Nicotina: Adesivos e chicletes não ajudam a parar de fumar

Por , em 11.01.2012

Adesivos e chicletes de nicotina são usados por milhões de fumantes, mas eles podem não trazer nenhum benefício duradouro, de acordo com o mais rigoroso estudo de longo prazo já realizado.

O estudo incluiu cerca de 800 pessoas tentando parar de fumar durante um período de vários anos e levantou o debate sobre a validade de alternativas para a nicotina e sua reposição a partir de produtos como os adesivos e chicletes.

Em estudos médicos, os produtos tem se revelado eficazes, fazendo com que as pessoas larguem o cigarro mais facilmente, pelo menos a curto prazo. Esses resultados animadores foram a base para diretrizes federais que recomendam os produtos para o fim do tabagismo.

Mas na nova pesquisa, fumantes que usaram os produtos de reposição de nicotina mais do que o recomendado, como parte de um programa ou por conta própria, relataram pouco benefício. O novo estudo analisou um grupo de fumantes para ver se a reposição de nicotina afetaria suas chances de largar o hábito ao longo do tempo – mas isso não aconteceu.

O mercado para produtos de reposição de nicotina decolou nos últimos anos, subindo para mais de R$1,4 bilhões anuais em 2007, de R$232 milhões em 1991.

Médicos que tratam fumantes disseram que as conclusões do estudo não foram inesperados, dada a forma casual como muitos fumantes usam os produtos. “A adesão dos pacientes é uma questão muito importante”, disse Dr. Richard Hurt, diretor do Centro de Dependência de Nicotina da Clínica Mayo, que não esteve envolvido no estudo.

Hurt disse que esses produtos são necessários, mas devem ser usados em combinações e doses de tratamento que correspondam às necessidades individuais de cada paciente, ao contrário dos fumantes que tentam se tratar sozinhos.

Os produtos têm provocado opiniões controversas desde 2002, quando pesquisadores da Universidade da Califórnia informaram a partir de uma ampla pesquisa que eles pareciam não oferecer nenhum benefício. Entretanto, o estudo não acompanhou fumantes por muito tempo.

Um painel do governo dos EUA que incluiu reposição de nicotina como parte das diretrizes federais para o tratamento do tabaco também veio sob o fogo, até porque os membros do painel tinham recebido pagamentos dos fabricantes dos produtos.

No novo estudo, realizado em Massachusetts, nos EUA, os pesquisadores acompanharam uma amostra representativa de 1.916 adultos, incluindo 787 pessoas que disseram no início do estudo que tinham recentemente parado de fumar.

Eles entrevistaram os participantes três vezes, uma vez a cada dois anos durante a década de 2000, questionando fumantes e ex-fumantes sobre o uso de chicletes, adesivos e outros produtos, os seus períodos sem não fumar e suas recaídas.

Em cada fase, cerca de um terço das pessoas tentando parar de fumar tiveram uma recaída. O uso de produtos de substituição de nicotina não fez diferença.

Um subgrupo, os que mais fumavam (definidos como aqueles que fumaram seu primeiro cigarro dentro de meia hora depois de acordar), que usaram produtos de substituição sem orientação foram duas vezes mais propensos a terem recaídas, comparados com os fumantes que não usavam.

Os pesquisadores afirmam que, embora a reposição de nicotina pareça ajudar as pessoas a parar de fumar, isso não é o suficiente para prevenir recaídas ao longo do tempo. A motivação importa muito, assim como o apoio de amigos, familiares, e as regras impostas no local de trabalho. Campanhas na mídia, impostos sobre o tabaco e o endurecimento de leis anti-fumo também tem mostrado efeitos positivos. [The New York Times]

6 comentários

  • Ana Lourenço da Rosa:

