A Terra não suporta a quantidade de nitrogênio emitida pela pecuária

Por , em 7.07.2020

A quantidade de nitrogênio emitida pela criação de animais para abate é superior ao que o planeta pode aguentar. Cientistas alertam que é necessário diminuir o consumo de carne e laticínios.

As principais fontes de nitrogênio liberadas no ambiente vêm de fertilizantes utilizados na agricultura e dos animais de abate. O pesquisador Aimable Uwizeye e sua equipe descobriram que esses animais são responsáveis por 33% da emissão de nitrogênio causada por humanos.

Ultrapassando o limite

As emissões pela pecuária totalizam cerca de 65 milhões de toneladas de nitrogênio por ano. Isso significa que apenas a produção de carne e laticínios ultrapassa o limite de 62 milhões de toneladas por ano. Emissões acima de 82 milhões de toneladas anuais, considerado o “limite global” para as emissões de nitrogênio, colocam em risco a humanidade, já que o óxido nitroso (N2O) tem efeito estufa 300 vezes mais potente que o CO2 e também destrói a camada de ozônio.

O pesquisador explica que apesar das melhoras recentes nas técnicas de produção, ainda há a necessidade de diminuir o consumo de carne e produtos laticínios. Uma região do planeta que tem emitido cada vez mais nitrogênio é a Ásia, onde o mercado para carne animal tem crescido rapidamente, especialmente na China.

O estudo analisou dados do ano de 2010 de 275 países e suas produções de grãos para ração animal e criação de animais. A conclusão é que a criação animal mais eficiente no uso de nitrogênio é a de frangos, enquanto a de gado é a menos eficiente. Já o porco está em posição intermediária ente o frango e o boi.  

“Esse é um lembrete sóbrio para quem cria políticas que enquanto eles nem lidam corretamente com o CO2 dos alimentos, ao mesmo tempo há demandas de ecossistema igualmente urgentes com o nitrogênio”, diz Tim Lang, da Universidade de Londres, em entrevista ao portal NewScientist, que não participou da pesquisa. [NewScientist]

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