Você realmente pode ser alérgico ao sol?

Por , em 16.12.2023

A exposição ao sol pode levar a uma variedade de problemas de saúde, que vão desde queimaduras solares leves até condições graves como o câncer de pele. Surge então uma dúvida curiosa: é possível desenvolver alergia à luz solar?

De fato, a exposição aos raios ultravioleta do sol pode desencadear respostas alérgicas no corpo. Esta condição, conhecida como alergia solar, pode causar uma erupção cutânea incômoda e pruriginosa. Os sintomas podem incluir bolhas, placas vermelhas elevadas, ou urticárias nas áreas da pele que foram expostas ao sol, conforme explica a Dra. Debra Jaliman, dermatologista certificada em Nova York e membro da Academia Americana de Dermatologia, em suas observações para o Live Science.

A expressão “alergia solar” abrange uma série de reações imunológicas aos raios ultravioleta. Algumas dessas alergias podem ser hereditárias, enquanto outras podem ser desencadeadas por reações a certos produtos químicos presentes em medicamentos ou cosméticos, conforme aponta a Harvard Health.

A Erupção Polimórfica à Luz (PMLE) é uma das formas mais comuns de alergia solar. Afetando cerca de 10% da população mundial, a PMLE é mais comum no Hemisfério Norte. A Journal of the European Academy of Dermatology & Venereology publicou uma meta-análise em 2022 destacando isso. Normalmente, a PMLE se manifesta como uma erupção que aparece algumas horas após a exposição ao sol, afetando principalmente mulheres e geralmente começando na idade adulta jovem. A causa exata da PMLE ainda é desconhecida, de acordo com a StatPearls.

Uma forma rara de alergia solar, conhecida como Prurigo Actínico, afeta principalmente comunidades nativas americanas em várias regiões dos Estados Unidos. Este tipo tende a começar mais cedo na vida e é mais intenso do que o PMLE padrão, conforme observado pela Harvard Health.

A erupção fotoalérgica, outra variante comum de alergia solar, surge da interação da luz solar com certos produtos químicos, ingeridos ou aplicados na pele. Este tipo de erupção pode surgir um ou dois dias após a exposição e pode afetar até áreas da pele que não foram expostas ao sol. A Harvard Health explica que essa condição é mais frequente em pessoas com pele clara que são sensíveis ao sol. Dr. Jaliman acrescenta que substâncias que desencadeiam esta reação podem ser encontradas em cosméticos, incluindo fragrâncias de almíscar e benzofenonas (encontradas em alguns protetores solares minerais), bem como agentes naturais como suco de limão. Certos medicamentos prescritos, como a tetraciclina, ciprofloxacina, hidroclorotiazida (um diurético) e isotretinoína (tratamento para acne), também são conhecidos por causar erupções fotoalérgicas.

A urticária solar, outro tipo de alergia solar, é considerada rara. Indivíduos com essa condição desenvolvem rapidamente urticárias e inchaços na pele imediatamente após a exposição ao sol. A causa da urticária solar atualmente é desconhecida, conforme a StatPearls.

A Dra. Jaliman destaca que alergias solares podem se desenvolver em qualquer pessoa, mesmo naquelas sem problemas prévios com radiação ultravioleta. Ela ilustra isso com um exemplo: uma pessoa pode ter usado um antibiótico específico por anos sem problemas, apenas para um dia experimentar uma reação fotoalérgica a ele. Essas reações alérgicas podem surgir ao longo do tempo.

A compreensão das alergias solares é fundamental, especialmente considerando a frequência com que nos expomos ao sol. É importante notar que tais condições podem surgir independentemente do histórico de saúde ou da predisposição genética. A exposição cuidadosa ao sol, juntamente com o uso de protetores solares adequados e a observação de qualquer reação incomum na pele, pode ser uma medida preventiva eficaz.

Além disso, é crucial buscar orientação médica ao notar qualquer um dos sintomas mencionados. Dermatologistas podem fornecer diagnósticos precisos e recomendar tratamentos adequados para cada tipo de alergia solar. Em alguns casos, a evitação de certos medicamentos ou cosméticos pode ser a chave para prevenir reações adversas.

Portanto, enquanto aproveitamos os benefícios do sol, como a vitamina D, devemos estar sempre atentos aos sinais do nosso corpo e tomar as precauções necessárias para manter a saúde da nossa pele. A conscientização sobre alergias solares e a adoção de medidas preventivas podem garantir que desfrutemos do sol de maneira segura e saudável. [Live Science]

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