    Este comentário é um dos que eu nem poderia imaginar que estaria hoje depositando-o neste site. Fumei por meio século, ou seja, hoje tenho 67 anos e faz 26 dias que parei de fumar. Li com atenção o artigo que ora estou comentando: Nicotina: adesivos e chicletes não ajudam a parar de fumar – postado por S.D Ornelas em 11/01/2012.Antes de tecer qualquer comentário é preciso relatar alguns pontos, entre muitos que o presente artigo aborda. O primeiro, sobre o uso dos adesivos e chicletes podem ajudar a prevenir nas recaídas ao longo do tempo futuro, no distrair (substituir o hábito, ou seja, o forte vínculo que o cigarro sempre preenchia alguns momentos dos nossos fazeres cotidianos em todos os sentidos). Citando um exemplo clássico: o cigarro sempre combinou com ingesta de alimentos adocicados, lugares que habitualmente se pode fumar tranquilamente (…); e por aí pode-se citar uma série de situações onde o cigarro faz parte desse contexto. Convém observar que não estou me referindo a nenhuma citação de sinergia de nicotina na corrente sanguínea. Um outro exemplo que não funciona mesmo é campanha na mídia, impostos, proibições/leis anti-fumo; tudo isso, segundo os pesquisadores deste artigo, ora comentado, relatam que ajudam (motivam) pessoas a deixarem o vício de fumar. Afirmam ainda, que o apoio de amigos, família; servem de motivação para o fumante deixar o cigarro. Tudo isso e muito mais do que isso, eu já havia sabido e nem por nada disso sequer deixei de fumar. Tudo isso são pequenas motivações diante de um hábito tão forte externamente; mas, um bom susto embasado em fatos reais, onde a gente sente que não dá mais como inspirar oxigênio e expirar o gás carbônico produzido pelo nosso organismo,ou seja, uma falta de ar incrível (algo fechando a nossa garganta, produzindo um enorme barulho de chiados sufocantes, sem tosse e sem poder eliminar toda aquela secreção branca, transparente,etc.). Isso me aconteceu na manhã do dia 18/12/2011. Nem água era possível engolir. Precisei modificar a forma de introduzir o oxigênio pela boca e devolver em forma de assoprar com força e bem devagar. E colocando na língua de 2 em 2 minutos 1 gota de um produto que uso desde 1992(planta do cerrado) macerada no vinagre farmacêutico de maçã + vinagre de limão. Isso o dia inteiro. No segundo dia já podia molhar a boca com golinhos de água e continuando a utilização fitoterápica. Na tarde já foi possível comer duas colheres de minguau de aveia. No terceiro dia, já foi possível de começar a ingerir alimentos com pouco sal. E a falta de ar desapareceu com 24 horas dos primeiros socorros. Não ingeri nada com açúcar e nem bebi café. Tive fefre. Isso deve bastar e servir de motivação para não voltar a fumar. O curioso e perigoso fator que notei foi dramático; à medida que eu melhorava a lembrança de que eu fumava crescia na mesma proporção. Aí precisei de modificar todos os meus hábitos: comidas, horários, lugares, e não contei isso para ninguém. Fiz de propósito, assim, se eu voltasse a fumar, não me sentiria muito envergonhada pela normal fraqueza diante de uma força diabólica que é o vício de fumar. Notei que o SABOR AZEDO constantemente foi e ainda está sendo o sinalizador para o meu cérebro lembrar que não posso fumar porque preciso e quero viver; e não esquecer nunca de tudo o que eu sofri risco de morte. Hoje inspiro, expiro com suavidade, não há mais nenhum chiado no peito. É preciso beber muita água e comer bem pouco de 2 em 2 duas horas e não esquecer de pingar gotas azedas na língua e aí adeus vontade de fumar. Na minha opinião não deve contar para ninguém. O olhar de piedade do outro só serve para aumentar a nossa vergonha, a nossa fraqueza; pois, piedade, misericórdia, só deve ser aceita de Deus. Esse episódio cruel que aconteceu comigo só posso comparar com as minhas duas separações conjugais. Na verdade o que dói mais numa separação não é a perda do companheiro, mas a vergonha de ter sido trocada por uma outra coisa, seja lá o que for. Que bom poder escrever esta terrível experiência para uma outra pessoa que queira educar o seu cérebro e esquecer o seu hábito (TEORIA DO VÍNCULO)na psicologia, seja lá o que for preciso eliminar da sua vida. É preciso substituir(preencher)o vazio que a coisa/situação está fazendo falta para você, no caso do cigarro, mantenha uma coisa super azeda na língua. No caso de uma separação, substitua o vazio por um outro amor, boas ideias não fazem mal a ninguém. Até agora vai indo tudo muito bem. (…). Ana Lourenço da Rosa/Porto Nacional/Tocantins/Brasil.

