas tinham memórias do coma, e 7 pacientes sem memórias do coma) e um grupo de voluntários saudáveis receberam questionários sobre memórias de EQM e eventos reais, e os resultados foram surpreendentes.
A partir da perspectiva em análise, não só as lembranças de EQM eram diferentes de memórias de eventos imaginados, mas as características fenomenológicas eram mais numerosas em memórias de EQM do que em memórias de eventos reais.
A interpretação do grupo de estudos é que as EQM não podem ser consideradas como memórias de eventos imaginados, mas como percepções reais. As mesmas condições que criam as EQM parecem também “criar” uma percepção de realidade, que é interpretada pelos pacientes como se viesse do exterior.
De uma certa forma, é como se o cérebro estivesse mentindo para os pacientes, como em uma alucinação. Os eventos de EQM são muito importantes de uma percepção emocional e pessoal, condições que fazem com que as lembranças sejam extremamente detalhadas, precisas e duráveis, rivalizando e superando lembranças de eventos reais.
Embora existam teorias fisiológicas e psicológicas para explicar os mecanismos da EQM, ainda não há uma que consiga explicar todas as experiências relatadas pelos pacientes, e tampouco o presente estudo oferece uma explicação única para a EQM, mas sua contribuição é em direção de que os fenômenos psicológicos são fatores associados aos fenômenos fisiológicos, e não contraditórios.
O estudo conclui que, apesar das similaridades entre EQM e alucinações serem tão marcantes, é necessário fazer mais pesquisas para caracterizar o relacionamento entre estes fenômenos de forma mais precisa. Além disso, mais estudos são necessários para entender as assinaturas neurais das EQM. [Science Daily, PLOS ONE]
33 comentários
Quero concluir minha colocação a respeito desse fenômeno dizendo uma coisa que me deixa intrigado:
Se o sujeito sob o ponto de vista psicológico é normal e diz que viu qualquer coisa associado a um fenômeno que não tem explicação a tendência das pessoas é ignorar a pessoa, muitas vezes taxando essa pessoa de maluco.
Os médicos que trabalham com pacientes, principalmente os que têm parada cardíaca e retornam a vida, muitos deles relatam eqm
mas um profissional de saúde, reconhecer esse fenômeno como
válido significa perder o reconhecimento perante a classe médica.
Mas existe um médico que fez um estudo muito interessante sobre o assunto, o nome dele é Raymond Moody. Vale a pena conferir.
Eqm é um fenômeno muito antigo, mas agora com o desenvolvimento da medicina, ressuscitar uma pessoa ficou mais fácil.
Fenõmenos de eqm acontecem quase todos os dias.
Existe também um fenômeno muito interessante que os espiritualistas chamam de projeção astral ou saída do corpo, um fenômeno semelhante à eqm, só que a pessoa não está doente.
O q
Certa vez, uma senhora de 82 anos me relatou uma EQM pela qual passou quando tinha 17 anos e que gostaria de respostas, pois ainda que tivesse visto o que viu e do que aconteceu posteriormente, ainda era cética.
Segundo ela, um ferimento em sua perna resultou numa ferida necrosada que avançou até a coxa. O estado febril foi de tal tamanho que ela acabou entrando em coma. Por causa dos poucos recursos da Medicina na época, o médico informou a sua mãe que ela estaria nos seus últimos momentos de vida e que não havia mais o que fazer. Mas ela não morreu e nem perdeu a perna. O que aconteceu?
Disse-me que durante o coma – possivelmente nos seus últimos momentos em tal estado – ela se sentiu como “acordada” e pôde visualizar o ambiente hospitalar no qual estava.
Então, da janela próxima surgiu uma luz muito intensa e dessa luz surgiu uma senhora, que ela reconheceu como uma vizinha que tinha falecido quando ela – a narradora – ainda era menina.
Essa mulher trazia em uma das mãos um papel enrolado em forma de canudo e amarrado com fita. Disse-lhe algumas palavras das quais não conseguiu se lembrar ao sair do coma. Lembrava apenas dela ter dito “Ainda não é sua hora. Tens muito a cumprir ainda.” Também não se recorda dela ter mostrado o conteúdo do papel.
Então essa mulher sumiu em meio à luz intensa, mas surgiu uma outra pessoa: um senhor de bigodes que não conhecia e vestido em uma toga que parecia ser muito antiga, pois nunca vira igual. Igualmente este senhor trazia um papel enrolado em forma de canudo e amarrado com fita. Lembrava que ele tinha dito alguma coisa, mas não lembrava em nada de suas palavras.
