Homem anda 4.000 quilômetros pela China – as fotos de antes e depois dele são incríveis

Por , em 14.12.2015

Quando Christoph Rehage começou seu mochilão pela China, andando, no outono de 2007, ele decidiu tirar uma foto de si mesmo em todos os dias de sua viagem. O plano original era andar de Pequim até onde ele vive, na Alemanha, uma distância de quase 8 mil quilômetros.

Ele não foi tão longe, mas a viagem não deixa de ser impressionante, assim como a transformação de Rehage ao longo do caminho.

Sua jornada, e o vídeo, começa em 9 de novembro de 2007, seu vigésimo sexto aniversário. Ele tinha recém-raspado tanto a barba quanto a cabeça. Até 13 de novembro de 2008, ele deixa seu cabelo e barba crescerem antes de cortar tudo de novo.

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Na maioria das fotos, ele olha para a lente da câmera de forma séria, com um rosto completamente em linha reta. Mas, em alguns quadros, ele quebra o protocolo, sorrindo ou fazendo caretas. Podemos vê-lo no sol; podemos vê-lo na neve. Podemos vê-lo em um casaco impermeável preto ou usando uma regata branca. Podemos vê-lo nas ruas ou em um avião. Onde quer que esteja, em cada foto você pode ver a barba que cresce de forma constante com o tempo.

Sensação de pertencimento

Mas por que caminhar? Rehage diz que gosta, pois o ajuda a se sentir conectado aos lugares que ele visita.

“Faz você possui o seu próprio caminho. Sempre que eu vou em algum lugar, eu não só me lembro do caminho, mas eu também sinto que tenho uma razão legítima para estar lá”, diz ele. “Se eu visitar um lugar de trem, eu sou um turista. Se eu ando para o mesmo local a pé, de repente o lugar é meu. Nós pertencemos um ao outro, e eu não me sinto como um estrangeiro mais”. Faz sentido.

No final das contas, ele caminhou de Pequim até Ürümq, também na China, o que dá 4499,7 quilômetros no total (ou cerca de 12 quilômetros por dia). Sobre a experiência, Rehage diz: “Depois de um ano de montanhas e desertos quentes eu percebi que eu tinha deixado crescer uma barba longa e poderosa”.

Você pode pensar que toda essa andança tenha ficado chata, mesmo viajando através de belas paisagens e cidades interessantes. Quando perguntado sobre seu estado de espírito em todos aqueles longos dias de caminhada pela China, Rehage afirma que estava se sentindo de forma semelhante a qualquer outro dia.

“Às vezes você pensa. Às vezes não. Às vezes você se preocupa com passaportes, perigos, dores, parentes e entes queridos, e em outras vezes os seus passos são leves e você canta canções no deserto. Às vezes é chato. E às vezes você se sente em paz”, define.

Por que parar?

Não foi a primeira vez que Rehage fez uma longa caminhada. Em 2003, ele caminhou de Paris até sua casa na Alemanha. O trecho foi de cerca de 800 quilômetros e levou menos de um mês. Ele diz que esta caminhada foi o que o inspirou a tentar a rota Pequim-Alemanha.

“Havia algo de especial sobre essa caminhada. Lembro-me de pensar na estrada, ‘Onde eu vou dormir? Onde eu vou comer?'”, diz ele. “Não houve questões metafísicas, grandes preocupações, apenas problemas pragmáticos para resolver. Senti-me bem, e me senti significativo”.

Em sua segunda caminhada, Rehage não chegou ao seu destino final. Ele tinha originalmente planejado andar todo o caminho até Bad Nenndorf, sua casa no momento. Embora ele tenha andado boa parte do caminho, parou de repente com seu plano. Por quê? De acordo com seu website, essa é uma das perguntas que ele mais teve que responder.

“Eu queria ganhar de volta a minha vida. Eu tive que recuperar o controle sobre mim mesmo e eliminar o chefe interior que estava me dizendo o que fazer. Um monte de gente olha para o vídeo e pensa, ‘Eu quero ser livre como aquele cara!’. Mas eles não percebem que eu estava impulsionado por algo, e talvez eu estivesse perdendo o controle sobre isso”. [Collectively Conscious]

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