  • José Adolfo Zednik:

    Parei de fumar dia 20/01/2011 vai completar 1 ano, fumei durante 50
    anos. ” Queimei um apartamento no valor de 250.000,00 em todo esse/
    tempo comprando cigarros e alimentando parte da corrupão com os 70%
    do IPI que foi p/ o governo. Muito bem, pneumologista me prescreveu
    um tratamento de 3 meses no valor de 700,00. Pensei comigo: ” Se é a
    nicotina q vicia porque hei de ficar alimentando o meu organismo com
    os adesivos e chiclets ? Pera aí !!! Parei o tratamento na metade do
    tempo determinado, chiclets só usei 2 e as 2 ultimas cx de adesivos
    pra não jogar fora, usava a cada 2/3dias. Ainda tenho vontade de fu-
    mar,mas não volto ao vicio, pra quem ficou 1ano não custa nad=10.

  • pedr@o:

    Todos vicios ,fumar beber, viciou acabou vai ser uma batalha para deixar,fumar é pura opiniao e vontade para deixar, exemplo o crake se experimentar a primeira xx já viciou veja a cracolandia parecem uns zumbis,bom é orientar filhos ,a todos jovens o perigo de tudo isto, nas escolas emfim todos meios de comunicaçao orientando o perigo deste cancer que mata milhoes de pessoas……..

  • Vanderlei Walter da Silva:

    Eu parei de fumar no dia 08 de maio de 2011, ou seja, a sete meses que não coloco um cigarro na boca e foi graças aos adesivos de nicotina que consegui, quando estava com muita vontade de fumar eu grudava um adesivo, usei durante três semanas e deu certo. Eu acho que essa reportagem não deve ser levada muito a sério por quem deseja parar de fumar. Além disso, tenho dois amigos que pararam de fumar do mesmo modo que eu a pelo menos 6 meses. Então se você quer parar de fumar, use adesivo, masque chicletes, faça simpatia, oque você quiser, mas pare, a diferença é gritante. Eu fumei durante 25 anos e me arrependo muito de ter demorado tanto pra largar esse vicio maldito. Boa sorte a todos.

  • Laura:

    Adesivos e chicletes ajudam a parar com o hábito de fumar. Agora vai da pessoa se ela toma vergonha…

    Meu pai por exemplo, começou a fumar com 18 anos de idade. E só agora, quase com 50 anos, no aniversário de minha irmã, ele decidiu comprar um adesivo e chiclete. A partir daquele dia ele nunca mais fumou. (isso faz um ano e alguns meses). E sabe porque deu certo? Acredito que seja por causa da persistência, vontade.

    Agora minha mãe… minha mãe fuma. Ela disse ano passado que nesse ano não ia mais fumar. Mas ela é mais complicada que meu pai. Ela começou a usar adesivo, só que não estava 100% confiante de si mesma, e da última vez que teve chance, comprou cigarro. Deu vontade de dar uma bronca quando ela me disse que “não resistiu e como comprou tem que fumar todos para não desperdiçar”.

    Como tenho só 13 anos, posso não entender que largar de um vício é difícil. Mas acredito que o primeiro passo para largar o cigarro é ter vontade, tomar vergonha na cara e acreditar que você consegue. Não é impossível.

  • Dino Lozinsky:

    Sempre Desconfiei, Creio que Parar de fumar seja Força de Vontade. Esses Chicletes e Adesivos só geram Algo Psicológico.

    http://www.docshd.net – Documentários online

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