Então ele sumiu em meio à luz que quase imediamente também desapareceu. Logo depois dessas “visões” ela saiu do coma.
Relatou o acontecido a sua mãe que estava sempre ao seu lado e também ao médico. Quando ela descreveu o homem, sua mãe começou a chorar e a abraçou, falando que era o avô que faleceu bem antes dela nascer e que a toga foi a que usou em Portugal (não sei dizer se era pelo ofício possivelmente de juíz).
De acordo com o que me disse, depois disso a ferida em sua perna curou-se em questão de dias sem qualquer interferência médica que justificasse tal cura.
E ela, aos 82 anos, queria saber de mim, reles mortal, o significado daquilo tudo, que até hoje a Ciência não consegue explicar ou, quando explica, diz que é efeito de alucinação.
Será mesmo que é alucinação?
kid redman
P.: “…Sim, não há dúvida de que a ciência tem seu valor, mas “a verdade está lá fora”… rsrsrs…”
Comentário:…rsrsrsrs…E eu quero acreditar!!!
Será que as verdades de Einstein, Hawking, etc. vão durar tanto quanto as de Jesus, Buda e outros avatares espiritualizados com peso semelhante ?
Sim, não há dúvida de que a ciência tem seu valor, mas “a verdade está lá fora”… rsrsrs
Não vejo porque ambas as “verdades” não podem coexistir. Einstein detestava igrejas, mas tinha fé. Acho que podem ambos seguir por este caminho.
Religiosos fanáticos e ateus fanáticos são ambos tolos.
a mente humana já é uma coisa bizarra ! eu viajo nesses comentários. “Jonatas” tu é o cara e Costa adorei teu comentário até curti.
Alguns pesquisadores de EQM já admitem que a consciência não possue base biologica, situando-se em um contexto não-local.
O cérebro funciona como interface que recebe informações da consciência, ao mesmo tempo que envia informações através de nossos sentidos, auxiliando na experiência manifestada.
Na EQM, as memórias condicionadas são anuladas, e a consciência transcede o nível do ego, passando para um estado de “hiper realidade”.
A entrevista do pesquisador Pim Van Lommel, além de interessante, é bastante didática. Vale a pena conferir
http://www.youtube.com/watch?v=vv6xUp6eWDM&list=WL3ucJMOoeNFwmPUTmnGenMyqQaFekZvH8
Muito interessante o vídeo, Jotaga.
Pim Van Lommel fala de uma questão importantíssima que chama muito a atenção: em casos de EQM numa parada cardíaca de dois minutos, o indivíduo relata por horas ou dias sobre a experiência, o que pressupõe a inexistência de tempo e espaço durante essa fase.
Como explicar? Como o cérebro seria capaz de criar “alucinações” tão extensas em tão pouco tempo? Se oxigenado e ativo já seria uma façanha “hipersuperextraordinária”, então o que dizer se acontece justamente quando este se encontra desprovido de oxigênio e clinicamente sem qualquer sinal aparente?
Alguém tem uma resposta plausível para isso?
COSTA
Einstein declarou: “…”A ciência, como um todo, não é nada mais do que um refinamento do pensar diário…”
– The whole of science is nothing more than a refinement of everyday thinking.
– Essays in physics – página 17, Albert Einstein – Philosophical Library, 1950 – 75 páginas
Se o pensar diário do físico está preso ao reducionismo newtoniano e na fragmentação analítica cartesiana, a Ciência se torna uma atividade que sabe cada vez mais sobre cada vez menos!
Stephen Hawking achou justificativas físico-matemáticas para o “nada”!!!
Entonces, já viu, né? “…O apego às coisas materiais é tão grande que cega…”!!!!
Lembra do “ouroboros”, a serpente (simbolo da inteligência) que engole o próprio rabo? É o fim! E todo fim significa um renascimento no horizonte.
Existem ciêntistas que não admitem nada fora do contexto materialista e permanecem assim, com a mente estagnada em suas suposições, sugestões, estatísticas… Existem estudos bem mais avançados sobre eqm’s do que o citado acima, onde os pesquisadores, consideram os relatos inexplicáveis de um ponto de vista científico e são capazes de se surpreênderem.
Adorei esse artigo!
