Mistério de 1.400 anos do céu do Japão é resolvido

Por , em 7.04.2020

Cerca de 1.400 anos atrás, um “sinal vermelho” com o formato de uma cauda de pavão apareceu no céu do Japão.

Na época, o acontecimento foi considerado um mau presságio. Agora, pesquisadores liderados por Ryuho Kataoka, que estuda clima espacial no Instituto Nacional de Pesquisa Polar no Japão, decidiram investigar o que poderia ter causado o fenômeno escarlate.

Aurora ou cometa?

Registros históricos – o mais antigo de um fenômeno astronômico no Japão – apontam que o céu do país asiático avermelhou no dia 30 de dezembro de 620. O que poderia estar se passando na atmosfera da Terra nesse ano? As hipóteses incluíam auroras e cometas.

Os pesquisadores mapearam o campo magnético da Terra na época, sugerindo que o Japão teria estado a cerca de 33 graus de latitude magnética no ano de 620, em oposição a 25 graus hoje.

Os cientistas também compararam a descrição histórica do evento com nossa compreensão moderna de auroras. Embora a maioria seja verde, esse fenômeno pode certamente ocorrer em outras cores, incluindo o vermelho – tal tonalidade depende de quais elementos na atmosfera terrestre são ativados por partículas carregadas liberadas pelo sol.

Além disso, observações mais recentes de auroras no céu do Japão, com formato de cauda de pavão e vermelhas, são semelhantes ao relato do acontecimento de 620.

Luzes do norte pavonescas

Por outro lado, os cientistas descobriram que é improvável que o sinal tenha sido causado por um cometa. Esses espetáculos não são geralmente vermelhos, e os pesquisadores concluíram que havia uma probabilidade baixa de um desses objetos ter passado pela Terra naquela época.  

Isso os levou a concluir que o “sinal vermelho” tipo pavão no céu do Japão, 1.400 anos atrás, era provavelmente uma aurora.

“Este é um exemplo interessante e bem-sucedido de que a ciência moderna pode se beneficiar da antiga emoção japonesa evocada quando a surpreendente aparência do céu os lembrou de um pássaro familiar”, disse Kataoka.

Um artigo sobre o estudo foi publicado na revista científica Sokendai Review of Culture and Social Studies. [Space]

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