10 mudanças na nossa aparência caso a evolução siga determinado caminho

Por , em 12.11.2018

Os seres humanos evoluíram ao longo do tempo para se tornarem as espécies dominantes do planeta Terra. Mas e se a nossa história tivesse sido diferente? E se as condições ambientais que nos forçaram a nos adaptar tivessem sido distintas ou se nossos ancestrais tivessem sido outros?

Se a evolução humana seguisse outro caminho, é provável que nossa aparência não fosse de modo algum “humana”. Confira o ponto de vista científico de dez corpos mais radicais que os humanos poderiam ter em outras condições evolutivas:

10. O corpo humano perfeito


Mudanças evolutivas nos seres vivos não são imediatas. Mesmo quando o ambiente se modifica repentinamente, as adaptações físicas necessárias para a sobrevivência podem levar milhares ou milhões de anos para ocorrer. É por isso que, após milênios de progresso como civilização, os seres humanos não estão tão bem adaptados ao nosso mundo quanto gostaríamos. Muitas de nossas características físicas são obsoletas, desenvolvidas em tempos em que nossos ancestrais viviam mais “naturalmente” ou primitivamente.

Agora, precisamos de outras adaptações para sobreviver nas sociedades urbanas, e a ciência afirma saber quais seriam essas mudanças necessárias. O corpo resultante após tais alterações, no entanto, é um pouco bizarro.

Com base em um escaneamento de seu próprio corpo, a bióloga britânica Alice Roberts aplicou nele as adaptações que os cientistas acreditam ser necessárias para nossas vidas modernas. Entre algumas de suas características mais notáveis, os olhos e as orelhas são maiores para eliminar os pontos cegos e para capturar até mesmo sons mais sutis. As pernas são feitas para correr em altas velocidades, e a coluna vertebral é menor para melhor suportar o peso corporal.

Como nascimentos naturais produzem grande dor e risco para as mulheres, o parto é resolvido com uma bolsa no abdômen para transportar o recém-nascido. Sim, os “humanos perfeitos” seriam semelhantes a marsupiais como os cangurus. Seus pulmões seriam como os dos pássaros para oxigenar melhor o sangue, e seus corações seriam mais complexos como os dos cães. Para completar o quadro, a pele desses humanos poderia mudar de tonalidade, evitando assim o risco de câncer.

9. O corpo humano adaptado para sobreviver a acidentes de carro


A invenção dos veículos nos permitiu viajar a velocidades mais altas, porém, tem seus efeitos negativos sobre nossos corpos. Por exemplo, acidentes de trânsito são comuns. Mesmo em baixa velocidade, podem causar sérios danos físicos.

Então, como nos pareceríamos se tivéssemos evoluído para sobreviver a acidentes de trânsito? Especialistas australianos formularam uma resposta interessante como parte de uma campanha contra acidentes de trânsito realizada pela Comissão de Acidentes de Transporte da Austrália (TAC).

Graham é um homem à prova de colisão, então o que é mais importante em sua anatomia não é estética, mas funcionalidade. Graham tem uma pele grossa resistente a arranhões e pequenos cortes. Também tem uma face plana e coberta de gordura para proteger os ouvidos e o nariz de impactos repentinos. Embora seu cérebro seja igual ao nosso, seu crânio é maior, mais espesso e cheio de tecidos moles para absorver a força da colisão durante um acidente. O homem não tem pescoço porque se rompe facilmente em colisões. As costelas são cobertas por sacos de tecido que se projetam como mamilos extras e absorvem impactos como se fossem airbags. Os ossos de suas pernas são modificados para agir como “molas” que permitem que fuja rapidamente do local de um acidente. Por sua vez, os joelhos de Graham podem girar livremente para que as pernas não quebrem nesse ponto.

A escultura de Graham recebeu muitos prêmios e reconhecimento em todo o mundo devido a sua maneira engenhosa de nos mostrar que estamos longe de ser à prova de acidentes de carro.

