Prova matemática de que o universo teve um começo

Por , em 25.04.2012

Em um novo estudo, cosmólogos usaram as propriedades matemáticas da eternidade para mostrar que, apesar do universo poder durar para sempre, ele deve ter tido um começo.

O Big Bang tornou-se parte da cultura popular desde que a expressão foi cunhada pelo físico Fred Hoyle, nos anos 1940, e representaria o nascimento de tudo.

No entanto, o próprio Hoyle preferia muito mais um modelo diferente do cosmos: um universo de estado estacionário, sem começo nem fim, que se estende infinitamente para o passado e para o futuro.

Essa ideia, entretanto, nunca vingou. Mas nos últimos anos, os cosmólogos começaram a estudar uma série de novas ideias com propriedades semelhantes. Curiosamente, essas ideias não entram necessariamente em conflito com a noção de um Big Bang.

Por exemplo, uma ideia é que o universo é cíclico, com big bangs seguidos de “big crunches” (crises) seguido de big bangs em um ciclo infinito.

Outra é a noção de inflação eterna, em que as diferentes partes do universo se expandem e contraem em taxas diferentes. Estas regiões podem ser pensadas como universos diferentes em um multiverso gigante.

Assim, embora pareça que vivemos em um cosmos que se expande, outros universos podem ser muito diferentes. E enquanto o nosso universo pode parecer que tem um começo, o multiverso não precisa ter um começo.

Por fim, há a ideia de um universo emergente que existe como uma espécie de semente para a eternidade e, de repente, se expande.

Essas teorias cosmológicas modernas sugerem que a evidência observacional de um universo em expansão (como o nosso) é consistente com um cosmo sem começo nem fim. Mas não é bem assim.

Audrey Mithani e Alexander Vilenkin, da Universidade Tufts em Massachusetts, EUA, dizem que todos os modelos propostos são matematicamente incompatíveis com um passado eterno.

A análise dos pesquisadores sugere que estes três modelos do universo devem ter tido um começo.

Seu argumento centra-se sobre as propriedades matemáticas da eternidade – um universo sem começo e sem fim. Tal universo deve conter trajetórias que se estendem infinitamente no passado.

No entanto, Mithani e Vilenkin lembram que este tipo de trajetória do passado não pode ser infinita se for parte de um universo que se expande de uma maneira específica.

Universos cíclicos e universos de inflação eterna se expandem dessa forma específica. Então, esses tipos de universo não podem ser eternos no passado, e devem, portanto, ter tido um começo.

“Embora a expansão possa ser eterna no futuro, não pode ser estendida indefinidamente para o passado”, dizem eles.

Esses modelos podem parecer estáveis do ponto de vista clássico, mas são instáveis do ponto de vista da mecânica quântica. A conclusão é inevitável. “Nenhum desses cenários pode realmente ser eterno no passado”, diz Mithani e Vilenkin.

Como a evidência observacional é que o nosso universo está se expandindo, então ele também deve ter nascido em algum ponto no passado. Não adianta fugir dele… Voltamos para o Big Bang. [TechnologyReview]

63 comentários

  • Héber Pelágio:

    A questão é mais simples do que parece!
    Mas temos de deixar de pensar apenas em termos de física e matemática e nos lembrsrmos um pouco do pensamento dos primeiros filósofos (pré-sócraticos), como Zenão, de Eléia, segundo o qual toda trajetória precisa ter um início. Ele explicava que é impossível o caminho precedente estender-se ilimitadamente porque senão jamais chegaríamos ao ponto atual, em que nos encontramos. Resumindo: tudo ten de ter un começo, é a lógica!

    • Anderson Badari:

      Perfeitamente!

    • sleipnir:

      Essa ideia só faz sentido dentro de um contexto temporal. Entretanto, nossa lógica não se aplica à realidade como um todo.

  • Eloyr:

    Não concordo! Se admitirmos a existência de outra matemática, estará estabelecido o completo caos e já não teremos parâmetros para a compreensão de coisa alguma.

  • Marco337:

    Essa ideia, entretanto, nunca vingou e nunca vingará

    • Giovane:

      Por que?

