Conheça o Integrascópio, novo método para testes de laboratório

Por , em 31.08.2010

A bioengenharia está se desdobrando para simplificar testes de laboratório que auxiliam a medicina. Um novo projeto está sendo conduzido por pesquisadores da Universidade do Arizona, que apontam para a importância de achar soluções biológicas, menos complicadas que as atuais, para executar testes que buscam diagnósticos. A novidade da vez está em partículas hidrofóbicas, como as que cobrem as penas dos patos: a ideia é isolar os líquidos para analisá-los separadamente.

O mecanismo funciona da seguinte maneira: uma nano partícula hidrofóbica é colocada em contato com o fluido a ser analisado para o teste: seja o sangue, saliva, urina ou qualquer outra substância corporal. Nesse momento, a partícula injetada funde-se com uma partícula do material, formando uma cápsula esférica fechada. Aí entra em ação a segunda parte do processo: o LED (em português, Diodo Emissor de Luz), que consiste de feixes magnéticos luminosos que são incididos sobre a cápsula do material. Este LED, nesse caso, funciona como uma lente, um “microscópio natural”, que amplia as moléculas, proteínas e qualquer substância que precise ser analisada para determinado diagnóstico laboratorial. Assim, o projeto foi batizado de “Integrascópio”.

As grandes vantagens desse novo teste: simplicidade, rapidez e baixo custo. Os atuais testes laboratoriais, segundo os cientistas do projeto, produzem amostras que “são misturas complexas, que requerem instrumentos sofisticados, além de amostras de anticorpos ou outros reagentes biológicos para produzir uma reação positiva ou negativa precisa”. O novo teste é barato (custo inferior a 2 dólares – equivalente atual a R$ 3,50), não exige quase nenhum equipamento e fica pronto em menos de dois minutos, segundo os cientistas.

O mérito do Integrascópio é identificar facilmente as proteínas presentes em cada amostra, bem como suas características. Como as proteínas geralmente indicam danos celulares e teciduais, inflamação, perturbações da função renal, ou a disfunção de um sistema imunológico que rejeita seus próprios anticorpos, analisá-las é a chave para descobrir mais sobre a maioria das doenças. O diferencial do Integrascópio é esquadrinhar facilmente essas proteínas.

O teste foi descoberto durante o desenvolvimento de um TCC (Trabalho de Conclusão de Curso) de um estudante de Biotecnologia. O projeto cresceu e agora promete uma solução inovadora para as análises médicas. Empresas de outros países além dos EUA, especialmente da Europa e da América Latina, já estão engajadas na empreitada para agilizar o desenvolvimento do sistema. O tempo de esperar semanas a fio por um resultado laboratorial, ao que parece, está com os dias contados. [Science Daily]

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