8. O corpo humano adaptado para uma Era do Gelo


No caso de um impacto de asteroide ou a mudança climática tornar o nosso mundo gelado, precisaríamos de mudanças para sobreviver ao frio extremo ou às tempestades de neve.

Com menos luz solar, os níveis de vitamina D no corpo humano diminuem. Para compensar isso, as pessoas que vivem no gelo devem ter pele e cabelos mais claros para absorver mais radiação UV. Por sua vez, os pelos crescem mais abundantemente para protegê-los do frio. Nessas condições, o corpo humano também se tornará mais alto e mais musculoso. As características faciais aumentarão de tamanho para que o ar se aqueça antes de entrar nos pulmões ao respirar.

Outras características mais avançadas para este tipo de clima seriam uma garra em cada pé para caminhar melhor no gelo e uma enorme quantidade de gordura corporal para manter nos manter aquecidos. Em condições de extremo frio, essas criaturas também podem esconder seus rostos entre uma camada espessa de gordura e pele ao redor do pescoço.

7. O dinossauroide


Cerca de 66 milhões de anos atrás, um evento cataclísmico varreu os dinossauros da face da Terra. Se tal extinção não tivesse acontecido e os dinossauros tivessem continuado a habitar o planeta, provavelmente, teriam continuado a evoluir. E o paleontólogo Dale Russell pensa que sua aparência seria mais humanoide do que reptícia.

No último século, descobriu-se que o gênero Troodon tinha um cérebro muito grande comparado ao seu corpo. Isso indica que o Troodon tinha uma inteligência notável. O cientista crê que era mais provável que este animal evoluísse para uma criatura avançada, se as condições fossem certas.

Em 1982, Russell se juntou ao taxidermista Ron Seguin para criar uma réplica em tamanho real da criatura que chamou de “dinossauroide”. Com 1.3 metros de altura, é uma espécie de humanoide de aparência semelhante a seu ancestral, um Troodon.

Durante milhões de anos, a criatura continuou a aumentar sua massa cerebral, de forma que seu crânio também cresceu. Para segurar um crânio tão grande, seu pescoço encurtou e se tornou mais parecido com o dos humanos. Por sua vez, a reestruturação do pescoço o forçou a se endireitar e eventualmente perder a cauda. Assim nasceu o dinossauroide.

O homem reptiliano teria olhos grandes com visão binocular, pele escamosa e mãos com três dedos e polegares opostos. Sua característica mais notável é que teria sido vivíparo. Não colocaria ovos como os répteis.

Outros cientistas propuseram modelos evolucionários mais próximos da forma original dos dinossauros, mas está claro que o dinossauroide de Russell é um dos conceitos mais interessantes.

6. O corpo humano adaptado para Marte


É impossível saber ao certo como pareceríamos se passássemos a viver no ambiente de Marte, ou sequer se ainda seríamos humanos. Mas certamente poderíamos esperar que nossos corpos mudassem.

Os cientistas especularam como nos pareceríamos depois de alguns milhares de anos no Planeta Vermelho. Primeiro, esses humanos “marcianos” seriam mais altos porque a falta de gravidade não causaria a compressão da coluna tanto quanto na Terra. Além disso, teriam ossos mais grossos e cabeças maiores. A falta de luz solar faria com que seus olhos fossem maiores. E como o Planeta Vermelho é constantemente bombardeado com radiação letal, sua pele seria coberta com um pigmento à prova de raios UV semelhante ao das cenouras. No final, os futuros marcianos teriam uma pele alaranjada.

A mesma dose de radiação em Marte pode levar os indivíduos a sofrerem mutações mais rápidas do que na Terra. Assim, em apenas algumas centenas de anos, outras espécies diferentes dos seres humanos poderiam emergir e evoluir.

