Píton esfomeada engole um crocodilo inteiro na Austrália

Por , em 15.07.2019

A ONG australiana GG Wildlife Rescue Inc. compartilhou no Facebook imagens incríveis de uma píton (Liasis olivaceous) devorando um crocodilo (Crocodylus johnstoni), no último dia 31 de maio. As imagens foram feitas perto do Monte Isa, em Queensland, pelo caiaquista Martin Muller.

Essas serpentes não inoculam veneno, mas têm presas afiadas e curvadas para dentro que agarram seu alimento. Essa espécie de píton, especificamente, é encontrada apenas na Austrália e chega a 4m. Ela tem fama de devorar crocodilos de água doce na Oceania, apelidados de “freshies” por lá.

Em 2014, uma píton deste mesmo tipo foi flagrada matando e comendo um freshie no lago Moondarra, perto do Monte Isa. Na ocasião, ela levou cinco horas para conseguir engolir o animal inteiro. O curioso é que não apenas a serpente come o crocodilo; o inverso também é possível, e crocodilos podem comer pequenas pítons.

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Em 2005 uma píton da Flórida que chega a 5,74 m foi encontrada morta com o corpo de um jacaré-norte-americano (Alligator mississippiensis) no sistema digestivo. Essa píton que vive na América do Norte é uma espécie invasiva da região.

Essas serpentes conseguem engolir animais tão grandes por conta de suas poderosas mandíbulas, que são elásticas e divididas em duas partes, conectadas por um ligamento elástico. Este ligamento permite que os ossos se separem para deixar o alimento passar.

O maior perigo para a píton que decide comer um crocodilo são os dentes dele, que podem atravessar a pele da serpente com facilidade. É por isso que elas miram no pescoço e na região dos ombros da presa, para prevenir mordidas. Mesmo que um dente rasgue sua pele, elas têm um sistema imunológico potente que acaba com infecções e outros problemas.

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As cobras em geral são bastante sensíveis aos batimentos cardíacos das presas, e sabem quando elas morrem ao perceber que não há mais batimentos. No caso dos crocodilos, porém, eles podem passar um longo período de tempo sem oxigênio, por isso elas esmagam tanto a região cardíaca dos crocodilos que o coração fica sem espaço para bater, e ele morre por parada cardíaca ao invés de sufocamento.

Quando a píton domina a sua presa, ela “caminha” por cima dela para esmagá-la, e depois usa suas presas para se prender à carne do animal. Ela comprime seus músculos para amassar ainda mais o alimento, e desliza ao redor dele até que tudo esteja para dentro.

Seu sistema digestivo também é poderosíssimo: a píton que vive na Flórida consegue alterar seu metabolismo rapidamente para digerir o animal inteiro. Até seus órgãos internos como intestino, pâncreas, coração e rins crescem para suportar o aumento drástico de calorias.

Essa digestão leva cerca de dez dias para terminar. Os ossos, carne e órgãos do crocodilo são digeridos, mas as escamas e dentes saem inteiros entre duas e três semanas depois da caçada. Como a serpente tem baixa necessidade calórica, ela poderia passar várias semanas sem comer, mas é provável que ela procure por outra boquinha cerca de três semanas depois dessa refeição.  [Live Science, National Geographic]

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