IBM vê energia e dinheiro no movimento do oceano

Por , em 3.11.2011

A IBM está desenvolvendo tecnologia e conhecimento para analisar o impacto que os conversores de ondas em energia, como o da figura acima, tem no ambiente sonoro do oceano

A gigante dos computadores, IBM, vê um futuro rentável em ferramentas de análise, com tecnologia de ponta, que pudessem acelerar e melhorar a movimentação de máquinas para transformar o movimento do oceano em eletrecidade.

Essas máquinas, chamadas de conversoras de energia das ondas, estão sendo desenvolvidas no mundo como uma fonte de energia limpa, sustentável e renovável.

O problema, de acordo com Harry Kolar, é que não há um design padrão para as máquinas, ou uma maneira consistente e confiável de medir seus impactos ambientais. Kolar é um dos principais arquitetos de tecnologia da informação no projeto Smarter Planet, da IBM.

“Para que essa indústria consiga se mover, eles devem fazer essas pesquisas sobre o impacto ambiental, o que inclui uma série de estudos base sobre barulho”, afirmou Kolar.

Tecnologia do barulho

Cientistas estão preocupados que o barulho gerado pelas máquinas poderia, por exemplo, incomodar animais marinhos como os golfinhos e as baleias, que se comunicam através de ondas sonoras e se localizam e navegam através do eco.

“Basicamente, muito barulho degrada o habitat dos mamíferos marinhos, torna a vida deles mais difícil e talvez os faça se mudarem, no caso do incômodo ficar muito ruim,” comenta Jim Thomson, professor assistente no departamento de dinâmica dos fluidos ambientais, na Universidade de Washington.

Thomson esta ajudando a qualificar o barulho ambiental em uma região aquífera no norte de Washington, para um projeto piloto que vai instalar turbinas submarinas para capturar a energia das marés.

Em todo o mundo, pesquisadores estão preocupados com o impacto que as turbinas terão na vida marinha local, incluindo as baleias orcas. Thomson apontou como uma das maiores preocupações o barulho, que viaja cinco vezes mais rápido embaixo da água do que no ar, e ainda chega mais longe.

Sua equipe fez uma coleta de dados dos níveis de barulho na região citada, onde duas turbinas serão instaladas em 2013, mas ele afirmou que a curta duração dos projetos e os fundos limitados impedem uma visão completa do barulho no ambiente.

Análises em tempo real

O projeto entre a IBM e a Sustainable Energy Ireland é único no sentido de que irá coletar e analisar quantidades enormes de dados sobre o barulho oceânico, em tempo real.

O sistema consiste em uma boia em alto mar, equipada com sensores (como microfones aquáticos) que coletam dados sobre o ambiente oceânico, armazena e os envia para uma base terrestre onde estão os engenheiros. Tudo em tempo real.

“Nós seremos capazes de entender o que está acontecendo em um ambiente muito dinâmico”, Kolar diz. Ele e sua equipe chamam essa habilidade de “análise de correntes em tempo real”.

Thomson, que não está envolvido no projeto, comparou essa habilidade com uma pessoa sentada em um concerto, analisando o barulho que vem dos violinos e de todos os instrumentos ao mesmo tempo.

Até agora essa habilidade existia apenas em pedaços separados. A colaboração da IBM é a primeira a trazer toda a tecnologia em um único lugar, ao mesmo tempo, e com a habilidade de monitoramento contínua.

No fim, esses dados vão permitir uma compreensão do barulho subaquático, facilitar a permissão ambiental e também ajudar as empresas a melhorar suas máquinas de produção energética.

Serviços energéticos do oceano

Com o conhecimento ganho na Irlanda, a IBM espera empregar essa tecnologia em outros países e companhias mundiais ansiosas por desenvolver suas próprias indústrias com energia oceânica.

Para Thomson, esse é um campo de negócios interessante, já que os governos continuam a apoiar tecnologias de energia renovável.