5. Homem-pássaro


O que teria acontecido se as aves tivessem evoluído como a espécie dominante em vez de seres humanos? Um híbrido entre homem e pássaro (totalmente teórico e hipotético, vale a pena notar).

Tal pássaro humanoide seria coberto de penas. Pelo ou pele cobrindo o corpo é uma característica exclusiva dos mamíferos. Ao mesmo tempo, teria ossos quase ocos, mal teria dentes, e sua musculatura seria muito mais leve que a dos humanos. Caso contrário, seria pesado demais para voar. No entanto, tanto o cérebro humano quanto o mecanismo de voo consumiriam muita energia. Assim, o homem-pássaro não poderia ter ambas essas virtudes – teria que escolher uma. Para piorar a situação, o desenvolvimento de ferramentas tornaria o ser humano alado sedentário, voando cada vez menos.

Quanto aos braços, há duas opções. Ou seriam substituídos por asas com dedos, como os do gênero de dinossauros Archaeopteryx, ou a criatura reteria tanto braços quanto asas. Neste último caso, seu esqueleto provavelmente sofreria grandes modificações em comparação com o humano. Com a capacidade reduzida de voo, estaria limitado a viver nas árvores e subir e descer planando. Por fim, a criatura botaria ovos em vez de dar à luz a descendentes como os mamíferos.

Embora a chance de as aves evoluírem a uma forma humanoide seja impossível, isso poderia mudar no futuro. Alguns cientistas acreditam que podem inserir asas em embriões humanos se decifrarem corretamente o código genético das aves.

4. O corpo humano adaptado para viver debaixo d’água


O ramo evolutivo dos peixes se separou dos vertebrados terrestres há 400 milhões de anos. Daquele momento em diante, as formas de vida aquáticas diferenciaram-se significativamente dos seres humanos. Por essa razão, se quiséssemos viver debaixo d’água, precisaríamos de muitas mudanças físicas.

Em um mundo subaquático, os humanos teriam dedos mais longos com conexões de pele entre cada dedo. Assim, nos tornaríamos palmípedes como os patos. Nossos olhos desenvolveriam uma membrana especial para ver em condições de pouca luz, assim como os gatos. Além disso, teríamos muito menos pelos no corpo para nos movermos mais rapidamente através da água, e armazenaríamos mais gordura para resistir ao frio das profundezas aquosas.

Uma teoria mais “radical” também sugere que as pernas se juntariam em um único membro, como um rabo de peixe, para economizar mais energia ao nadar. No entanto, a descrição mais extrema de “pessoas aquáticas” afirma que elas teriam guelras ao longo de seus peitos. Enquanto isso, suas pernas seriam como barbatanas de peixe e seus braços permaneceriam os mesmos dos humanos. O pescoço seria conectado quase na parte de trás da cabeça para que a criatura pudesse ver adiante enquanto nadasse em uma posição horizontal. Isso faria com que os seres humanos que vivem debaixo d’água tivessem um rosto parecido com um sapo e se comunicassem com grunhidos simples.

3. Homem-Planta


E se os seres humanos tivessem evoluído a partir de plantas? Embora isso soe impossível e bizarro, há pelo menos dois fatores que nos levam a refletir sobre tal cenário. Primeiro, as plantas podem se comunicar umas com as outras usando um sistema que se assemelha a uma forma primitiva do sistema nervoso de um animal. Isso ocorre porque plantas e animais vêm de um ancestral comum. Segundo, a definição mais básica para “planta” é um organismo vivo que produz seu próprio alimento combinando nutrientes e luz solar em um processo chamado fotossíntese.

Se pudéssemos nos alimentar pela fotossíntese, seríamos, em essência, “plantas humanas”. Mas como nos pareceríamos?