Embora eu não tenha tido (ainda) uma EQM, já passei por uma experiência (digamos, de viagem astral) em que a alucinação era bem mais real que o estado de vigília.
Eu considerei esse artigo muito bem equilibrado em suas considerações, pois não pende para as interpretações espiritualistas, nem pelas interpretações materialistas:
Destaco: “…O estudo conclui que, apesar das similaridades entre EQM e alucinações serem tão marcantes, é necessário fazer mais pesquisas para caracterizar o relacionamento entre estes fenômenos de forma mais precisa. Além disso, mais estudos são necessários para entender as assinaturas neurais das EQM…”.
O corpo principal do artigo também se mostrou “agnóstico” a este respeito. Muito bom! É algo que me fez pensar sobre algumas experiências muito intrigantes que eu tive. Valeu mesmo!
Muita especulação ainda.
Vale salientar que o objeto de estudo ( a descrição das pessoas ) é algo com uma margem de erro muito grande. Logo é uma questão dificil de se analisar, estudar; além de serem poucos os casos.
Tenho lembranças de quando voltei da anestesia geral. Algo muito estranho, a completa ausencia de visão (não apenas de luz e olhos fechados, de repente, eu tive essa percepção de que a luz estava voltando mesmo com os olhos fechados. Naõ era o ver nada, era o não ver). O mesmo com todos os sentidos. O mesmo com a audição que foi a primeira a voltar como ‘um túnel’ (que poesia!), pois o som das pessoas me chamando, vinha como lá no fundo de um túnel, mas que aos poucos iam se aproximando, até ouvir normalmente. E ao mesmo tempo, como esse ‘túnel’ (que termo mais estranho), eu senti minha consciência voltar, como se voltasse a vida… e de certo modo, isso era um incomodo, pois parecia como despertar de um sono, e me sentia plenamente descansado e queria continuar ali desacordado…
Talvez tudo isso tem a ver com uma forma de reativação da consciencia, das memórias e dos sentidos, mas que vem num processo lento e vagoroso, e talvez por isso, essa impressão de ‘tunel’. Eu tenho e tive impressões de que sonhei, mas não me recordo de nada. Mas mesmo sem estar em coma, mesmo sem ter experiencias de quase morte, no dia-dia, já tive sonhos e pesadelos mais do que surreais, detalhisticos, e muitos deles lembrei por um bom tempo.
É uma area que precisa de um cuidadoso estudo, pois sei que há muitas pessoas que querem dizer que isso são questões ‘espirituais’, do espirito saindo do corpo e coisas do tipo…
Não se pode deixar uma maquina de ressonancia magnética e eletrodos 24 monitorando seu sistema nervoso no coma de todos. Se o pudesse, acho que a charada já teria sido resolvida.
Evandro, é importante lembrar que, na sua experiência, você estava voltando de uma anestesia, você não estava clinicamente morto. Você tinha atividade cerebral. Durante a EQM a pessoa está clinicamente morta e não há ativação da memória. Vários relatos dão conta de pessoas flutuando sobre seu corpo frio numa gaveta de necrotério ou em morgues. Ao contrário do que disse, não são poucos casos, essa é uma área que vem sendo bastante pesquisada com muitos relatos. Vou apenas citar os casos mais interessantes com crianças, cegos e ateus. Pessoas que tinham conhecimento de fatos acontecendo a quilômetros de distância enquanto estavam clinicamente mortas. Ainda não vi nenhum estudo explicando isso, tentam explicar apenas o túnel de luz. Acompanho este assunto com bastante interesse, li vários livros e assisti muitos documentários sérios sem achar respostas puramente científicas.
Efectivamente o artigo é mais vago que objectivo e nos casos de expewriencia pos morto há muitas mais descrições que apenas a do túnel
.
Onde se fala das constatações pelo doente do esforço que os médicos e enfermeiros estão fazendo para o reanimar??? e no entanto Há descrições de grande promenor..Ah… tambèm é influência do cortex???
Seria bom que de futuro sejam mais completos quanto a estas notícias.
Olhem, fiquei com a impressão sobre essa reportagem, assim:
que está tudo certo, nada resolvido, muito pelo contrário.
Ou seja, falou mas não explicou e ficou tudo na mesma.
“Alguns neurologistas apontam que todos os fenômenos descritos pelos pacientes têm uma explicação neurológica.”