“Vai ter toda uma indústria de suporte ao redor disso, que não vai ser responsável pela geração de quilowatts, mas sim por todos os serviços marítimos, a permissão ambiental, o monitoramento, e todas essas coisas que envolvem a produção de energia”, disse ele.

Parece que a IBM está fazendo uma aposta de que a energia oceânica é um espaço ainda aberto, onde ela pode ser um dos grandes jogadores.[MSN]

12 comentários

  • Campos:

    Conheço este sistema. Foi usado em Portugal. Um inconveniente é que o ar comprimido dentro do sistema, pelas ondas do mar, roda a ventoinha prateada vista de frente,quando sai e tambem roda quando entra, no mesmo sentido devido a um artificio desta helice. Assim ela acelera e desacelera gerando uma energia oscilante que tem que ser de corrente continua e depois ser convertida em alternada. Não sou contra o sistema, mas alem de caro é complicado e exige muita manutenção. Na falta de opções melhores é perfeitamente válido. Este precesso está sendo substituido por outro de origem inglesa, bem mais caro porém de mais alto rendimento.

  • FB:

    Essas empresas vêem dinheiro em tudo. No que não virem dinheiro, deixam de lado.

    • Carlos:

      O que é ÓBVIO.

      Ninguém trabalha de graça.

  • Observador:

    Bom, se existe barulho existe isolamento acustico.

    Se conseguimos isolar o som no ar, pq nao na agua. Será que nenhum cientista pensou nisso, ou isso é so uma noticia de ficçao. Faz o gerador e bota isolamento acustico na agua que absorva as ondas de barulho e as conversa em energia, ou seja dentro do isolamento coloca particulas que agitadas pelas ondas promovamm calor ou a propria energia.

    Será que so eu sou inteligente ou todo mundo é burro?

    Helowww é so botar um abafador de sonssss.

    • Vixi!:

      Esse ai viajou legal

    • Matt:

      Viajou… e vc se acha inteligente?

  • Gabriel da Silva Moreira:

    Gosto da idéia de “Ilhas de Energia”.

    Determinadas regiões onde vai ser produzida energia, creio que essas regiões não sejam muito favoraveis a vida.

    afinal de contas todo mundo quer tomar banho quente e andar de carro, isso tem um impacto, melhor ser contido em regiões especificas.

  • Campos:

    Tenho um projeto sobre aproveitamento das ondas do mar, usando-se cilindros ocos, fechado na parte de cima e abertos na parte de baixo. Na parte superior são instalados duas válvulas, uma de admissão e outra de descarga, para cada cilindro, do tipo usado em compressores de ar. Quando a onda entra por baixo de um cilindro, ele comprime o ar, que sai pela válvula de descarga e vai para um depósito que serve tambem de flutuador. As tubulações de alta pressào, são interligadas num unico tubo, assim como as de baixa pressão, que podem tambem ser aproveitada para gerar trabalho. Este sistema requer manutenção praticamente zero.

    • José Calasans:

      Olá Campos boa noite,esse projeto parece interessante resta saber se funciona.Já foi feito algum protótipo para teste?

  • Utilidades Virtuais:

    Concordo que o interesse da IBM eh $$$$$$
    Eles querem lucrar com a venda de energia e
    com a venda de equipamentos para consumi-la.
    excelente jogada de marketing.

  • Jonatas:

    Legal, ao menos estão pesquisando os impactos ambientais antes de sair por aí fazendo usinas, como costuma ser feito. Energia tem por toda parte, é só uma questão de metodologia, sustentabilidade e respeito ambiental para um bom aproveitamento sem danificar os ecosssitemas.
    Aqui no Brasil a energia eólica tem ganhado cada vez mais destaque, exemplos estão no Ceará (alto potencial de ventos) e nos Rios Grandes, no do Norte e no do Sul, onde eu moro.

  • CASTOR:

    eles pesquisam mais até parece …
    com barulho ou não … nada vai impedir o progresso $$$$
    os golfinhos que se mudem

    é o pensamendo final deles

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