Mulher tetraplégica bebe café com o poder da mente

Por , em 20.05.2012

Há quinze anos, Cathy Hutchinson sofreu um acidente vascular cerebral (derrame) que fez com que perdesse a capacidade de mover os braços e pernas e a deixou incapaz de falar. Mas em abril de 2011, ela pode tomar café sem nenhuma ajuda alheia. Cathy conseguiu beber café movimentando um braço mecânico apenas com a força de sua mente. Parece ficção científica, não é?

Essa foi a primeira vez, desde que ficou tetraplégica, que Cathy realizou uma ação por sua própria vontade. Foi também a primeira vez que uma pessoa conseguiu controlar um aparelho robótico usando o pensamento. Cientistas da Universidade Brown, EUA, criaram um dispositivo capaz de ler sinais dos neurônios. O minúsculo chip foi implantado no cérebro de Cathy, e a partir dele ela usou o pensamento para controlar o braço-robô.

Em 2006, ela já havia conseguido controlar um computador com a mente, mas nunca antes alguém tinha conseguido fazer esse controle no plano físico. Cathy não foi a única a participar do experimento. Um homem tetraplégico, identificado como Robert, também teve o dispositivo implantado no córtex motor do cérebro, área que envia sinais para que o controle das atividades motoras possa ser exercido.

Os resultados observados até agora são animadores. Embora os movimentos ainda estejam lentos e pouco precisos, pesquisadores afirmam que é possível aprimorar a tecnologia. O estudo com Cathy mostra que até pessoas paralisadas há muito tempo poderão realizar ações por si mesmas no futuro.

Confira aqui o vídeo em português que explica como funciona a tecnologia. [Gizmodo/Nature, NYT]

2 comentários

  • Antonio Faustino:

    *-* Quem sabe daqui alguns anos possamos ver ciborgues andando pelas ruas

  • Andhros:

    Gostei do vídeo em inglês, explica mais! Porque eu estava realmente pensando naquelas “idéias relâmpago”, inevitáveis, que a gente não controla em nível de pensamento:

    – pensamento espontâneo: “Ei! Mas que filho d…”
    – mas chegando na boca, nós engolimos e reformulamos para: “Tudo bem, não foi nada…”
    Ou então:
    – alguém fala: “Não faça isso!”
    – e involuntariamente você se visualiza fazendo.

    Até aí, ainda é imaginação. Mas e quanto as situações nas quais o usuário realmente se movimentaria, como em reações involuntárias:
    – pensamento em foco: “meu braço e mão estão trazendo meu café.”
    – pensamento involuntário 1: “hã?” (me distraí com alguma coisa)
    – pensamento involuntário 2: “atchim” (baita espirro)
    – pensamento involuntário 3: “AI!” (pisaram no meu pé)
    – pensamento involuntário 4: “AI!” (uma barata)
    Só tem duas soluções: ou o usuário faz um treinamento intenso em artes marciais orientais para alcançar o supremo auto-controle ou a tecnologia aperfeiçoa a relação homem-máquina.

    O vídeo fala sobre dois casos de segurança: o tocar e pegar e a colisão imprevista. É o único jeito, já que é possível movimentar o braço, mas não receber o seu “tato”. Com certeza foram implementadas muitas outras restrições de interface interessantes, que não mencionaram.

    Não é bem novidade, as maquinas industriais mais perigosas e até os eletrodomésticos já possuem esse tipo de interface. Na área virtual, é fácil perceber em jogos. Mas é sempre legal conhecer novos casos.

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