Planeta que tem um ano de apenas 18 horas está à beira da destruição

Por , em 24.02.2020

Astrônomos da Universidade de Warwick observaram um exoplaneta orbitando uma estrela em apenas 18 horas, o período orbital mais curto já observado para um planeta deste tipo. Ele foi chamado de NGTS-10b, e está a 1000 anos-luz da Terra.

Isso significa que um único ano para este Júpiter quente passa em menos tempo do que um dia na Terra. “Júpiter quente” é uma classe de planetas com massa e composição comparáveis às de Júpiter.

Esta descoberta foi detalhada em um novo artigo publicado no dia 20 de fevereiro na revista Monthly Notices of the Royal Astronomical Society, e os autores do trabalho acreditam que o planeta esteja espiralando diretamente para a autodestruição.

“Estamos muito empolgados em anunciar a descoberta do NGTS-10b, um planeta do tamanho de Júpiter com um período extremamente curto que está orbitando uma estrela não muito diferente do nosso sol”, diz o pesquisador principal do trabalho, James McCormac.

Observatório no Chile

O planeta foi localizado pelo Next-Generation Transit Survey (NGTS), uma pesquisa com foco em exoplanetas que utiliza as instalações do Observatório Paranal do deserto do Atacama, no norte do Chile.

Segundo McCormac, o NGTS está fazendo um trabalho pioneiro na pesquisa de exoplanetas através de observatórios na Terra.

“Apesar de, em teoria, Júpiters quentes com períodos curtos de órbitas (menos de 24 horas) serem os mais fáceis de detectar por causa do grande tamanho e frequentes passagens, eles são comprovadamente extremamente raros. De centenas de Júpiters quentes conhecidos, há apenas sete com período orbital de menos de um dia”, detalha ele.

O NGTS-10b tem uma órbita tão próxima do sol que seria o equivalente a ele estar 27 vezes mais próximo do que Mercúrio do nosso próprio sol.  Isso quer dizer que ele está perigosamente próximo do sol dele, ao ponto de estar prestes a ser destruído.

A estrela deste exoplaneta tem 70% do raio da nossa e é 1000ºC menos quente. O NGTS-10b, por outro lado, é 20% maior que o nosso Júpiter e tem o dobro da massa. Os cientistas estimam que tanto o sol quanto o planeta têm cerca de dez bilhões de anos.

Esse tipo de planeta provavelmente migra da periferia dos sistema solar dele e acaba consumido ou têm a órbita alterada radicalmente pela estrela.

Destruição iminente?

Agora os astrônomos querem continuar acompanhando este exoplaneta pelos próximos dez anos para determinar se este planeta vai permanecer na atual órbita ou se vai espiralar em direção ao sol e se destruir.

Este estudo é uma colaboração entre as universidades do Reino Unido Warwick, Leicester, Cambridge, a universidade Belfast (Irlanda do norte), além do Observatório de Genebra (Suíça), DLR Berlim e a Universidade do Chile. [Universidade de Warwick, Phys.org]

3 comentários

  • JoseLuis Pereira Rebelo Fernandes:

    Não me parece que venha a ser tragado pela estrela.
    A estrela vai continuar a encolher e a planeta a gravita-la..
    Ele formou-se a partir da mesma nuvem que originou a estrela e se se autonomizou é porque tem condições para isso.

    • Cesar Grossmann:

      “Autonomizou”? O que é isso?

      Só porque o planeta se formou da mesma nuvem que originou a estrela não significa que ele não possa vir a ser engolido por ela. Quando o Sol aumentar de tamanho, muito provavelmente vai engolir Mercúrio e Vênus, e tem uma boa possibilidade de vir a engolir a Terra. Além disso, uma estrela com vento estelar extremamente forte pode arrancar a atmosfera de um planeta joviano, e isso faria com que a órbita dele decaísse até… cair na estrela central.

  • Taxidovla Vla:

    Muito bom

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