Somo a única vida inteligente no universo, se a evolução tem algo a dizer

Por , em 25.10.2019

Talvez você já tenha passado algum tempo discutindo com amigos ou refletindo sozinho sobre a existência de vida inteligente fora do planeta Terra. O professor sênior de Paleontologia e Biologia Evolutiva da Universidade de Bath, Nick Longrich, publicou um artigo sobre esse assunto.

Para o professor, a história da evolução mostra que muitas das adaptações essenciais como animais e células complexas, fotossíntese e a própria vida, além da inteligência, foram eventos muito específicos e, portanto, altamente improváveis. Por isso, o autor considera que a nossa evolução pode ter sido menos provável do que ganhar na loteria.

Nesse contexto o professor fala do chamado Paradoxo de Fermi, que  se refere à discrepância entre a possibilidade de existência de civilização inteligente fora da Terra ou visitações, devido à vastidão e longo tempo de existência do universo, e a presunção de que nenhum visitante extraterrestre foi observado.

O caminho para que exista vida inteligente

Embora não possamos estudar vida extraterrestre para determinar se há vida inteligente fora da Terra, o professor destaca que podemos analisar os cerca de 4,5 bilhões de anos da história do nosso planeta. Nesse contexto, ele sugere observar onde a evolução se repete ou não.

Se a evolução se repetir com frequência, então ela pode ser provável, ou até inevitável. Longrich ressalta que a evolução, às vezes, se repete. Há casos em que espécies diferentes convergem para resultados semelhantes. Essa convergência também ocorre em órgãos individuais, como os olhos que evoluíram nos vertebrados e nos atrópodes, entre outros.

A questão, para o professor, é que toda a convergência ocorreu dentro da mesma linhagem, a dos eumetazoários. Eles são animais complexos com simetria, boca, tripas, músculos e sistema nervoso.

Os eumetazoários desenvolveram soluções similares para problemas similares, embora os corpos que fizeram isso possível sejam diferentes. Os animais evoluíram, escreve o autor, uma vez na história da vida. Isso sugere que são improváveis.

As mudanças improváveis

Longrich destaca que eventos críticos da história evolutiva são únicos. Entre eles, cita o esqueleto dos vertebrados, as células eucarióticas complexas e a fotossíntese, que evoluíram apenas uma vez. O autor destaca que o mesmo ocorre com a inteligência em nível humano.

Se procurarmos apensa pelas convergências, o autor considera que teremos um resultado enviesado, pois elas parecerão ser a regra. Mas se procurarmos pelos casos de não convergência, eles estão presentes em tudo. Nesse contexto as adaptações críticas e complexas parecem ser as que menos se repetem e, portanto, são improváveis, de acordo com Longrich.

Ainda tem destaque, para Longrich, o fato de que até onde sabemos, a vida só aconteceu uma vez. E é a partir de um único ancestral que vêm todos os organismos. Assim, para que um evoluísse, foi necessária a evolução de outro.

Como no caso dos animais complexos que precisam de células complexas, estas precisam de oxigênio, que é produzido pela fotossíntese. Nesse contexto, o autor considera que a evolução da vida é um evento singular entre eventos singulares.

Outro fator que demonstra a improbabilidade dessas evoluções, para o autor, é o tempo que elas demoraram para ocorrer. A fotossíntese evoluiu 1,5 bilhão de anos após a formação da Terra, células complexas levaram 2,7 bilhões de anos para evoluir, animais complexos 4 bilhões de anos e a inteligência evoluiu 4,5 bilhões de anos após a formação da Terra.

A vida inteligente

O autor pede para imaginarmos que a evolução precisa de uma cadeia de sete inovações improváveis, são elas: a origem da vida, fotossíntese, células complexas, sexo, animais complexos, esqueletos e a própria inteligência.

Longrich, considera que cada uma dessas evoluções tem 10% de chance de ocorrer. Nesse contexto, a chance de evolução da inteligência passa para uma em 10 milhões.

Em seguida, o autor destaca que essas evoluções dependeram de uma série de adaptações para ocorrer. Nesse sentido, talvez, essas alterações só ocorressem 1% das vezes.

Assim, a inteligência surgiria apenas em um de cada 100 trilhões de mundos habitáveis. Considerando que os mundos habitáveis são raros, nós podemos ser a única vida inteligente na galáxia, ou até mesmo no universo visível, pondera Longrich. [The Conversation]

4 comentários

  • Fernandes Fer:

    Não precisa ser cientista, professor, catedrático, pesquisador para saber que somente seres viventes habitam a terra e que não há nenhum outro planeta habitável; basta crer em Deus e no que Ele nos deixou para seguir e consequentemente salvar nossas almas: “As Sagradas Escrituras” (Bíblia Sagrada). Lá não fala em outros seres, (ET´s), discos voadores de outros plantas etc…etc…etc…Então, não estou preocupado com invasões de bichinhos com antenas, esverdeados ou de 4 metros de altura, mas…cada um cada um, respeito a opinião de todos, porém, para mim, entra por um ouvido e sai pelo outro!!! Um abraço.

    • Cesar Grossmann:

      Também não tem gato nas escrituras, então gatos não existem. Ou existem?

  • Joaquim De Souza Lima Filho:

    Cadê meu comentário?

  • Joaquim De Souza Lima Filho:

    Cientistas lidam com a lei de possibilidades matemáticas, mas a própria matemática fornece a lei das probabilidades, assim vemos que milhares de pessoas já ganharam na mega sena, enfim nas loterias do mundo inteiro. Por isso é possível sim, matematicamente, haver vida inteligente fora da Terra. Agora sobre evidências, só posso dizer que mesmo quem nunca as viu, como eu, não pode negar as que estão aí pra quem quiser ver.

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