A matéria poderia abordar a outra corrente científica que discorda dessa e aponta essas memórias como sendo impressões da consciência, que existe independente da mente/cérebro. Grandes cientistas como Pim van Lommel, Sam Parnia, Raymond Mood, Melvin Morse entre outros estudam os casos de clarivicência em pessoas clinicamente mortas e EQMs em cegos e crianças. Certamente, para quem estuda o assunto, a mente dada como morta não deveria guardar essas informações, muito menos retê-las. Além disso vemos que algumas capacidades ficam inexplicavelmente expandidas.
*clarividência.
O resultado dessa pesquisa pode ser surpreendente para cientistas, mas para mim não é não. Tenho certeza que muita gente enquanto lia e viu o tal “resultado surpreendente” e deu aquele sorrisinho de canto de boca… Hehehe…
“As mesmas condições que criam as EQM parecem também “criar” uma percepção de realidade.”
Então como distinguir uma da outra? Como dizer qual é mais real? Se é que existe isso…
“De uma certa forma, é como se o cérebro estivesse mentindo para os pacientes…”
Imagino os cientistas analisando e pensando: “Meu, caraca velho, e agora?! Não era para dar isso não! É mentira, é mentira! … Mas peraê! … É isso! o Cérebro deve estar mentindo para a pessoa! Consegui!”
A partir do momento que nossa consciência está liberta do corpo, todos os sentidos se expandem.
Novas cores, novas formas, novos padrões, enfim.
E esse tipo de experiência não é observada apenas nas EQM’s, qualquer experiência fora do corpo, com um certo grau de consciência, vai te mostrar essa nova realidade.
É tudo mais real, é como uma imagem em Full HD aumentada 50 vezes, não tem como explicar, apenas experimentando para saber.
paulognr
Eu sei bem ao que vc está se referindo, meu caro! Já fiz “viagem astral” de forma lúcida e semi-lúcida, tenho sonhos lúcidos, experimentei “sindrome de pânico” enquanto o corpo dorme (por 16 anos!!!), já acordei “dentro do corpo dormindo” e observei meu cérebro “despertando” (acompanhado de uma grande experiência de liberdade!!!)…e nunca tive uma explicação fora do âmbito espiritualista para isso.
Mas, venhamos e convenhamos: a consciência coletiva do planeta está passando por uma era de transição em toda as culturas. A Ciência, materialista como é, “capetalista” como é, não pode ser descartada sem mais nem menos, pois a fase das explicações “mágicas” (como na Antiguidade (xamanismo, bruxaria, feitiçaria, magia, Astrologia), Idade Média (satanismo, Alquimia) e na Idade Moderna (ocultismo, esoterismo, espiritismo) foram descartadas por serem ineficientes frente às novas necessidades “capetalistas” e “liberais” do mundo ocidental que apareceram após as revoluções americana e francesa.
Quando vc escreve: “…apenas experimentando para saber…”, a conotação pessoal é aceitável, sim, mas não é suficiente para eliminar os experimentos realizados por meios tecnológicos disponíveis.
Não se pode mais aceitar fenômenos sem explicações racionais, mesmo que essas explicaçãoes sejam “parcialistas” (ou seja, reducista e fisicalista).
É bom que se possam esgotar TODOS OS RECURSOS do paradigma cartesiano-newtoniano. A dificuldade dos “espiritualistas” em desenvolver uma ciência mais abrangente decorre do simples fato de eles também estarem limitados pela consciência “concreta” dos cientistas em geral, ok?
Tamos todos no mesmo barco. Não convém desprezar o que já se conquistou até aqui. A ideia é não se satisfazer com o conhecido e sempre duvidar do “estabelecido pelo consenso” (seja científico ou não, qualquer ‘consenso’ é suspeito!!!).
A ciência já poderia afirmar que domina todos os conhecimentos possíveis em relação ao ser humano? Crescerá imensuravelmente quando admitir a “Espírito” como INTELIGÊNCIA.
A ciência já comprovou que a mente dimana do cérebro?
Falácia de falsa causa.
Interessante, um tanto quanto relativístico – se nossa capacidade de ilusão é capaz de ser mais efetiva que a própria realidade ante nossa percepção, o que impede a realidade de ser apenas mais uma ilusão diante de nossa percepção?
touché
hipótese da simulação mandou lembranças
Isso já cheira a Matrix 🙂
Eu já experimentei alucinogéneos e sei que as ilusões podem ser tão ou mais reais que a própria realidade.
