Cientista da NASA diz que já podemos ter sido visitados por aliens, entenda por que
Um artigo publicado ontem (06) por um pesquisador da NASA chamou a atenção da imprensa internacional. Silvano Colombano, que trabalha para a Divisão de Sistemas Inteligentes da agência espacial, afirmou em seu artigo, intitulado “Novas suposições para orientar a pesquisa do SETI (programa americano focado na busca por vida inteligente no espaço)”, que seres extraterrestres já podem ter visitado a Terra, mas nós não notamos porque nossas pressuposições a respeito da vida alienígena estão erradas.
Apesar de todo o sensacionalismo, porém, o artigo, na verdade, faz uma nova análise, um pouco mais ousada, do Paradoxo de Fermi, aquele que pergunta onde estão os extraterrestres, considerando que já encontramos diversos mundos por todo o universo e nenhum sinal de vida extraterrestre. Colombano propõe que esqueçamos algumas suposições que temos como certas atualmente e, de certa forma, tentemos deixar nossa mente aberta para outras possibilidades.
O universo é gigantesco e há muitos lugares onde vida extraterrestre poderia existir. No total, o programa Kepler descobriu 3.848 planetas – incluindo alguns em sistemas com cerca de 11,2 bilhões de anos. Nosso sistema solar tem apenas 4,5 bilhões de anos, o que significa que é possível que, em um desses sistemas mais antigos, exista um planeta semelhante à Terra 6 bilhões de anos mais velho que nosso planeta.
Se é impossível prever o avanço da tecnologia na Terra pelos próximos mil anos, imagine em 6 bilhões. Essa evolução tecnológica é central para Colombano. Ele conclui em seu texto que há quatro suposições usadas atualmente que devem ser questionadas para que possamos responder a questão sobre o paradeiro de seres alienígenas, e como a tecnologia sempre em avanço poderia desempenhar um papel em sua descoberta:
4. “Viagens interestelares são impossíveis ou altamente improváveis”
Com a nossa tecnologia atual, nós não podemos nem sonhar com viagens interestelares. Mas possíveis alienígenas podem. Atualmente estamos limitados pela nossa tecnologia e compreensão da física. O mais longe que um humano já foi da Terra é o lado mais distante da Lua nos anos 70. E não temos viagens mais rápidas que a luz ou uma unidade de fusão ainda.
Mas Colombano argumenta que não podemos deixar nossos recursos atuais, ou nossa imaginação, nos limitar – temos que entender as possibilidades de alcançar uma compreensão e um controle muito maiores da matéria, da energia e do espaço-tempo – seja por nós ou por outras civilizações.
3. “Ondas de rádio serão a principal forma de comunicação por milhares ou milhões de anos”
Uma forma de nos comunicarmos à distância é essencial para possíveis contatos com outras civilizações. Essa é uma das razões pelas quais o SETI está procurando ondas de rádio possivelmente enviadas por alienígenas, mas focar nisso pode não trazer resultados não porque não há resultados, mas talvez por não entendermos a mensagem.
Vida em outros planetas pode ter sido extinta após se tornar tecnológica
Colombano explica que, mesmo que as ondas de rádio apareçam em um futuro distante ou próximo, elas poderão carregar mais informações do que podem suportar atualmente, o que significa que elas seriam irreconhecíveis para nós – não conseguiríamos distinguir uma mensagem significativa de “ruído”. Mesmo assim, essa forma de comunicação pode se tornar obsoleta no futuro. Civilizações alienígenas podem escolher outras maneiras de comunicação que ainda não conseguimos compreender.
2. “Civilizações inteligentes seriam baseadas em formas de vida baseadas em carbono”
Nós sabemos que determinados blocos de construção fundamentais permitem a existência da vida como a conhecemos, mas é possível que o universo contenha formas de vida muito diferentes. Nosso ecossistema baseado em carbono, argumenta Colombano, pode ser apenas um pequeno primeiro passo em uma evolução contínua que poderia produzir formas de inteligência muito superiores às nossas, que não seriam mais baseadas em carbono.
Embora seja possível que outras formas de vida tenham se originado em situações semelhantes às nossas, a probabilidade de todo organismo seguir essas mesmas regras é pequena. Nesse caso, nossas oportunidades de encontrar vida começam a se expandir além da chamada zona habitável, local dos sistemas solares onde planetas estariam a uma distância de suas estrelas que permita que eles tenham água líquida, como é o caso da Terra. É difícil imaginar como seria esse tipo de vida, como agiria ou como se comunicaria.
Isso poderia impactar todas as outras suposições nessa lista. A vida que não é baseada em carbono pode ter acesso a viagens interestelares devido à falta de limitações humanas, como a duração de uma vida humana ou a fragilidade dos nossos corpos.
1. “Não fomos e não estamos sendo visitados”
Até que chegamos ao ponto mais polêmico do artigo: a possível visita de alienígenas ao nosso planeta. A busca por vida extraterrestre, argumenta Colombano, ignorou em grande parte a relevância potencial dos fenômenos OVNIs graças às constantes fraudes e ao desinteresse geral causado pelo ceticismo. Em vez dessa postura, ele acredita que a comunidade científica deve procurar “encontrar o sinal no ruído”.
O pesquisador acredita que, na grande quantidade de “ruído” nos relatórios de OVNIs, pode haver “sinais” ignorados, embora pequenos, que podem indicar alguns fenômenos que não podem ser explicados ou negados. Para ele, se adotarmos um novo conjunto de suposições sobre quais formas de inteligência e tecnologia superiores poderíamos encontrar, alguns desses fenômenos poderiam se encaixar em hipóteses específicas, e poderíamos iniciar uma investigação séria.
Aliens: 10 motivos de porque ainda não foram encontrados
Além destes questionamentos, Comombano propõe algumas sugestões para uma abordagem mais agressiva das futuras explorações do SETI. O pesquisador sugere que os físicos devem se engajar em uma “física especulativa” – baseada em teorias fundamentadas em evidências, mas que iria além dos limites do espaço-tempo e da energia que conhecemos. Ao mesmo tempo, eles devem envolver tecnólogos em uma exploração futurista de como a tecnologia pode evoluir, especialmente em relação à inteligência artificial e formas dos humanos serem combinados com as máquinas. Outra sugestão é envolver ainda mais os sociólogos na especulação sobre que tipos de sociedades podem vir desses tipos de civilizações postuladas, e como elas podem se comunicar.
As novas pesquisas deveriam também considerar os fenômenos OVNI merecedores de estudo no contexto de um sistema com uma relação sinal / ruído muito baixa, mas, ainda assim, com a possibilidade de desafiar algumas de nossas suposições e apontar novas possibilidades de comunicação e descoberta.
Considerando que a vida no cosmos pode não ter uma forma familiar, estamos diante de novas questões, que obrigarão os cientistas a usar a criatividade para entender com que formas de vida ou de tecnologia podemos estar lidando. Como isso pode mudar nossas pressuposições e nossa abertura para nos comunicarmos com outras civilizações que não são parecidas com aquelas que evoluíram na Terra? A resposta para essa pergunta pode mudar tudo o que sabemos (ou não sabemos, ainda) sobre a vida fora da Terra. [Futurism, NASA, Yahoo]
1 comentário
Esse cara é esperto.