Revigorando a Mente: O Poder do Exercício Contra a Falta de Sono

Por , em 29.11.2023

Quando estiver pensando em tirar uma sesta rápida devido à má qualidade do sono, considere a possibilidade de realizar um breve exercício físico ao invés disso.

Estudos recentes apontam que a atividade física pode neutralizar a diminuição da agudeza mental frequentemente associada a uma noite de sono perturbado.

A pesquisa, conduzida pela Universidade de Portsmouth no Reino Unido, oferece visões fascinantes sobre os impactos positivos da atividade física em nossa saúde, especialmente em condições de baixo nível de oxigênio.

A pesquisa envolveu dois testes distintos, cada um com 12 adultos saudáveis. O primeiro avaliou o desempenho mental após três noites de sono reduzido, enquanto o segundo examinou os efeitos após uma única noite de total privação de sono em um estado de baixa oxigenação, em comparação a um cronograma de sono normal.

Os resultados mostraram que uma sessão de 20 minutos em uma bicicleta ergométrica melhorou as capacidades cognitivas em vários cenários: sono reduzido, privação total de sono e níveis baixos de oxigênio. Essa informação é particularmente relevante para um amplo espectro de indivíduos, desde pais de recém-nascidos até alpinistas.

“Estudos anteriores já demonstraram que a atividade física preserva ou melhora nossas capacidades mentais, mesmo em níveis reduzidos de oxigênio”, afirma Joe Costello, fisiologista do exercício da Universidade de Portsmouth.

“Esta é a primeira pesquisa que indica melhorias no desempenho mental após tanto a perda completa quanto a parcial de sono, assim como em combinação com hipóxia.”

Embora a relação entre atividade física e melhora mental seja bem documentada, este estudo oferece evidências adicionais de suporte.

A hipótese é que uma das conexões entre exercício e acuidade mental é o aumento do fornecimento de oxigênio ao cérebro. No entanto, este estudo observou benefícios cognitivos mesmo em ambientes deficientes de oxigênio.

Isso sugere que outros mecanismos podem estar em jogo, como a regulação de hormônios que afetam o cérebro ou talvez um aumento da atenção e motivação.

Pesquisas adicionais são necessárias para uma compreensão mais detalhada, mas este estudo lança nova luz sobre a interação entre sono, exercício e função cognitiva, especialmente porque examinou vários fatores de estresse simultaneamente.

“A perda de sono é frequentemente acompanhada por outros estressores”, observa Thomas Williams, outro fisiologista da Universidade de Portsmouth.

“Por exemplo, viajantes para altitudes elevadas frequentemente experimentam padrões de sono perturbados.”

Dados indicam que cerca de 43% das pessoas não conseguem obter as 7-9 horas de sono recomendadas por noite, levando a riscos potenciais como depressão e doenças cardíacas, afetando nosso bem-estar físico e mental geral.

O aspecto encorajador é como podemos reverter rapidamente esses efeitos adversos, embora idealmente devamos consistentemente obter sono suficiente em vez de tentar compensar mais tarde.

“Os resultados aumentam significativamente nossa compreensão de como o exercício interage com esses estressores, reforçando o conceito de que a atividade física é terapêutica tanto para o corpo quanto para a mente”, acrescenta Costello.

Além disso, o estudo destaca a importância de considerar alternativas à compensação do sono. Em um mundo onde o ritmo acelerado muitas vezes compromete nosso descanso, a pesquisa traz uma perspectiva renovadora sobre como lidar com as consequências de noites mal dormidas. Em vez de recorrer a soluções rápidas, como o consumo de cafeína ou breves cochilos, a atividade física surge como uma abordagem mais saudável e eficaz para revigorar a mente e o corpo.

Essas descobertas abrem caminho para um entendimento mais profundo de como nosso estilo de vida e hábitos diários influenciam nossa saúde mental e física. Elas sugerem que a incorporação de exercícios físicos regulares, mesmo que breves, pode ser uma ferramenta vital para manter a clareza mental e o bem-estar geral em situações de estresse, falta de sono ou mesmo em condições ambientais adversas.

Portanto, essa pesquisa não apenas reforça o valor da atividade física como um elemento essencial para a saúde, mas também oferece uma nova abordagem para lidar com as desafiantes situações do dia a dia que afetam nosso sono e, por consequência, nossa capacidade cognitiva. Com a crescente compreensão dos benefícios do exercício, é possível que vejamos uma mudança nas recomendações para manejo do estresse e melhoria da qualidade do sono, colocando a atividade física como um componente central dessas estratégias. [Science Alert]

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