Nós não nos apercebemos de toda a realidade á nossa volta. Quando ouvimos ou vemos algo, esse acontecimento já é passado, devido ao tempo que a luz e o som levam a chegar ao nosso cérebro e ao tempo que o cérebro leva a descodifica-las. Além disso só ouvimos determinadas frequências de som e luz. Por isso a nossa realidade é muito limitada.
Fato, a realidade é uma ilusão muito bem feita, afinal, não tocamos em nada, não vemos nada, tudo é apenas interpretação de pulsos elétricos 🙂
JONATAS
Cuidado com essa ideia! Será que experimentadores do LHC estão lidando com uma ilusão da realidade ou suas interpretações dessa realidade é que são ilusórias (ou seja, os cálculos matemáticos envolvidos estão incompletos)?
Vide: “Descoberta partícula subatômica que não se encaixa no Modelo Padrão” Redação do Site Inovação Tecnológica – 01/04/2013 http://www.inovacaotecnologica.com.br/noticias/noticia.php?artigo=descoberta-particula-subatomica&id=010115130401&ebol=sim
No andar dessa “carruagem paradigmática newtoniana”, a Ciência (reducionista) vai ficar, um dia, tão insuficiente quanto ficou a escolástica nos tempos de Descartes.
Einstein já avisou que nossa Ciência ainda é uma abordagem infantil da realidade (que para ele, é uma ilusão persistente!!!). Infelizmente, é a melhor coisa que nossa razão pode abarcar: a ilusão!!!…rsrsrsrs
O que torna o LHC importante não é o que ele descobrir da realidade ou da realidade de nossa realidade, o importante é conhecer a realidade em que estamos – o universo e as estruturas fundamentais da realidade em que vivemos, seja ela uma realidade ilusória (alucinação coletiva), ou realidade absoluta ou base (onde todas as outras se ramificam, na forma de realidades virtuais, sejam nossas projeções – de sonhos a softwares de realidade virtual ou projeçoes de alguém sobre nós – matrix) – o importante é conhece-la, antes de ponderar sobre qualquer outra. 😀
JONATAS
Descartes se pergunto sobre isso e concluiu pela existência do eu pensante. Mas a neurociência “trocou” esse eu pensante (que é uma ilusão, para eles) por uma fisiologia encefálica sem sentido (vide: Roda Viva entrevista a neurocientista Suzana Herculano-Houzel http://www.youtube.com/watch?v=pu8Ew0mtWvE&feature=youtu.be ).
Assim, não há possibilidade de se alcançar o conhecimento desta realidade, pois ela também não existiria para nós (algo como estar na Matrix, que é uma representação daquele dilema do “cérebro numa cuba” https://www.google.com.br/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=1&cad=rja&ved=0CDIQFjAA&url=http%3A%2F%2Fpt.wikipedia.org%2Fwiki%2FC%25C3%25A9rebro_numa_cuba&ei=lRFeUei3MMTB0QGUhIDgDA&usg=AFQjCNFzk7b_BWDA93jmlt2HWspcc0gxWQ&sig2=zLBCr0pqRpVXIzeQfHNFOA&bvm=bv.44770516,d.dmQ ).
Essa questão começa a se tornar um paradoxo na Ciência. E vc sabe que, se um raciocínio apresenta paradoxo, há um grave erro na desenvolvimento lógico desse raciocínio.
Se o paradoxo não for resolvido, então cai-se em um erro atrás do outro.
Penso que Costa tem muita razão ao afirmar que “…Enquanto a ciência insistir em chamar o mundo físico de ‘realidade’(…), não chegará a nenhuma conclusão [definitiva]…”.
Como disse Einstein, para se perceber um nível de realidade, é preciso subir a outro nível.
Frases atribuida a ele:
—> “…Nenhum problema pode ser resolvido pelo mesmo grau de consciência que o gerou…”
—> “…O ser humano vivencia a si mesmo, os seus pensamentos como algo separado do resto do universo , numa espécie de ilusão de óptica da sua consciência. E essa ilusão é uma espécie de prisão que nos restringe aos nossos desejos pessoais, conceitos e ao afeto por pessoas mais próximas…”.
