Videntes conseguem provar seus poderes quando testados em laboratório?

Por , em 8.11.2012

A convite da Merseyside Skeptics Society (Sociedade dos Céticos de Merseyside), duas médiuns profissionais aceitaram participar de um teste de laboratório em que poderiam demonstrar seus poderes mediúnicos.

O desafio consistia em descrever características de cinco voluntários aleatórios que se sentavam (em silêncio, vale acrescentar) atrás de uma tela opaca. Das dez descrições, apenas duas estavam corretas.

“Embora tenham demonstrado confiança ao longo do experimento, nenhuma delas conseguiu fazer mais de uma leitura correta, um resultado totalmente consistente com a probabilidade”, diz o professor Chris French, que ajudou a elaborar o desafio. “É uma pena que não tenham passado, mas ficamos bastante satisfeitos por elas terem aceitado participar”.

Mediunidade à prova

Embora tenha sido apenas uma em cinco, a descrição feita pela médium Kim Whitton deixou a modelo surpresa: “Ela mencionou muito especificamente algo em que eu estava pensando bastante durante a sessão, ela acertou no ponto, nome e tudo o mais. Isso me chocou um pouco”, relata a voluntária.

Whitton tem mais de 15 anos de experiência como médium e curandeira, e aparece regularmente em igrejas espiritualistas em Londres e arredores. Foi a primeira vez em que testou cientificamente sua mediunidade.

“Eu sempre quis participar de um teste como esse, já que gostaria de criar uma ‘ponte’ entre energia psíquica e ciência”, conta a médium. “Os céticos precisam perceber que você não pode ver, ouvir e sentir tudo como se fosse matéria sólida com os olhos, ouvidos e corpos humanos. Médiuns usam toda uma parte do cérebro que não é devidamente desenvolvida no homem comum. No todo, eu realmente gostei da experiência”.

A outra participante, Patricia Putt, aceitou em 2009 o desafio proposto pela Fundação Educacional James Randi, que oferece 1 milhão de dólares (cerca de R$ 2 mi) a quem demonstrar em laboratório poderes paranormais. Não chegou a se classificar.

Em relação ao teste mais recente, Putt não ficou abalada. “Eu lamento por ter aparentemente falhado, mas não estou tão surpresa”, conta. “Eu gostaria de apontar que o trabalho que faço é sempre cara a cara, por isso trabalhar ‘às cegas’ é extremamente difícil para o médium”.

Ceticismo

“Embora os resultados do nosso experimento não refutem habilidades paranormais, o fato de que nossos médiuns não puderam passar no que consideraram um teste bastante simples e justo sugere que alegações de que essas habilidades existem não são baseadas na realidade”, diz Michael Marshall, vice-presidente da Merseyside Skeptics Society. “É notável que, depois de centenas de anos de investigações, ninguém foi capaz de demonstrar a habilidade de entrar em contato com os mortos”.

Para o cientista Simon Singh, que ajudou a elaborar e conduzir o teste, a alegada mediunidade estaria relacionada com uma capacidade intuitiva de captar pistas daqueles que procuram os serviços do médium. “Eu suspeito que pessoas como Pat e Kim são intuitivas e de modo subconsciente captam dicas sutis, como a linguagem corporal, pistas verbais e outras. Isso dá uma ilusão de poderes paranormais”, sugere.

Whitton, por sua vez, nega essa explicação. “Eu não uso pistas verbais ou linguagem corporal em minhas leituras como mencionado por Simon Singh, uma vez que apenas peço que a pessoa me dê seu nome completo e nada mais e que fique em silêncio enquanto eu recebo informações sobre ela”.[Daily Mail UK]

Michael Marshall, Kim Whitton, Simon Singh, Patricia Putt e Chris French

28 comentários

  • Alex Sander:

    Interessante que o fenômeno de mediunidade foi muito estudado no início do século passado,mais havia tantas fraudes que somente o fato de querer analisadas era motivo de escárnio no meio cientifico.
    Apesar disso nesse período houve muitos trabalhos realizados pelos precursores da psicanálise como: Freud,Carl Jung,Frederic Myers,Pierre Janet etc.
    Freud e Janet chegaram a conclusão que a mediunidade era puramente patológica fruto da atividade inconsciente, por sua vez Jung acrescentou que além do inconsciente pessoal havia também influencia do Inconsciente Coletivo mas não descartava uma influencia paranormal e Incentivava na continuidade dos trabalhos.
    Frederik Myers por sua vez foi o menos conservador pois via a mediunidade como um desenvolvimento superior da personalidade cuja origem era um misto de várias fontes como inconsciente pessoal,Coletivo, telepatia e até mesmo a real comunicação com entidades não materiais.
    Paralelamente nesse mesmo período muitos Ocultista sustentavam que a comunicação com os mortos era algo extremamente raro e que na maioria dos casos o médium estava na verdade se comunicando com Cascões astrais,Elementares artificiais ,Egregoras e outras entidades não humanas.