  • Alberto Campos:

    Vou dar algumas evidencias que confundem as pessoas, com relação ao redshift: 1)- Quando o sol está no horizonte, ele é visto pálido e avermelhado e quando está a plumo é amarelo e brilhante. Isto não indica que ele está se afastando de nós. É apenas uma ilusão de ótica causado pela poluição de nossa atmosfera. 2)- Uma galáxia, quando é vista de topo, ela é vista redonda e clara. Quando ela é vista de perfil, é avermelhada, devido a poeira cósmica que ela contém. 3)- Uma galáxia jovem e distante tem mais poeira cósmica que outra mais próxima de nós (veja na internet). 4) Quando se olha uma galáxia e se detecta os elementos quimicos, não se leva em conta o efeito redshift,5)- uma foto do Hublle em ultra dep field de galáxias distantes deveriam ser todas invisíveis, infravermelhas ou talves ondas de rádio. No entanto aparecem galáxias de várias cores, de um campo aparentemente vazio. Assim temos várias indicações falsas de redshift. Várias relatórios indicam que não existe espaço para a energia escura. Esta energia é ilógica, fantasiosa, imprópria e causa um mistério indecifrável. Por que insitimos nesta hipótese que só atrapalha nosso raciocínio. Sua eliminação acabaria com a expansão do universo e isto explicaria o universo de outra maneira.

    • Ernesto von Rückert:

      O Red Shift não é dado pelo avermelhamento da luz e sim pelo deslocamento das raias espectrais de absorção ou de emissão, em bloco, para o extremo vermelho do espectro, não importa qual seja a cor com que o objeto esteja sendo visto. A absorção seletiva dos menores comprimentos de onda pela poeira e pelos gases deixa a coloração mais avermelhada, mas não interfere na posição das raias espectrais.

    • Alessandro Silveira:

      Na verdade apesar de a poluição aumentar a coloração do por do Sol, o efeito de prisma da luz que é o grande responsável pela diferença de coloração do Sol.
      O mesmo efeito explica porque o Sol pode ser visto atrás do horizonte físico e também porque ele parece ficar maior quando se pondo.
      Esta é uma questão muito básica de ensino fundamental.

      Vou usar o simplismo, mas de acordo com o que afirmaste, se em um estádio com várias pessoas em voz baixa cantando junto eu ouvir a voz de um tenor a 500 mts eu deveria ouví-la soprano, aos 250 mts ele é um contralto, e próximo o seu naipe original?

      A sua questão é meio patavina, basicamente está confundindo avermelhamento da luz com Efeito Doppler Relativístico.

    • Alessandro Silveira:

      Desculpa o erro, na verdade é o contrário a 500 mts se ouviria voz tenor, e próximo em soprano.
      Sei que é infame comparar ondas mecânicas com ondas eletro-magnéticas, mas é só um exemplo bobo para exemplificar o funcionamento da linha espectral do espectro eletromagnético.

  • Luiz Eduardo:

    O que muitos estão esquecendo é que toda essa analise é feita pelas nossas mentes, que são limitadas a nossa realidade. O conceito de tempo e espaço, infinito ou finito, são originados da nossa experiencia especifica. É muito simples mesmo assim, perceber que ainda que se o universo tenha um começo, não se consegue conceber o que vem antes, já que estamos tratando de tempo. Não se pode definir um inicio se não houver algo antes, e esse algo antes, foi de alguma forma a causa do inicio do que conhecemos agora como universo. Assim o problema no passado infinito continua sem saida. Isso acontece porque nossas mentes concretas não estão aparelhadas para perceber esse tipo de realidade. A compreensão disso está além da mente, além dos conceitos, além da razão, e está no acesso ao que poderiamos chamar de “o grande observador” ou consciencia suprema. Essa é uma realidade que permeia todas as outras, mas para que seja possivel experimentar essa conexão é preciso silenciar a mente e transcende-la. É a experiencia da unidade total com tudo o que existe, sem começo e nem fim, sem certo e errado, sem limites de nenhuma especie, e ainda assim com poder de manifestar qualquer realidade em qualquer nivel, como o nosso por exemplo. Os cientistas de hoje, só irão conseguir nos levar a outras galaxias e a resolver os conflitos que a humanidade passa atualmente, quando forem capaz de se trasnformar profundamente ao ponto de conseguir perceber essas realidades maiores. Ai estão guardados a 7 chaves os maiores misterios do universo.

  • Alberto Campos:

    Murilo Mazzolo
    É isso mesmo tudo tem um começo. Pode, apenas não ter um fim. A impossibilidade de um big crunch, seguido de outro big bang e assim por diante, implica em uma pergunta: Como iniciou este processo?

