Tábua antiga decifrada revela maldição para vendedor de verduras

Por , em 26.12.2011

Uma forte maldição, inscrita nos dois lados de uma fina tabuleta, foi concebida para afligir não alguém dos altos escalões, mas um simples vendedor de frutas e vegetais há aproximadamente 1.700 anos atrás, na cidade de Antioch.

Escrita em grego, a tábua com a inscrição apareceu em Antioch, uma das maiores cidades do Império Romano oriental, hoje parte da Turquia, perto da fronteira com a Siria.

A maldição chama Iao, o nome grego para Yahweh, deus do Antigo Testamento, para afligir um homem chamado Babylas, identificado como um verdureiro. Está lá também o nome de sua mãe, Dionysia, “também conhecida como Hesykhia”. O texto foi traduzido por Alexander Hollman, da Universidade de Washington.

O artefato, hoje no Museu de Arte da Universidade de Princeton, foi descoberto na década de 30 por um grupo de arqueólogos, mas não havia sido traduzido até então.

“Oh Iao, lançador de raios e trovões, atinja, enlace Babylas, o verdureiro”, lê-se no começo da escritura. “Assim como você golpeou a carruagem do Faraó, atinja as suas [de Babylas] ofensas”.

Hollmann comenta que ele já havia visto maldições serem direcionadas a gladiadores e condutores de carruagens, entre outras ocupações, mas nunca a um vendedor de verduras e frutas.

A pessoa que faz a maldição não está nomeada, então os cientistas só podem especular o que motivou disso. “Existem maldições que são relacionadas ao amor”, afirma Hollmann, “mas essa não tem esse tipo de linguagem”.

É possível que a “magia” seja resultado de uma rivalidade de negócios. “Não é uma má sugestão que seja relacionada a uma troca ou venda”, comenta Hollmann, adicionando que a pessoa autora da maldição poderia também ser um verdureiro. Se for esse o caso, a venda de vegetais no mundo antigo era bem competitiva. “Como todo tipo de negociador, eles têm seu território, estão suscetíveis à rivalidade”.

O uso de metáforas do Antigo Testamento da bíblia sugere incialmente que o autor era judeu. Após estudar outras magias antigas, que usam metáforas, Hollmann se deu conta de que esse não é o caso.

“Não acredito que há necessariamente alguma conexão com a comunidade judaica”, afirma. “Magia grega e romana incorporaram textos judeus algumas vezes sem nem entendê-los direito”.

Além do uso de Iao (Yahweh), e uma referência a história do Êxodo, a tábua de maldição também menciona a história do primogênito do Egito.

“Pode ser simplesmente que o Antigo Testamento seja um texto forte, e a magia gosta de lidar com textos e nomes poderosos”, afirma Hollman. “É isso que faz a magia funcionar, ou faz com que as pessoas pensem que funciona”.[LiveScience]

14 comentários

  • gloria:

    Desde esse tempo já se usava o nome de Deus dos judeus p\ amaldiçoar as pessoas , a tradução esta errada, quem traduziu disse o q disse e todo mundo acreditou nele, ninguem quiz pesquzar e traduzir tbm,acho estranho amaldiçoar um verdureiro, se ele fosse um escriba, politico, militar , tribuno, sacerdote ,cafetão , coletor d impostos, ou dono de campos, mas verdureiro! Era como os felás, trabalhadores braçais q tiravam muito pouco da terra.O povo daquela época ñ consumia verduras , e sim carnes e leite , verdura era de pobre.Ñ se amaldiçõa pobre ele já nasce amaldiçoado,seria como guardador d porcos, imundo.

  • Celo:

    Pois é, devemos saber com certeza para falar depois, quando se fala em fim do mundo, não pode levar em consideração tudo que é interpretado pelos amigos do leão, quando se escreve alguma coisa não se escreve sobre um fato e sim um ato ou relato ou trato.
    Vai saber que quando escreveram o calendário maia, tanto falado, o escrevente ou autor do tal foi interrompido por um simples momento e não pode voltar mais concluí-lo por força maior de desejo ou constipação intestinal e não voltou mais.

  • Fist of God:

    “Assim como você golpeou a carruagem do Faraó, atinja as suas [de Babylas] ofensas”.
    Dá a entender que o “verdureiro” estava falando mal do cara que lançou a maldição, mas no texto não sugeriram isto como motivo pra ela. Pode ser que o restante dele não dê essa idéia.

    • Bruno L. Rocha:

      Naquela época, o cristianismo da estava “pegando fogo”!

  • MariannaGoret:

    Hoje em dia, nada que um pouquinho de dinheiro resolva os problemas do povo.

  • karlloz:

    Vai ver a mulher do amaldiçoador gostava de “verdura” do verdureiro.

    • Amanda:

      SÉRIO PORQUE A MAIORIA DA SOCIEDADE PENSA BESTEIRA?

    • Rafael:

      Porque não é besteira, Amanda. É fato da natureza de qualquer ser vivo e, a um determinado momento, só se pensa e age nesse sentido. Se assim não fosse, a vida pereceria na Terra. A fome em todos os seus sentidos é uma necessidade fisiológica da matéria.

  • claudemir da silva:

    as disputas e as rivalidades faz parte desde quando o homem se encontra na terra

    • Ezio José:

      É!… Creio que desde que Adão foi expulso do Paraíso e desceu à este planeta, segundo a metáfora do VT, a coisa sempre foi assim. Que nos diga a lenda de Abel e Caim.

    • César:

      Só comentando por comentar, não estou discutindo religião e nem defendendo nenhum ponto de vista.

      Adão e Eva não desceram pra este planeta.. eles foram expulsos do Jardim do Edén que fica aqui na Terra em algum lugar. Segundo pesquisadores é algum lugar entre o Rio Tigre e Eufrates… Após os dois primeiros pecadores da humanidade terem sido expulsos, dois querubins começaram a guardar a entrada para o Jardim e então nunca mais a humanidade poderá alcança-lo.

      Isso é o que dizem.. não o que eu acredito. E como falei, tou comentando só por isso se tratar de uma curiosidade.

    • Ezio Jose:

      O Jardim do Éden é um imaginário não materializado. Jardim do Éden e Paraíso são sinônimos metafóricos utilazados para descrever o incriado.

  • celiane:

    hahahaha, ele deve ter vendido uma verdura estragada pro cara!

  • Daniel Paes Cuter:

    Tem uma falha no artigo: o nome da cidade aportuguesado é Antioquia.

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