Se Descartes achou a resposta no pensamento racional, Einstein considerou que a imaginação e a intuição é que são os verdadeiros guias da razão. Claro, o pensamento estaria presente, sim, mas em um nível inferior. Veja:
—> “…No esforço para compreender a realidade, somos como um homem tentando entender o mecanismo de um relógio fechado. Ele vê o mostrador e os ponteiros, ouve o seu tique-taque mas não tem meios para abrir a caixa. Se esse homem for habilidoso, poderá IMAGINAR um mecanismo responsável pelos fatos que observa, mas nunca poderá ficar completamente seguro de que sua hipótese seja a única possível…”.
—> “…Minhas ideias levaram as pessoas a reexaminar a física de Newton. Naturalmente alguém um dia irá reexaminar minhas próprias ideias. Se isto não acontecer HAVERÁ UMA FALHA GROSSEIRA EM ALGUM LUGAR…” [e esse algum lugar é “… chamar o mundo físico de ‘realidade’…”. São essas implicações filosóficas das teorias de Einstein que impedem que a Teoria da Relatividade seja declarada uma “lei” na Física, como o é a “Lei da Gravitação” de Isaac Newton.]
Todos os pontos que levantou são interessantes, e mostram um pouco mais da forma de pensar daquele que foi um dos, senão O, maiores gênios do século XX.
No Budismo, o nosso pensamento é mais do que um sentido de Interpretação, é também um sentido de Percepção – na verdade o sexto sentido, extra-sensorial – os cinco primeiros são sensoriais, acho que de certa forma vai de encontro com a ideia de Descartes. Ainda no budismo, uma ideia comum nos filmes de kung-fu – até no kung fu Panda, hehe – existe a ideia de uma conexão entre o ser e o Universo, algo que vai de encontro a hipótese do Universo Holográfico. A ideia passada na doutrina espírita é de que nossa consciência é essencialmente externa ao corpo físico, nesse ponto descordo, acredito mais na conexão cosmos-ser do Budismo, tantas quanto forem as dimensões possíveis – o ato de morrer aqui seria apenas abandonar a conexão daqui. Outro ponto importante, estamos profundamente aconstumados aqui a uma existência individual, segundo o espiritismo essa individualidade existencial é preservada – será que é mesmo? Ou na verdade o Eu é apenas um sistema refletido de algo maior do qual todos fazemos parte, o próprio Universo – Ser Pensante = Parte-Holográfica refletida, uma pequena função, de um Universo tentando entender a si próprio- quem sabe? 😀
Quanto ao LHC e as Neurociências, são nossas tentativas de ver as engrenagens misteriosas desse “relógio” ao qual estimamos via teorias. Alguns pontos dos paradigmas podem estar errados? sempre… Mas pra isso, existe o ceticismo científico – não aquele que duvida por duvidar de algo baseando em sua opinião ou doutrina em que acredita, mas aquele que duvida conhecendo a fundo todos os pontos do que está duvidando, baseando-se em racionalidade, análise e pondo tudo que pode a prova, esses são os descobridores do mundo, de continentes a mares, de partículas a universos. 🙂
JONATAS
Excelente, Jonatas! Preciso “pegar” um dia destes e examinar com mais tranquilidade as ideias budistas.
Percebo, pelo que vc escreveu, que está no Budismo a derradeira “Filosofia da Neurociência” que a Dr. Suzana Herculano-Houzel gostaria de ter explanado com mais clareza, mas não explanou no programa Roda Viva da semana passada.
Confio que vc esteja certo em “…existe o ceticismo científico – não aquele que duvida por duvidar de algo baseando em sua opinião ou doutrina em que acredita, mas aquele que duvida conhecendo a fundo todos os pontos do que está duvidando, baseando-se em racionalidade, análise e pondo tudo que pode a prova…”.
E que esses céticos sejam diferentes de Daniel C. “Demmentt” que parece saber manipular muito bem o pensamento budista ao escrever que a consciência não existe (vide: Daniel C. Dennett na wikipédia https://www.google.com.br/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=1&cad=rja&ved=0CDIQFjAA&url=http%3A%2F%2Fpt.wikipedia.org%2Fwiki%2FDaniel_Dennett&ei=vBJfUd2yKan-0gGW-YH4Cg&usg=AFQjCNHWxM3pP4AnToJEeeXpsNPy1fUgbQ&sig2=TgANeh9oySiTkAtbrPwrug&bvm=bv.44770516,d.dmQ )
bem… é isso que diz Paramahansa Yogananda e vários outros antes dele.
a nossa “realidade” é apenas uma ilusão de maya.