Crianças vêem o mundo de outra forma – literalmente

Por , em 14.09.2010

Um estudo da Universidade de Londres (Inglaterra) parece sugerir que há uma desculpa para explicar porque pais e filhos têm problemas de comunicação. Aparentemente, crianças e adultos enxergam o mundo de maneiras diferentes. Mas estamos falando de um sentido literal: o olho humano, com o passar da idade, vai mudando sua forma de recepcionar as imagens.

Na verdade, trata-se de uma interação entre o olho e o cérebro: enquanto os adultos enxergam os itens em seu campo de visão como uma única e grande informação, as crianças separam os componentes que enxergam. Até os 8 anos, informações recebidas através do tato, olfato e visão não têm o mesmo impacto sensorial que adquire após essa idade.

Existem dois quesitos básicos para essa diferença na visão: disparidade binocular (sublimes diferenças entre como cada olho projeta as imagens para o cérebro) e de “textura” (há um maior detalhamento das coisas mais próximas – não estamos falando de miopia -, uma característica que não é propriamente um defeito) das imagens. Esta tendência foi comprovada a partir de um teste dos pesquisadores londrinos, baseado em imagens 3D. No experimento, se verificou que os adultos enxergam as coisas com maior precisão. O fato de as informações visuais se fundirem, na captação da imagem, permite uma maior distinção do conjunto visual, o que falta às crianças.

Tal precisão, no entanto, tem um porém: uma vez que as imagens passam “em conjunto” pela córnea dos adultos, não podem mais ser separadas. Resultado: as pessoas mais velhas têm menor afinamento para a perspectiva dos objetos. Inclinação e comparação entre distâncias, por exemplo, são fatores que as crianças identificam com muito mais facilidade.

Há também um estudo paralelo, que investiga a rapidez com que o cérebro processa a informação visual. Comprovações recentes parecem mostrar que os adultos levam vantagem também nesse quesito. Ainda são necessárias, no entanto, novas pesquisas para aperfeiçoar nosso conhecimento científico sobre como bebês e crianças pequenas enxergam o mundo: uma ciência sobre a qual grande parte do conteúdo ainda é um mistério. [Live Science]

8 comentários

  • Edilson Lima:

    AS CONEXÕES NEURAIS E TODOS OS SENTIDOS HUMANOS CONECTADOS A ESTE TERMINAM SEU PROCESSO DE FORMAÇÃO AOS 30 ANOS. CRIANÇA É CRIANÇA, ADULTO É ADULTO, IDOSO É IDOSO. REFLITAM!

  • Pedro:

    eu acredito que toda a psicologia que está por detrás do olhar deveria ser questionada. Os adultos tentam saber mais as coisas, logo têm um pensamento mais focado (o olhar mais preciso). Tenho quase a certeza que se fizessem o mesmo teste com sonhadores e céticos mal dispostos obteriam resultados idênticos =)

  • marcos a costa:

    todo ohar e sempre lindo quando se tem a inoxcencxia de uma xcriança

  • marcos a costa:

    os olhos das crianças sao puros e sem malicia

  • Kerensky:

    Quem me dera ainda pudesse ver o mundo com os olhos de uma criança…

  • Eddy:

    As investigações russas na área de ‘níveis distintos de freqüência’ levaram ao desenvolvimento de tecnologias que captam esta sutil realidade da chamada aura e revela ondas que não são captadas pelos olhos físicos. Porém sim são captadas por estas tecnologias. E não me refiro a Kirlian. Para citar um exemplo: K. Korotkov “Aura and Consciousness: New Stage of Scientific Understanding”.

    Chega a ser óbvio quando aprendemos que o espectro de freqüências perceptíveis ao olho humano não chega captar nem uma milésima parte do espectro eletromagnético conhecido até hoje.

    É triste ver como os “cientistas” de carteirinha continuam a focar seus ‘olhos’ no que somente eles querem ver, este mundo controladinho pela idiotez cerebral direita.

    Ainda tem muita coisa por aprender sobre os olhos e a água. E ambos se relacionam.
    Não faz muito tempo que se descobre que os olhos são capazes inclusive de prever uma situação futura. Concebem isso como um sentido dentro do sentido para proteção. Será que existe algum significado mais amplo? Que os olhos são capazes de quebrar a ‘hegemonia’ do conceito atual de tempo/espaço?

    Quem têm ouvidos para ouvir que ouça, que têm olhos para ver que os FECHE. Ou use óculos. 😀

  • Cesar:

    Não são “sublimes”, mas “sutis” diferenças. E quem olha desfocado não enxerga mais, enxerga menos.

    Aura é que nem prana: tudo bobagem. É de quem não é capaz de enxergar a maravilha que é o mundo natural, e precisa inventar seres e coisas fantásticas para cobrir a própria cegueira.

  • Bovidino:

    Esse fenômeno já é conhecido há milhares de anos esotericamente. Em resumo, o fato é que as crianças da mais tenra idade até os 3 ou 4 anos, têm um olhar ‘desfocado’, o que lhes proporciona ver coisas que os adultos já não conseguem por terem sido obrigados a ‘focar’ o olhar nos objetos.
    Com o olhar ‘desfocado’, as crianças podem ver entre outras coisas, a aura das pessoas e dos objetos e o prana.
    Já os adultos repreendem as crianças dizendo que elas estão inventando as coisas. É uma pena que o nosso processo de ‘aprendizagem’ nos faça ‘desaprender’.

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