Magnetosfera, a “bolha magnética” que protege a Terra

Por , em 23.04.2013

Costumamos imaginar a Terra girando ao redor do sol tranquilamente, sem grandes complicações. Contudo, as coisas são, na verdade, um pouco mais “dramáticas”: enquanto nosso planeta avança pelo espaço, é constantemente bombardeado por partículas solares energizadas. Felizmente, a Terra conta com a proteção da magnetosfera, uma espécie de “bolha” na qual boa parte dessas partículas bate e é desviada.

A imagem acima é uma representação do que a Terra enfrenta em seu trajeto. Na parte “dianteira” do planeta se forma uma região em que o conflito com as partículas solares é especialmente forte, chamada “bow shock” (que pode ser traduzido como “choque de proa” e é parecido com o que se forma na proa de um navio que se desloca pelo mar).

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Analisando dados coletados pela espaçonave da NASA WIND (que já viajou 17 vezes até os limites da magnetosfera entre 1998 e 2002), cientistas não só conseguiram criar uma representação consistente do fenômeno, como também puderam começar a entender melhor esse cenário.

“A frente da magnetosfera fica bem na linha entre o Sol e a Terra, por isso é um lugar crucial para entendermos coisas pequenas que podem ter consequências grandes”, destaca o pesquisador David Sibeck, do Centro de Voo Espacial Goddard em Greenbelt (EUA). “O que acontece no campo magnético da Terra depende do que está acontecendo na frente, no choque de proa”.

De acordo com Sibeck, a maneira como as partículas e também ondas de energia atingem a magnetosfera interfere na quantidade delas que consegue atravessá-la. “Uma vez dentro da magnetosfera, podem criar poderosas tempestades solares e impactar comunicações e satélites de GPS do qual dependemos diariamente”.[Daily Mail UK, NASA]

10 comentários

  • Andre Luis:

    A magnetosfera é extremamente vital para a vida na Terra, ótimo artigo e ótimo comentário de Jonatas. Eu achei muito interessante as questões levantadas pelo WalterZ. Alguém ai sabe algo mais?

  • pmahrs:

    O campo magnético é só um dos fatores que permitem a vida na terra. Mas são tantos bilhões de combinações de condições para que elementos inanimados criassem vida nos primeiro organismos unicelulares (abiogenese) e evoluíssem até seres inteligente de discernimento próprio e só aqui pelo que se sabe até agora, que é difícil de não ao menos considerar a possibilidade de não ter sido apenas coincidências.

    • Miguel Guerreiro:

      Não podia ter dito melhor.
      Pra mim o melhor comentário aqui.

  • WalterZ:

    E, a propósito:
    Há evidencias que o campo magnético da Terra é revertido em intervalos a intervalos médios de aproximadamente 250.000 anos. A última reversão ocorreu 780.000 anos atrás (reversão Brunhes-Matuyama).
    Embora considere a Wikipedia não muito confiável, sempre é uma referencia a ser consultada, como os devidos cuidados. Tem um artigo lá sobre isso:
    http://pt.wikipedia.org/wiki/Invers%C3%A3o_geomagn%C3%A9tica
    COnsiderando-se que durante a reversão, há um período que a Terra fica sem campo magnético, tenho duas curiosidades que gostaria de debater com vocês:
    1 – O que aconteceu (e acontecerá) com a vida na Terra nos momentos em que a Terra ficou sem compo magnético durante as reversões?
    2 – Como a nossa sociedade tecnológica atual, cada vez mais baseada em equipamentos elétricos, eletrônicos, satélites etc sobreviverá a próxima reversão do campo magnético? Notar que, já passamos muito da data que, na média, a reversão deveria ter acontecido…

    • Jonatas:

      Tem bons artigos na wikipédia, concordo contigo, só que como disse, sempre é bom ir com atenção e ver as referências -> citadas no final do Artigo. Eu me impressionei ao ver a wikipédia alemã, que ao menos nos artigos que procurei *sobre astronomia e química*, me pareceu mais completa do que a em Inglês.

  • Dutch Ruyter:

    Jonatas, muito legal suas observações, show de bola!
    Você indica outra fonte para estudo do cosmo além da série “O Universo” do History Channel? Eu só conheço essa fonte…

    • Jonatas:

      O Universo é uma boa série. Boas referências em matérias e comentários na web, além desse mesmo site em que estamos, recomendo também o astropt.org, de Portugal, administrado pelo Astrônomo Carlos Oliveira – onde também já escrevi algumas matérias. Entre as revistas, recomendo a Scientific American Brasil, muito boa e sempre com bons artigos de astronomia -> autorias profissionais de fato.

    • Dutch Ruyter:

      Adorei o site, não conhecia.

      Aqui tem tudo que eu gosto! Muito bom!
      O legal é que aqui as pessoas são ativas e o site tem uma comunidade legal sem trolls, que gosta de conversar inteligentemente.

      Estava lendo posts antigos e fiquei um pouco triste por ter perdido tantas discussões calorosas rsrsrs.

      Antes tarde que nunca. Finalmente descobri este site.
      Saudações amigos!

  • Jonatas:

    Matéria informativa muito boa.
    Vale a pena acrescentar:
    1 – Ela é responsável pelas espetaculares auroras boreais e austrais – quando as partículas do vento solar e cósmico colidem com o campo magnético da Terra.
    2 – Ela nasce do núcleo -> O núcleo da Terra tem duas partes: externo e interno – o externo é mais fluído, com ferro e níquel semi-sólidos, o interno, mais quente entretanto sobre maior pressão e muito mais denso, é sólido, e gira sobre seu eixo mais rápido do que o resto do Planeta – o giro atua como dínamo, gerando e equilibrando o campo magnético planetário.
    3 – A maior Magnetosfera do Sistema Solar pertence a Júpiter, é tão grande que por alongar-se como a calda de um cometa – empurrada pelo vento solar, chega até a órbita de Saturno, e se fosse visível a olho humano haveria um segundo objeto do tamanho da Lua em nosso céu noturno. Aí é diferente, a magnetosfera nos gigantes gasosos não nasce no núcleo, mas numa região onde a matéria gasosa *agora super-fluída devido a pressão* adquire uma estranha propriedade – o Hidrogênio passa a atuar como metálico, bem nas profundezas, onde a pressão e a temperatura chegam a níveis inimagináveis, na altura do manto interno, que envolve um núcleo rochoso maior que nosso Planeta inteiro.
    4 – A perda do campo magnético pode ter sido o principal fator pelo qual Marte perdeu sua atmosfera e seus oceanos – ficando sem defesa contra a radiação do espaço.

    • Lucas Noetzold:

      boa matéria e bom comentário!

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