  • Alberto Campos:

    Carlos Corga
    Você disse uma grande coisa. É em suma o que disse um amigo meu: a matamática prova qualquer coisa. Isto acontece com uma teoria que voce inventar agora e quiser provar matematicamente. Voce consegue, só que pode não apresentar verdades observacionais. Aconteceu com o big bang, teoria das cordas, teoria M, a singularidade, etc.

  • Murilo Mazzolo:

    Se não teve um começo, então como existe???? Logo deve ter um começo, e se tem começo tem um fim, ou um “recomeço” não é? Ou to errado?

  • Alberto Campos:

    Não se preocupe em não ser um físico formado ou não. Um cobra no assunto, não opina nestes comentário. Só amadores como eu, Não é necessário se seguir os meios científicos vigentes, podem não estarem corretos. Já assisti palestras com Marcelo Gleizer, e ele me pareceu grandemente reservado. Não foi capaz de comentar um assunto polemico do qual ninguém tem uma certeza. Só segue o b a bá da cosmologia. Isto evitaria de cometer erros. Nós, que não temos nada a temer, nos arriscamos mais. Um exemplo disto é o convite que faço para você ler o blog: “Olhando o Universo”, principalmente o capitulo 7, sobre raios gama.

  • Alberto Campos:

    Jonatas
    Esqueci de comentar sobre o ruido de fundo que você fala. Este ruido pode ser outra coisa que nos iludiu por décadas. Isto pode ser sinais das descargas eletromagnéticas na periferia do universo. Seriam raios gama vindas dos confins do universo na frequencia de uma descarga por segundo e que formaria uma camada de plasma que marca o limite do universo. Estas descargas criam um plasma que vai se resfriando e se transformam em matéria criando gases e poeira que vão se aglutinando, formando as estrelas, que formam os aglomerados que se transformam em galáxias, etc. Caracterizando a entropia.

    • Jonatas:

      Esse ruído pode ser praticamente de qualquer origem, mas teríamos com descobrir essa origem, assim como descobriram a origem de várias ondas magnéticas vindas do espaço. Hoje temos meios de saber que radiação veio de um pulsar da constelação Erídano, se veio do quasar da galáxia M87, se veio duma supernova em Magalhães, de uma radio-galáxia, de uma galáxia seyfert, em fim elas são de diferentes origens e diferentes intensidades e frequências, já a radiação cósmica de fundo sofre pouca ou nenhuma variação e parece vinda de todas as direções, de uma forma uniforme. Descargas na periferia do cosmos não seriam tão estáveis, de intensidade tão constante, e estariam sujeitas a interferências em sua passagem pelo meio cósmico até chegar entre nós.

      Na verdade, o que cito são deduções minhas e estou totalmente aberto pra ser questionado e corrigido se necessário, pois não passo nem perto de ser um físico ou astrônomo profissional, um outro personagem desse site, o César, seria capaz de explicar mais de acordo com o modelo científico vigente. Um abraço, até logo.

  • Alberto Campos:

    Jonatas
    Gostei do seu comentário. Realmente você se baseou na teoria do big bang. Acontece que eu preciso discutir este assunto para tirar duvidas. Pelo que sei, as galáxias jovens (distantes) tem mais poeira cósmica que as galáxias antigas (próximas do centro do universo) esta poeira faz parte das galáxias e o universo esta cheio de poeira cósmica. Esta poeira filtra os raios de luz azul e ultravioleta e deixam passar o vermelho e o infravermelho. Quanto mais distante esta um corpo celeste, mais poeira encontra-se a sua frente. Assim podemos estar vendo galáxias se afastando sem que isto seja verdade. Eu acho temeroso se basear no reed shift para se determinar o afastamento de galáxias. Podemos estar sendo influenciados por uma ilusão de ótica. Gostaria que analizassem minha opinião para tirarmos dúvidas. Quanto ao afastamento das galáxias, que só são visíveis atravez do ultra “deep Field”, elas nem deveriam ser detectada porque seu reed shift estaria abaixo da escala de luz visível e parecem em vários tons de luz visivel. Como é possível? Comente por favor. Será que coloriram estas galáxias artificialmente. Se coloriram, como detectaram? Aguardo seu comentário ou de outra pessoa.