  • JLKLEIN:

    existe falsos em todos os setores, ate a biblia dis cuidado com os falsos profetas,eu diria que 90% são falsos pois isso de adivinhar da muito dinheiro, alias a religião da muito dinheiro, voces não veem o bisbo macedo?? ta entupido de dinheiro, mais ele um dia tera de prestar contas dos seus atos, podem ter certeza, agora:!! existe sim os verdadeiros aqueles que trabalham para o bem da humanidade, como o nosso saudoso CHICO XAVIER e outros tantos que eu conheço,e que os seticos deveriam de conhecer tambem, a paz de JESUS esteja com todos.

  • Shilik@:

    Isso é ridículo mesmo. Vejamos: Um médium nunca pode se submeter à esse tipo de coisa, mesmo que seja um Kardecista e se for um umbandista pior ainda. Eu como umbandista e pela doutrina que carrego bem sei que não posso mediante meu guia desapontá-lo tal atitude. Com as entidades do Astral Superior a gente nunca deve vacilar. Pessoal que faz adivinhação está cheio por e muitos deles não tem nada a haver com a espiritualidade. Nesta matéria do Daily Mail UK eu já havia deixado lá o meu comentário.

    • Kurac:

      Eu concordo com vc, os espíritos se comunicam sim !
      desde que vc tenha algum distúrbio mental !

    • garretereis:

      É ridículo mesmo!! Provar q está errado? Ridículo…

  • jodeja:

    “Entrar em contato com os mortos”. Isso não existe. Os mortos não falam. O que pode acontecer, com alguns médiuns, é sentir as vibrações de um corpo psíquico, que ainda não morreu ou então, um cascão astral.

    • Shilik@:

      Jodeja – Os espíritos se comunicam sim, mesmo que tenha falecido já algum tempo. Para a comunicação muitas vezes, dependerá em que situação (faixa) ele esteja. Dúvidas estamos aí…………………

    • Marcelo Ribeiro:

      Isto ao que se refere é puro teatro. Mas os atores muitas vezes não sabem que o são. Largue o proselitismo religioso. Você está no lugar errado para fazer isto. Aqui os fatos são analisados com razão e crítica.

    • JLKLEIN:

      quem deve de te cascão astral e tu meu caro amigo, alias deves de ter cascão ate na alma, pelo que eu vejo não acreditas em nada, cuidado pois DEUS te deu o livre arbitreo, use ele para o bem do teu proximo, ou pelo contrario vais reencarnar por muitos seculos neste planeta, deixando as maravilhs para tras, JESUS ESTEJA CONTIGO.

    • HFC:

      E vc usa o deus que vc acredita para ameaçar pessoas… Que coisa “lindia”.

  • Leandro Benjamin:

    Faz um com Divaldo Franco

    • HFC:

      É verdade, precisamos desmascarar os pilantras do Brasil também …

  • Sílvio Lewgoy:

    O texto não é correto! “Médum profissional” não existe! A mediunidade é uma faculdade humana, TODOS os seres humanos a possuem, em maior ou menor grau. Vidência profissional é outra coisa, geralmente utilizada por espertalhões para ludibriar a boa-fé ou o desespero das pessoas. A mediunidade necessita ser educada e isto leva elo menos 5 anos,e, em hipótese alguma pode ser utilizada para ganhar dinheiro ou qualquer outro tipo de pagamento. Para encerrar, a “pesquisa” a que se refere a matéria não preenche qualquer paradigma científico e merece credibilidade zero.

    • Cesar Grossmann:

      E que “paradigma científico” a pesquisa deveria “preencher” para ter credibilidade?

    • Marcelo Ribeiro:

      Profissional = faz dinheiro. Tem outra palavra para isto, neste caso, que encaixa bem: charlatanismo.

  • JHR:

    Isso parece mais um joguete de adivinhações de programa de auditório.
    Nenhum medium tem controle sobre sua mediunidade. Se o propósito é o entretenimento de platéias, a mistificação ou exibição de “poderes” sobrenaturais, então ali não existe um medium, mas sim um charlatão ou na melhor das hipoteses, alguém com alguma sensibilidade extrasensorial não mais aguçada que a média das pessoas comuns.

    • Cesar Grossmann:

      JHR, não existe uma “carteirinha de médium verdadeiro”. Qualquer um pode alegar ser médium, e conforme o que dizem alguns crentes na mediunidade, todos são médiuns, então não dá para apontar alguém e dizer “você não é médium”.

      Dentro deste “espírito”, pega-se um médium de sucesso (ou seja, alguém em quem as pessoas confiam na mediunidade) e então se submete esta pessoa a algum teste de mediunidade.

