Períodos de calmaria podem ajudar a prever terremotos graves
Segundo novas análises de grandes terremotos, incluindo o tremor que atingiu o Japão em março, há boas evidências de que terremotos são precedidos por longos anos de calmarias de atividade sísmica.
Durante décadas, os cientistas têm implicado que ocorrem períodos de calmaria antes de terremotos grandes ou moderados; nesses períodos de calmaria, menos tremores, menores do que o normal, ocorrem entre 15 e 75 meses, presumivelmente porque o estresse está “se construindo” nas falhas.
Ainda assim, não se sabe como essas calmarias funcionam, quais as suas características e qual a melhor forma de medi-las.
Aprender mais sobre esses períodos de calmaria poderia ajudar os cientistas a prever quando um desastre grave vai ocorrer.
Por exemplo, o sismólogo Kei Katsumata da Universidade de Hokkaido, no Japão, prevê que uma área perto de Tóquio poderá em breve ser atingida por um terremoto devastador de magnitude 9.
Para saber mais sobre períodos de calmaria entre terremotos, Katsumata investigou o terremoto de 2003, Tokachi oki. Este tremor de magnitude 8,3 na costa do Pacífico da ilha japonesa de Hokkaido causou grandes danos, deslizamentos e quedas de energia, e não houve tremores precursores detectados, como acontece com alguns outros terremotos.
Katsumata analisou nove anos de atividade sísmica anterior ao terremoto de 2003, envolvendo cerca de 2.000 tremores de magnitude 3,3 ou maior na região de Hokkaido. Ele descobriu calmarias onde a atividade sísmica diminuiu 42 a 49% nos quatro a cinco anos antes do choque principal ocorrer em dois locais perto de onde a falha ruiu.
Essas pausas foram de comprimento semelhante às calmarias notadas antes de outros grandes terremotos, como o terremoto de magnitude 7,9 Kermadec (que atingiu as ilhas do nordeste de mesmo nome da Nova Zelândia) em 1976, o de magnitude de 7,9 Andreanof Island (parte da cadeia de ilhas Aleutas, no Alasca) de 1986 e do terremoto de magnitude 8,3 que atingiu o Japão em 1994.
A pesquisa sugere que uma calma ou tranquilidade de cinco anos antes de um tremor de magnitude 8 pode ser algo que os pesquisadores devem ficar de olho no futuro. “Eu acho que quietude sísmica é o método mais promissor para previsão de médio prazo de terremotos”, disse Katsumata.
Katsumata também investigou o terremoto de magnitude 9 que atingiu a costa de Tohoku, no Japão, em março. Ele analisou 5.770 terremotos com magnitudes 4,5 ou maior que ocorreram no Japão entre 1965 e 2010, e descobriu que parecia haver uma pausa na atividade sísmica na área de Tohoku começando em 1987.
“Eu tenho uma hipótese de que uma quietude sísmica que dura mais de 20 anos é um precursor de terremotos de magnitude 9”, afirmou Katsumata.
A pesquisa também revelou uma pausa sísmica na área japonesa de Boso. “Se minha hipótese estiver correta, teremos um outro terremoto de magnitude 9 na área de Boso”, advertiu Katsumata. “E ela está muito perto de Tóquio”.[MSN]
4 comentários
O problema é que esse terremoto no Japão e o último nos EUA foram causados claramente por explosões nucleares subterrâneas.
Os cientistas trabalham com observações de dados, ocorrências num certo período, calculos matemáticos, mas sempre deixaram claro que estão tateando o terreno da hipótese.
Então,não percamos de vista que todas as colocações são suposições que estão sendo objeto de estudo.
E mesmo que um padrão de comportamento seja observado, quem garante que esse padrão é constante e imutável?
Bem, me parece meio óbvio que, depois de um tempo de espera, aconteça um terremoto numa área já pré-disposta a tremores.
Mas enfim, o cientista é ele …
Que e obvio e mas a terra se meche todo dia mesmo que seja 1 na escala japonesa e o que ele esta dizendo e que muitos terremotos de magnitude baixa podem preceder um grande pq se a terra treme constantemente a nivel 3 ou 4 na escala japonesa libera energia equilibrada, mas se libera pouca energia ela se acumula e isso pode causar um terremoto grande para que se estabilize. E em cima disto que estão trabalhando…