    • Jonatas:

      Retiro o que eu disse sobre “pesquise mais”. Mas esse desvio para o vermelho me parece muito complexo pra ser uma ilusão de ótica. Uma ilusão seria estática, permanente, no caso da poeira. No entanto, a observação do desvio não só mostra a galáxia se afastando, como mostra a que velocidade, sendo que essa velocidade aumenta de acordo com a distância, o que leva a crer que a expansão não só parece acontecer como parece estar sendo acelerada. Na primeira vez que foi teorizada, por Hubble, a expansão cósmica teve como opositor nada mais que um dos maiores gênios da história, Einstein. Albert chegou a incluir em suas equações a obrigatoriedade de um Universo estático. De alguma forma se deu conta disso como erro e foi pessoalmente até o observatório de Edwin Hubble cumprimenta-lo.
      No fim, a relatividade geral não só se encaixou, mas complementou-se mutuamente com a expansão cósmica, explicando-a não como um afastamento entre os astros em si, mas um crescimento do espaço entre eles. A expansão não é o distanciamento entre os astros, é o crescimento do espaço, a distância entre as galáxias crescente é só uma consequência disso. A relatividade é a mais latente e de difícil questionamento no meio científico, ela causa dores de cabeça até hoje e passou em todos os testes feitos de que tenho conhecimento.

    • Alessandro Silveira:

      Meu caro, desculpa ser impertinente, contudo, afirmas ter um blog e eu acho perigoso que pessoas leigas busquem referências de pessoas mais leigas.
      Primeiro, Não existe “Centro do Universo”, a Relatividade Especial conceitua como Relatividade da simultaneidade, isto é, “Dois eventos que são simultâneos em um referencial não são simultâneos em nenhum outro referencial inercial que esteja em movimento em relação ao primeiro.”. Concluindo, para todo a direção que o Hubble virar, detectará um HDF similar com na verdade aconteceu e fora fotografado o SHDF. Só isso já consolida o fato de o Universo estar em Expansão.

      Se coloriram, como detectaram?
      Deves estudar o Efeito Doppler, que na verdade é matéria de Ensino Médio.
      Lembrando que o Hubble, por exemplo, pode detectar tanto luz visível quanto radiação infra-vermelha de 300 GHz a 400 THz.

  • Alberto Campos:

    Todo o problema de não se entender o universo está na teoria do big bang. Esta teoria implica que o universo se expande, isto pode não ser verdade. Se você reparar que uma foto do tipo “Ultra deep field” as galáxias que deveriam ser todas vermelhas ou infravermelhas ou até mesmo fora da frequencia visível, por está bem afastadas. No entanto são vistas em vários tons de luz visível. Isto é contrário a expansão suposta.

    • Jonatas:

      Recomendo que pesquise mais um pouco. desde Hubble reparamos o desvio para o vermelho em todas as galáxias mais distantes, esse afastamento indica que já estiveram mais próximas, logo, o Universo se expende. As mais próximas, como Andrômeda, não apresentarão o desvio porque em lugar de afastar-se, está se aproximando, o que leva a crer que num distante futuro uma colisão galáctica entre ela e a nossa Via Láctea formará uma “Lactômeda”. O GLG, o aglomerado que é governado por Andrômeda e a Via Láctea, pertence ao Super Aglomerado de Virgem, um Super Aglomerado é um grupo de Aglomerados, e o Super de virgem tem em seu centro o Aglomerado de Virgem, muito maior e que está atraindo o GLG, nós. Como pode ver, a expansão do Universo só pode mesmo ser vista nos céus distantes, já que nas localidades a gravidade vence e nos une. Não duvido que daqui centenas de bilhões de anos veríamos a olho nu a Gigante Elíptica M87, uma super galáxia que fica no centro do Aglomerado de Virgem, é só viver até lá… Mas, o que se tornou o maior indício do Big Bang não foi o afastamento das galáxias distantes, foi uma descoberta singular, a Radiação Cósmica de Fundo, uma possível energia residual que zune n espaço vinda de todas as direções. Há controvérsias, é claro, mas a ciência costuma concentrar nos fundamentos onde existem mais indícios, mais pistas. Essas ainda são as melhores que temos…

    • Aylon Gesiany:

      Esta discussão é infinita e nunca chegaremos a um consenso, visto que se por acaso alguém descobrir o que havia antes, perguntar-se-iam, e o quê havia antes do antes? Esta pergunta é infinita e para simples humanos como nós, não tem resposta, por isso me atenho a explicações de coisas terrenas e que possam ser provadas de fato, e que de alguma forma possa contribuir para o futuro.

