Urano é Luminoso e com Anéis na Nova Imagem do Telescópio Webb

Por , em 19.12.2023
Urano e seus anéis, cercados por uma variedade de galáxias de fundo e estrelas. Imagem: NASA, ESA, CSA, STScI

Com certeza, a imagem capturada mostra o planeta Urano. Esta fotografia recente, obtida pelo Telescópio Espacial Webb, mostra o gigantesco planeta gelado, que mais se assemelha a um ovo petrificado de uma criatura pré-histórica do que a um corpo celeste comum.

Urano, localizado como o sétimo planeta a partir do Sol, ainda é um enigma para os astrônomos. Classificado como um gigante de gelo, sua composição é majoritariamente uma mistura – mais de 80% – de água congelada, amônia e metano, envolvendo um núcleo rochoso. Sua atmosfera é abundante em sulfeto de hidrogênio. O sistema de anéis de Urano, embora menos conhecido que os anéis de Saturno, também é uma característica intrigante do planeta.

Urano visto pela NIRCam do Webb, cercado por anéis azulados-brancos. Imagem: NASA, ESA, CSA, STScI

As imagens dos anéis de Urano já foram capturadas anteriormente pelo Telescópio Espacial Hubble em novembro de 2014 e 2022, e pelo Webb em abril. No entanto, a recente e impressionante imagem do Webb, tirada pela Câmera de Infravermelho Próximo (NIRCam), oferece detalhes inéditos, destacando especialmente o tênue anel Zeta, o mais próximo do planeta.

A imagem acima detalha nove das luas de Urano. Dispostas no sentido horário, começando pela posição das 2 horas, as luas são: Rosalind, Puck, Belinda, Desdemona, Cressida, Bianca, Portia, Juliet e Perdita. Esses satélites de Urano são frequentemente chamados de “luas literárias”, conforme mencionado no site da NASA, por serem nomeados em homenagem a personagens das obras de William Shakespeare e Alexander Pope.

Urano possui 27 luas conhecidas, sendo 14 delas visíveis na imagem abaixo. Estas incluem Oberon, Titania, Umbriel, Juliet, Perdita, Rosalind, Puck, Belinda, Desdemona, Cressida, Ariel, Miranda, Bianca e Portia, de acordo com um comunicado da Agência Espacial Europeia (ESA).

O crescente azul profundo em Urano é causado por um grande capuz polar norte, que domina o lado direito do planeta na perspectiva do Webb. A inclinação axial extrema de Urano, em relação ao plano orbital do sistema solar, explica essa orientação, com seu polo norte voltado para o Sol. Em 2028, esse capuz polar estará diretamente voltado para a Terra, proporcionando aos telescópios Webb e Hubble uma oportunidade única de capturar imagens detalhadas desta característica única.

Urano vai muito além de ser um mero objeto de piadas; é um campo de grande interesse para cientistas planetários. Em outubro, a análise de dados do telescópio Keck II revelou uma tonalidade avermelhada em torno do planeta, uma aurora causada pelo íon H3+, que emite luz infravermelha na atmosfera de Urano.

Recentemente, as Academias Nacionais de Ciências, Engenharia e Medicina dos Estados Unidos destacaram Urano como um foco crucial para a exploração científica na próxima década. O relatório das academias enfatizou a necessidade de uma missão principal para Urano até 2032, classificando-a como a maior prioridade. Embora o planeta frequentemente se torne alvo de referências humorísticas, sua importância científica é inquestionável.

A exploração de Urano promete desvendar muitos segredos do nosso sistema solar. A composição única do planeta, junto com seu sistema de anéis e luas, oferece uma janela para entender melhor a formação e a evolução dos planetas gigantes gelados. Além disso, as características únicas de Urano, como sua inclinação axial incomum, apresentam oportunidades únicas para estudos sobre a dinâmica planetária e os processos atmosféricos.

Os cientistas estão particularmente interessados em estudar as interações de Urano com o vento solar e o ambiente espacial ao seu redor. Isso inclui a observação de fenômenos como as auroras e a análise da composição química da atmosfera do planeta. Tais estudos podem fornecer informações valiosas sobre como os planetas gigantes interagem com o espaço, o que tem implicações para a compreensão de outros sistemas solares além do nosso.

A missão proposta para Urano visa realizar medições detalhadas e análises in situ, usando uma sonda espacial avançada. Espera-se que essa missão revele informações cruciais sobre a estrutura interna de Urano, sua atmosfera, seu sistema de anéis e suas luas. Isso não apenas enriquecerá nosso conhecimento sobre Urano, mas também ajudará a esclarecer muitas questões sobre a formação e evolução dos planetas em nosso sistema solar e em outros sistemas estelares.

Em resumo, a exploração de Urano não é apenas uma jornada para entender um único planeta; é uma porta para um entendimento mais amplo do cosmos. As descobertas feitas em Urano podem ter implicações de longo alcance, influenciando nossa compreensão de planetas gigantes, a dinâmica de sistemas planetários e, em última análise, nossa própria origem e lugar no universo. [Gizmodo]

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