Os ganhadores do Ig Nobel deste ano são tão malucos como o esperado

Por , em 23.09.2016
Thomas Thwaites aceitando seu prêmio

Thomas Thwaites aceitando seu prêmio

A 26ª Cerimônia do Prêmio Ig Nobel aconteceu na última quinta-feira, 22, na Universidade de Harvard, nos EUA.

As pesquisas mais bizarras e improváveis de todo o mundo foram premiadas. Embora possam parecer um pouco inúteis ou francamente ridículas, a maioria do trabalho selecionado para o reconhecimento, na verdade, tem aplicações práticas importantes, provando que a ciência pode ser divertida também.

Os prêmios foram anunciados por vencedores do Nobel verdadeiro, como o químico Dudley Herschbach, o economista Eric Maskin, o Dr. Rich Roberts e o físico Roy Glauber.

Um pouco de tudo

Na categoria Percepção, os vencedores foram Atsuki Higashiyama e Kohei Adachi, que investigaram se as coisas parecem diferentes se você curvar-se e olhar para elas através de suas pernas.

O prêmio de Reprodução foi ganho pelo cientista egípcio Ahmed Shafik, que colocou calças em ratos a fim de determinar como diferentes materiais afetavam sua libido. Calças de poliéster foram as que mais desanimaram os animais, possivelmente como resultado das cargas eletrostáticas que este tipo de material tende a gerar.

Os pesquisadores britânicos Tom Thwaites e Charles Foster dividiram o prêmio de Biologia, depois que ambos passaram um tempo vivendo como animais. No caso de Thwaites, isto envolveu vestir cascos protéticos e se misturar com um rebanho de cabras nos Alpes franceses, enquanto Foster passou vários dias procurando restos de pizza em latas de lixo de Londres com raposas locais, vivendo com texugos em uma encosta no País de Gales, e sendo caçado como um cervo por cães de caça na Escócia.

Personalidade de rochas

Mark Avis, Sarah Forbes e Shelagh Ferguson, uma equipe da Nova Zelândia e do Reino Unido, ganharam o prêmio em Economia por um estudo da personalidade de rochas. O trio estudou um conceito chamado de “personalidade da marca”, ou o “conjunto de características humanas associadas com a marca” – por exemplo, salubridade, juventude, inteligência e sofisticação -, colocando imagens de rochas na frente de 225 alunos.

Os estudantes decidiram então qual dos 42 traços, 15 facetas e 5 fatores aplicar às rochas em questão. Uma, a Rocha G, foi descrita, entre outras características como “um grande empresário de Nova York, rico, talvez um pouco obscuro, com cabelo liso e raciocínio rápido”.

Mentiras e besteiras

O prêmio de Psicologia foi dado a pesquisadores dos EUA, Canadá, Alemanha, Bélgica e Holanda por pedir que 1.000 mentirosos dissessem quantas vezes eles tinham mentido ao longo de sua vida, e quão bem.

Descobriu-se que as pessoas gradualmente mentem mais à medida que envelhecem, com os adultos mentindo, em média, duas vezes por dia, e depois diminuindo essa frequência.

O prêmio da Paz foi recebido por filósofos do Canadá e dos EUA que estudaram se as pessoas acham que frases de efeito sem pé nem cabeça de fato significam alguma coisa. Para isso, eles criaram expressões aleatórias que soavam como importantes, como “significado oculto transforma beleza abstrata sem precedentes”.

Os participantes avaliaram a “profundidade” das frases em uma escala de um a cinco. Os resultados do estudo mostraram que os alunos mais receptivos a essas “besteiras” eram menos reflexivos e inferiores em habilidade cognitiva, além de mais propensos a ter crenças religiosas e paranormais.

Quê?!

Um prêmio de Medicina foi dado a cientistas alemães que descobriram que, se você tem uma coceira no seu lado esquerdo, você pode olhar em um espelho e arranhar o seu lado direito para aliviá-la.

Os prêmios de Física foram concedidos a pesquisadores da Hungria, Espanha, Suécia e Suíça, que concluíram que cavalos brancos atraem menos insetos e que libélulas são fatalmente atraídas a lápides pretas.

O autor sueco Fredrik Sjöberg ganhou o prêmio de Literatura por escrever uma trilogia sobre a coleta de moscas.

A surpresa

O vencedor mais surpreendente foi o de Química: a fabricante de automóveis Volkswagen, que violou a lei de emissões de efeito estufa dos EUA enganando os testes que indicavam quanta poluição seus carros emitiam.

A comissão do Ig Nobel disse que o prêmio foi “por resolver o problema da poluição excessiva gerada por automóveis produzindo menos emissões sempre que os carros são testados”. [IFLS, TheGuardian]

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