  • Sidney Bruno:

    Eu penso que o Big Bang é uma teoria válida, mas para mim existe um “ciclo” infinito por “trás” do Big Bang, ou seja, sempre deve ter existido algo antes, acho que disso a ciência não pode fugir. Já em relação ao fim, ele pode ser mais bem definido que o início.

  • Thiagocsbond:

    O Cosmos é tudo o que existe, o que sempre existiu e o que sempre existirá. Provávelmente ilimitado, talvez o nosso universo pode estar dentro de um outro universo maior e assim sucessivamente no macro-infinito, e o nosso próprio universo tb é formado por infinitos outros universos menores no micro-infinito, que não podemos ver em nossa dimensão de tamanho, mas eles estão ali…

  • Francisco Roberto Cavalheiro:

    É, ele nasceu num hospital de loucos.

  • Cesar:

    Tem coisa estranha aí…

    Quer dizer, a análise matemática é para universos matemáticos. Não sabemos até que ponto os modelos matemáticos representam o Universo, mas podemos perceber quando ele NÃO representa mais o que sabemos do Universo.

    Por exemplo, o Big Bang é pacífico, aconteceu, as evidências da expansão estão aí, já foram contestadas, discutidas, e conseguiram superar a crítica. Da mesma forma, a expansão acelerada que vai levar o Universo à morte térmica, as evidências também já foram contestadas, discutidas, verificadas e confirmadas.

    Então o cenário é mais ou menos o seguinte, voltando 13,72 bilhões de anos no passado, o Universo visível (ou seja, o que hoje vemos) estava concentrado em um ponto menor que um átomo, com densidade imensa, e temperatura também imensa. Este ponto continha o nosso Universo visível, mas ele provavelmente fazia parte de um Universo maior àquela época que estava em estado denso e quente. Começou então uma expansão, a temperatura foi baixando e a pressão também, bem como a densidade até o ponto em que as partículas fundamentais formaram prótons e nêutrons e depois núcleos de Hidrogênio e Hélio (a nucleossíntese primordial). Esta expansão continuou e continua até agora, só que está se acelerando, e o Universo está em expansão cada vez mais acelerada.

    Com o que sabemos, dá para descartar o equilíbrio quase estático do Fred Hoyle, o ciclo de Big Bang e Big Crunchs, e outros cenários cosmológicos. Não foi uma poda matemática, foi uma poda baseada nas evidências, naquilo que qualquer astrônomo consegue observar nas fotos obtidas pelo Hubble, e por mais uma miríade de diferentes telescópios e sondas espaciais, além do que pode ser obtido em colisores de partículas.

    A pergunta mais importante das que restam, a meu ver, é “o que deu origem ao Big Bang?” Eu não sei se entendi perfeitamente o trabalho dos matemáticos, mas parece que eles querem dar um sustentáculo matemático para a pergunta “é necessário falar em um começo, em alguma coisa que deu origem ao Big Bang?” E, pelos matemáticos, parece que há um início.

    Se alguém quer se arriscar com o artigo científico, ele está aqui; http://arxiv.org/pdf/1204.4658v1.pdf

    São seis páginas, dois gráficos e 15 equações.

    -oOo-

    Eu estou cada vez mais avesso a provas matemáticas. Veja o caso da Teoria das Cordas: elegante, matematicamente coerente, e útil, já que explica um monte de coisas, mas não tem como ser testada, e ninguém sabe como testar. As supercordas são reais? Pergunta sem resposta…

    • Carlos Corga:

      Certa vez li um artigo sobre teoria nuclear algo que para mim ficou marcante: ” A matemática consegue provar muitas coisas que não são realidade, basta para isto, serem criadas constantes, ocorrerem deduções, renormalizações, sendo que não basta ser real, para que alguma fórmula o torne explicável. É o que acontece com os diagramas de Feynman, consegue-se prová-los matematicamente, somente não se consegue provar o que eles tentam representar.
      Não é de se estranhar que houve uma explosão de fórmulas para explicar formalismos. Os diagramas de Feynman, não são representativos da realidade. Analisando todos os Diagramas de Feynman, todos mostram-se equivocados.
      Se não me engano este testo é de um físico chamado Luiz Carlos de Souza.
      Quando vejo Nassin Haramein, que aprecio muito dizer que quando os físicos não conseguem explicar alguma coisa matemáticamente, eles através de uma renormalização criam uma coisa chamada INFINIDADE SÓRDIDA e varrem o lixo para debaixo do tapete. É alguma coisa relativa a constante de Planck relativa a 1cm cúbico de espaço. No entanto ele afirma que nem que você pegue todas as galáxias do nosso universozinho e um compactador de lixo e compacte isso dentro de um centimetro cúbico voce ainda não conseguirá preenche-lo. Físicos que falam em big-bang, estão atrelados a religião e não conseguem ver que outra coisa.