Bem, o ponto mais notável é que nossos corpos seriam cobertos por órgãos microscópicos chamados cloroplastos. Esses órgãos são responsáveis pela fotossíntese nas plantas e são de cor verde. Como resultado, um “homem-planta” teria pele verde. No entanto, o processo de fotossíntese não nos daria energia suficiente para sobreviver, de modo que nossos corpos provavelmente teriam galhos e folhas para capturar mais luz solar. Enquanto isso, nossa pele teria que ser muito mais porosa para trocar dióxido de carbono como as plantas. Como o cérebro humano consome uma grande parte da energia do corpo, se as plantas humanas quisessem manter sua inteligência, teriam que ficar paradas sob a luz do sol pelo maior tempo possível. No final das contas, seria uma vida incrivelmente entediante.

2. O corpo humano em uma gravidade mais forte


Como toda a vida na Terra é adaptada ao nível de gravidade deste planeta, é interessante pensar como se pareceria um ser humano em um mundo com gravidade mais forte.

Alguns aspectos físicos não mudariam. Os indivíduos continuariam a ter membros para mover-se, olhos para ver e uma boca para alimentar-se. Também teriam mãos porque manipular objetos é fundamental para formas de vida inteligentes. Afora isso, seus corpos poderiam ser diferentes.

Em um ambiente de alta gravidade, uma queda de baixa altitude poderia ser mortal. Assim, as criaturas teriam que estar as mais próximas possível do solo. Podemos esperar que seres humanos em alta gravidade sejam baixos. Além disso, não seriam bípedes. Uma criatura inteligente andaria sobre seis membros para distribuir melhor o peso.

Há ainda o problema da pressão arterial. Em condições de alta gravidade, o coração deve trabalhar mais para bombear o sangue para a cabeça e os membros. Assim, é provável que pessoas adaptadas a essas condições tenham corações mais fortes e mais próximos do cérebro.

Por fim, sem dúvida, a característica mais visível seria uma densidade óssea e muscular mais alta. Os ossos de tais criaturas seriam mais grossos para suportar a estrutura do corpo, e seus músculos seriam maiores para serem capazes de se mover sem muito esforço. Estudos em animais também sugerem que seres humanos neste ambiente extremo teriam uma quantidade muito menor de gordura corporal do que humanos na Terra.

1. Vacuumorph


Como seres humanos adaptados para viver no vácuo do espaço, o ambiente mais hostil da vida, se pareceriam? Incrivelmente, a imaginação humana já teorizou sobre a aparência de tal criatura.

O resultado vem de uma obra de ficção do paleontólogo e escritor escocês Dougal Dixon. Alguns séculos no futuro, a engenharia genética permitiria a alteração de humanos para adaptá-los a condições específicas. Para construir espaçonaves diretamente em órbita, criaríamos seres humanoides chamados “vacuumorphs” (uma junção da palavra em inglês para “vácuo” e o elemento de formação pospositivo “morfo”, que traduz a ideia de forma ou aspeto exterior).

Estes seres seriam adaptados para sobreviver no vácuo do espaço sem gravidade e sem qualquer proteção especial. Seu corpo seria coberto por uma casca esférica, rígida e impermeável, para proteger os órgãos internos da falta de pressão. A criatura ainda teria braços e pernas, embora seriamente atrofiados, assim como “pés” que poderiam se agarrar a superfícies para andar nas espaçonaves.

O vacuumorph ainda teria olhos. No entanto, eles seriam protegidos por uma lente. O tecido se dobraria para cobri-los e ocultá-los da radiação solar. Por fim, também desenvolveria novos órgãos, como um terceiro pulmão para armazenar oxigênio extra e um quarto para acumular dióxido de carbono e outros resíduos. A criatura ejetaria esses resíduos sob pressão para se impulsionar através do vácuo do espaço.

Embora essa espécie fictícia fosse geneticamente modificada e incapaz de se reproduzir naturalmente, vacuumorphs nos dão uma ideia do aspecto radical que teríamos se nossos milênios de história evolutiva tivessem ocorrido fora da Terra, em ambientes espaciais extremos. [Listverse]

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