      Se o médium não passa no teste, os crentes na mediunidade começam a chamar ele de “falso médium”, não é curioso? Mas antes do teste, ninguém falava nada contra o “falso médium”…

    • JHR:

      Grossman
      Concordo com você que não existem médiuns verdadeiros ou profissionais, o que seria um contra censo por definição. A mediunidade é uma faculdade inerente ao ser humano e mais ou menos desenvolvida neste ou aquele individuo, podendo ser inclusive uma condição transitória. Nada impede que charlatões ou predigitadores se utilizem desta condição para fins mercantilistas, assim como, por exemplo, ótimos médicos fazerem uso de suas habilidades para fins não tão nobres.
      Nenhum médium tem controle sobre os fenômenos manifestados bem como estes não dependem da vontade do médium. Por aí já se reconhece o que é teatro. Pesquisadores que se enveredam no estudo de fenômenos mediúnicos a muito já sabem que a observação ( dos pesquisadores ) interfere no resultados dos experimentos, assim como ocorre no clássico experimento da fenda dupla na qual observação interfere no resultado da natureza onda / partícula do fóton.
      Quando somos céticos em relação a determinado tema, utilizamos o argumento da dúvida. Quando duvidamos é porque não temos certeza. Quando não temos certeza é porque não temos conhecimento suficiente para inferir sobre o tema. Assim, as considerações feitas neste artigo são de fato no mínimo superficiais, uma mera opinião do site.

  • Costa:

    Duvido muito, principalmente com um teste desses. Videntes não são adivinhões no plano material. Videntes tem eventualmente vidência do plano astral em graus variados, ou seja, a capacidade da vidência varia.

    • Marcelo Ribeiro:

      São, em sua maioria, charlatães. A outra parte acha que faz mesmo.

    • Danilo Severo:

      é bom ver comentários como o do Marcelo ribeiro que são providos de arrogância,afirmar mesmo que indiretamente que somente o materialismo é a resposta, e só isso como a realidade como vivemos já é o suficiente pra rejeitar explicações pseudo racionais como o do marcelo

    • HFC:

      Arrogância por chamar videntes de charlatães ?
      Mas explique pq a realidade serviria para rejeitar a realidade, Danilo.
      Fiquei curioso com sua alegação no sense …

  • Henrique Telles Dos Santos:

    boa reportagem

  • Glauco Ramalho:

    Poderes paranormais não podem ser testados dessa forma. Não dá prá fazer testes tão objetivos sobre algo abstrato como a mediunidade! Eles deveriam se focar nos fenômenos, não nas pessoas, e desenvolver as capacidades neles mesmos para poderem realizar pesquisas decentes sobre o assunto. Eles não são céticos, são pirados.

    • Marcelo Ribeiro:

      Se não é possível testar como é que alguém pode ter a cara de pau de dizer que funciona? Se não dá para testar quem afirma que tem este tipo de poder e o usa em troca de dinheiro deveria ir para a cadeia.

    • Jeann Farias:

      muitas teorias cientificas levadas a serio por muito ainda não foram 100% provadas. Fazemos diversas especulações sobre determinados assuntos para chegar a uma conclusão/consenso. Cade os aparelhos desses teste?? para mim, para provar que não existe mesmo quero uma maquina ali, que saber qual parte do cérebro são ativadas, área da lembrança, área da visão, é sensorial? ala acertou 1/5, para mim já é um passo, a mataria diz que um comentário deixou a modelo surpresa, que comentário foi? A matéria esta incompleta, sou um cético do cético, quero uma informação concreta que contradiga minha crença com provas irrefutáveis não um monte de charlatões querendo me montar uma verdade qualquer, esse teste ai eu poderia ter feito em casa se quisesse.

    • Danilo Severo:

      a falácia do Marcelo em acreditar que somente a ciência é capaz de dar resposta, esse cara com certeza não conhece a filosofia e reduz tudo ao materialismo, o comentário do Marcelo chega bem perto de do cientificismo que afirma que só a ciência é capaz de dar respostas racionais, é só isso que respondem com cientificismo

    • HFC:

      Uma de suas falácias e desonestidades, Danilo Severo, é atribuir palavras ao Marcelo, mesmo não as tendo mencionado nada neste sentido.
      Veja, ciência não alega ser a única resposta, nem estar dogmaticamente correta, e esse é o ponto que mata a alegação quem tenta usar a crítica do “cientificismo”. Ciência trabalha com materialismo metodológico, e para o azar de seu argumento, ela funciona muito bem. A postagem de seu comentário aqui confirma isso – vc está usando dos conhecimentos científicos e tecnológicos para isso (sim, vc usa o “cientificismo” para poder fazer seu comentário!!! XD).
      Vc pode classificar a ideia mais absurda, incoerente e insensata de racional se vc ampliar o conceito de racionalidade, mas a ideia continuará não servindo para nada de forma objetiva nem dando soluções, Danilo. Vc pode até mesmo vender que tal ideia seja filosófica, mas objetivamente falando, ela continuará inútil.

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