    • Aylon Gesiany:

      Então me diga Cesar, como você ou os cientistas do mundo inteiro poderiam provar algo sem o uso de qualquer ferramenta matemática, mesmo que seja um número? Digo isso principalmente aos físicos, não que eu seja averso à física, mesmo porque eu gosto de física, mas a física sem a o auxílio da matemática, não passaria de observação. Se caso eu estiver enganado quanto ao meu pensamento, refute-o! Sem provas matemáticas!

    • Dimas Lima:

      A matemática e a ciência são completas e exatas.
      Contudo, Os matemáticos e cientistas estão confusos e perdidos em números e teorias.

  • Andre Luis:

    Eu creio que a matemática ainda há de evoluir. Com novas descobertas matemáticas ou outros pontos de vista podem nos oferecer um novo panorama cientifico sobre o Universo. Pelo menos eu acho isto, sem um embasamento teórico.

  • Glauco Ramalho:

    Então todo esse maquinário matemático surgiu por si só? Então me mostre uma máquina sem um engenheiro para desenhá-la que eu acredito no Big Bang.

    • Andrody:

      Cuidado com o princípio antrópico, o maquinário não é “matemático” objetivamente. A matemática é um modelo para representar a realidade criado por nós, e não o contrário.

      Se quando você diz um engenheiro você se refere à uma entidade consciente e inteligente, então sim é possível mostrar-te. Olhe para si mesmo, para os animais à sua volta (se ver algum), para vegetais em seu Jardim. Estais à ver um maquinário que não precisou de um engenheiro.

      Mas não se deixe levar pela ignorância apressada. Uma ausência de um “engenheiro consciente” não significa que não houve um trabalho de engenharia. Nós não somos o que somos por puro acaso, pois houve uma seleção do ambiente, a qual chamamos seleção natural que à bilhões de anos vem selecionando as informações replicantes (Que é o que somos) mais bem adaptadas ao ambiente. Nós somos alguns dos frutos atuais dessa seleção, que não há qualquer propósito subjetivo.

      A seleção natural existe simplesmente porque o caos sempre tende a ordem, pois no momento que o caos forma algo estável, o estável é mais estável que o instável, logo o estável sempre tende a prevalecer. A seleção natural atua exatamente onde ocorre uma estabilidade replicante, a que podemos chamar de vida, uma estabilidade que contém a informação para transformar matéria desorganizada em organizada, e assim sucessivamente, sem fim e sem finalidade.

    • Sr. Paradoxo:

      a sã filosofia prega que nada acontece por si só (nada acontece sem o efeito de qualquer ação), mas, isso também não quer dizer que não existiu o Big Bang… o Criador pode muito bem coexistir com a “grande explosão” e consequentemente o autor da tal.

    • Cesar:

      Qualquer organismo vivo é uma máquina que não foi desenhada. Os processos evolutivos geram sistemas complexos que ao olho humano parecem ter sido projetados. Mas isto é por que nós não somos capazes de criar nenhum processo evolutivo, exceto os algoritmos genéticos (que por sinal conseguiram alguns resultados impressionantes).

      Em outras palavras, assim como a beleza está no olho de quem vê o projeto é outra aparência na Natureza.

    • Wilsimar Da Silva Araujo:

      algorítimos genéticos que foram criados por engenheiros(programadores), e que são “moldados ” com variáveis e predefinições por uma inteligencia superior (o engenheiro), para que sigam seu caminho “aleatório” de evolução.

    • Glauco Ramalho:

      Pois então: como vc vai garantir que um organismo vivo gerou-se e desenvolveu-se sozinho, sem um desenhista? Nós não vemos organismos novos surgindo no dia-a-dia, no máximo um ou outro sistema orgânico simples, tipo vírus e bactérias. E, mesmo assim, sempre são versões modificadas de outras já existentes.

      Ainda se pudéssemos criar a vida em laboratório, seja ela sintética ou orgânica, talvez ajudasse a ter alguma idéia, talvez por engenharia reversa… mas, mesmo assim, simplesmente estaríamos fazendo o que supostamete um Ser superior fez conosco.

