Misteriosos sinais do espaço estão ficando mais estranhos, dizem cientistas

Por , em 18.12.2023

Desde a descoberta do primeiro surto rápido de rádio em 2007, a comunidade científica tem se dedicado intensamente ao estudo dessas emissões de ondas de rádio, originárias de pontos extremamente distantes no universo.

Esses sinais variam consideravelmente em seu comportamento. Alguns apresentam uma frequência surpreendentemente consistente, enquanto outros exibem emissões de grande intensidade de maneira abrupta, iluminando receptores de rádio terrestres por meros milissegundos, em um fenômeno que pode ser comparado ao brilho efêmero de luzes natalinas.

Esses fenômenos, conhecidos como surtos rápidos de rádio (FRBs, na sigla em inglês), são capazes de liberar, em apenas uma fração de segundo, uma quantidade de energia comparável à que o Sol emite em vários dias. Um exemplo que intrigou astrônomos este ano foi um sinal que vinha se repetindo a cada 20 minutos, um padrão observado desde pelo menos 1988.

A causa desses surtos ainda é motivo de especulação no meio científico. A recente descoberta de um novo FRB trouxe ainda mais mistério para o assunto, evidenciando o quão pouco ainda sabemos sobre esse fenômeno cósmico.

Em um estudo recém-publicado no periódico “Monthly Notices of the Royal Astronomical Society”, pesquisadores relataram a descoberta de um surto inédito, batizado de FRB 20220912A. Esse surto foi detectado utilizando o Allen Telescope Array do Instituto SETI, um conjunto de 42 antenas localizadas nas Montanhas Cascade, na Califórnia.

No decorrer de dois meses, os cientistas identificaram 35 surtos provenientes de uma única fonte. Diferentemente dos FRBs anteriores, esse exibiu uma diminuição na frequência central dos surtos, algo que foi descrito pela CNN como um “apito deslizante celestial”.

Apesar dos esforços, a equipe não conseguiu estabelecer um intervalo regular entre cada surto.

Embora esses resultados sejam enigmáticos, eles podem orientar os cientistas sobre onde procurar por sinais semelhantes no futuro.

“Este estudo é empolgante porque confirma características dos FRBs já conhecidas, além de revelar novas”, disse Sofia Sheikh, pesquisadora do Instituto SETI e autora principal do estudo.

A busca pela fonte desses FRBs continua. Uma teoria popular entre alguns cientistas sugere que esses sinais podem ser emitidos por restos altamente magnetizados de uma estrela colapsada, funcionando como um farol cósmico.

Sheikh acrescentou: “Estamos avançando na compreensão da origem dos FRBs. Suspeitamos que eles possam vir de objetos extremos, como magnetars, mas nenhum modelo existente explica todas as características observadas até agora”.

A importância dessas descobertas reside na possibilidade de expandir nosso entendimento sobre o universo. Os FRBs são como janelas que nos permitem vislumbrar eventos cósmicos de proporções inimagináveis, acontecendo em regiões distantes do espaço. A cada novo surto detectado, desvendamos um pouco mais dos segredos do cosmos, aproximando-nos de respostas para algumas das questões mais profundas da astrofísica.

Essas investigações não apenas desafiam nossas teorias existentes, mas também impulsionam o desenvolvimento de novas tecnologias de observação. À medida que os telescópios e outros equipamentos se tornam mais avançados, nossa capacidade de detectar e analisar esses fenômenos misteriosos se amplia. Isso, por sua vez, pode levar a descobertas ainda mais significativas no futuro.

O estudo dos FRBs é um lembrete fascinante de que, apesar de todo o progresso científico, ainda há muito que não sabemos sobre o universo. Cada novo dado coletado nos aproxima de compreender melhor a vastidão e a complexidade do espaço, um desafio que continua a estimular a curiosidade e a imaginação de cientistas e entusiastas da astronomia ao redor do mundo. [Futurism]

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