      Talvez você conheça alguma linha de raciocínio muito lógica que elimina a necessidade de um ser criador, mas resolver esse paradigma filosófico é tão difícil quanto ter uma máquina têxtil que fala a respeito de seu engenheiro. Compreende a semelhança disso com a suposta existência de um Ser superior a nós?

      Se a Física Quântica tivesse sido associada à Medicina, Biologia, Química e Psicologia assim como a Física Tradicional o fez no passado, talvez tivéssemos mais elementos para compreender melhor esses assuntos, mas melhorar a vida das pessoas não parece ser prioridade da ciência. A prioridade, claro, é fazer dinheiro.

    • Bovidino:

      Cesar,
      Com todo respeito. 1-“Qualquer organismo vivo é uma máquina que não foi desenhada.” (suposição apriorística sem qualquer fundamento) 2-“Os processos evolutivos geram sistemas complexos que ao olho humano parecem ter sido projetados.” (evidências de que houve um projeto) 3-“Mas isto é por que nós não somos capazes de criar nenhum processo evolutivo” (desculpa esfarrapada).

  • Renys Kenys:

    O universo sempre cresceu, o big bang era,(e é), a continuação deste crescimento, embora que seu tamanho nunca fora relevante pois além do universo em si, não existe mais nada senão a escuridão perpétua.

    • Sidney Bruno:

      Então essa “escuridão perpétua” ao meu ver seria ainda parte do universo. Só que uma área sem galáxias ou estrelas!

  • Marte:

    Adorei o artigo. Mas no fundo tenho a impressão que o tiro foi n’água. Como bem lembrado pelo Jonatas lá embaixo, a matemática serve para o nosso universo, e se ele teve um começo, a nossa matemática nasceu com ele e provavelmente não serve para o resto dos multiversos, se é que eles existem. Teoria por teoria, já fiz apostas nos buracos brancos como origem de tudo, mas, tolice, o que deu origem aos buracos brancos? Um buraco negro, daonde?

    Uma coisa que sempre me perturba: porque o homem levou tanto tempo para descobrir que os astros e até mesmo o nosso planeta são esféricos e não planos, como imaginavam? A resposta não estava na cara, o tempo todo, bastando olhar para o céu? Da mesma forma imagino essa questão: a resposta está na nossa frente e ainda não deslumbramos essa.

  • JHR:

    Este é um exemplo clássico de argumento ontológico, igualmente proposto pelo matemático Kurt Goel como a prova matemática da existência de Deus.

    • Andy:

      Não exatamente, mas esse argumento é uma furada, pois é auto-contraditório e não explica causa de deus.

      Uma característica interessante na mecanica quantica é que a existencia e a não-existencia são dois lados da mesma moeda. Onde tiver um nada, é porque tem alguma coisa, e onde tem alguma coisa também tem um nada. Isso embora contra-intuitivo parece ser a regra do universo, de que é impossivel apenas existir ou não existir, tem de ser ter os dois.

      Intrigante…

    • JHR:

      Correto. O exemplo de Kurt Godel foi para ilustrar o carater metafisico da tal comprovação matemática da origem do universo.

    • Glauco Ramalho:

      Isso que você disse é exatamente o que as religiões hindus mais antigas (>10000 anos) dizem sobre Deus: ele é Manifestado e Imanifestado. O Universo criado é Deus Manifestado, e o Universo não Criado é Deus Imanifestado.

    • Andrody:

      Que bom, se bem que isso seria de se esperar, há tantos mitos e mitologias bizarras citando tantas metáforas que uma hora uma delas acaba por se encaixar no nosso conhecimento científico, que não deixa de ser bizarro a medida que nos aprofundamos nos segredos do cosmos.

      Mas chamar a matéria e energia de deus, não faz diferença, deus é só uma palavra que contém inúmeros significados para diferentes culturas.

      Mas a realidade é uma só, ou acho melhor dizer… ela é e não é…

    • Fabio Buselli:

      deus não e real

  • Jonatas:

    Marcelo quem escolhe as imagens ilustrativas? É que essa, representando o bigbang, lembra-me um modelo tipo novelo de dimensões da teoria das Supercordas.

    • Marcelo Ribeiro:

      Não precisamos fixar nestes detalhes. Queria apenas uma imagem mais bacana do que a anterior. E mais psicodélica.

    • Jonatas:

      certo. sim é só ilustrativa, mas boa escolha.

  • Glauco Ramalho:

    Falta uma coisa: a suposta expansão do Universo é baseada em teorias incompletas que não compreendem Redshifts causados por campos elétricos presentes no cosmos, apenas Redshifts gravitacionais e de afastamento de corpos.

    Portanto, por mais que se façam contas matemáticas, eles nunca chegarão a outra conclusão a não ser a de que houve um Big Bang, mas as evidências do próprio Big Bang podem ser interpretadas de outras formas.

    Ou seja, mais uma vez, esses cientistas só estão falando besteira.

    • Marcelo Ribeiro:

      A expansão do universo foi descoberta em 1920 por Hubble (o homem, não o telescópio espacial) e não existe um cosmólogo, astrônomo ou astrofísico em sã consciência que negue isso devido a quantidade imensa de evidências acumuladas até o momento.

    • Glauco Ramalho:

      Eu não sou são e nem cientista, astrônomo ou astrofísico. Você só lê mainstream, por isso acha que nenhum profissional da área pensa diferente. Jmccsci.com.

    • Marcelo Ribeiro:

      Se por “main stream” você se refere ao conhecimento solidificado ao longo de milhares de observações, confrontações, confirmações, publicações e aceitação geral da especialidade você está correto.

    • Glauco Ramalho:

      Não, me refiro a sites como esse e suas versões internacionais. Você não deve ser do tipo que lê os artigos científicos direto da fonte.

    • Ernesto von Rückert:

      O Red-Shift cosmológico não é nem gravitacional nem por efeito Doppler. É devido à expansão do espaço, que é um inchamento do espaço entre os corpos sem que estes saiam do lugar. Não é um movimento. É um aumento da distãncia por causa do crescimento do próprio espaço. E se fosse haver um desvio por gravitação ele seria um Blue-Shift e não um Red-Shift, pois, considerando-nos no centro de uma esfera com raio até a galáxia emissora, estamos numa cavidade em que o campo gravitacional devido à matéria externa a ela é nulo. O comprimento de onda da luz emitida é observado maior porque o espaço ficou maior à medida que a luz foi chegando até nós.

    • Alessandro Silveira:

      Prezado Ernesto,
      Só complementar sua pertinente explanação, a métrica de expansão do “Red-Shift” Cosmológico [1+z =1/R(t)”se o fator de escala é duplicado após a emissão do fóton, então o comprimento de onda deste fóton também sofre uma expansão por um fator dois.”] sofre alterações com o “Red-Shift” Doppler em distâncias menores. Na verdade, quanto mais perto de nós uma galáxia está, mais significativa é a importância do “Red-Shift” Doppler e vice-versa.

  • Jonatas:

    A nossa matemática vale apenas para esse Universo e essas leis da física daqui, e mal as entendemos.

    • Khajiit:

      Como assim para esse universo? Estão tentando comfirmar uma teoria pra o começo do universo e você já vem com multiuniversos? Multiuniversos só existem em teorias, e ainda bem fraquinhas.

    • Ernesto von Rückert:

      O que o Jonatas quis dizer é que se o Universo tivesse surgido de outra forma a física e a matemática seriam outras.

    • Eloyr:

      Não concordo! Se admitirmos a existência de outra matemática, perderemos todos os referenciais e o caos estará estabelecido. O que pode acontecer, é que não tenhamos ainda descoberto os números e as fórmulas apropriadas para a explicação de alguns ou vários fenômenos da natureza, mas a matemática é a mesma em todos os lugares.

    • Alessandro Silveira:

      Prezado,
      O que foi dito é que as leis da física deste universo, são iguas somente neste universo.
      Um pequeno exemplo:
      Imagine que no Big Bang o fóton tivesse ganho massa. O eletromagnetismo seria completamente diferente, a luz que vemos, se existisse teria outro espectro.
      A radiação seria menor.
      O Relatividade da Simultaneidade seria diferente, o tempo seria diferente.
      As cadeias moleculares seriam mais densas. E relação entre massa e energia seria diferente.
      E muitas, outra alterações
      Enfim, uma pequena alteração na configuração resultante do Big Bang mudaria todas as leis da física em nosso Universo, e por conseguinte, na matemática.

    • Aylon Gesiany:

      Começo do universo? Como alguns cientistas são engraçados, ficarão frustados em nunca chegarem a uma prova concreta do início do universo, o que eles podem conseguir e acredito que seja no “lê-forcê”, sejam especulações, nada mais. Digo isso com convicção, basta apenas pensar um pouquinho que vão ver onde isso pode chegar!

Deixe seu comentário!