10 esportes antigos completamente aterrorizantes

Por , em 6.02.2014

Enquanto a maioria dos esportes modernos com que estamos acostumados só existem desde cerca de cem anos atrás, os antigos humanos tinham seus próprios jogos que colocavam equipes umas contra as outras, muitas vezes com resultados sangrentos. Confira:

10. Pitz, da cultura maia

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Repleto de significado cultural e religioso, o esporte conhecido pelos maias como pitz é um dos jogos mais antigos da história da humanidade, que se acredita ter originado cerca de 2500 aC. O jogo tinha variações, com tamanho de bola e outras regras mudando para se ajustar ao contexto. No entanto, era originalmente parecido com raquetebol, com a adição posterior de aros que serviam de gols.
O esporte era muitas vezes usado como substituto para guerra, uma forma dos inimigos de resolverem suas disputas sem derramamento de sangue.

Além disso, os reis maias, bem como suas contrapartes astecas, muitas vezes usavam esportes como palco de encenações dramáticas de seus mitos. O mito mais popular jogado em quadra era o dos deuses do milho e dos gêmeos heróis. De acordo com a lenda, os deuses do milho adoravam pitz e muitas vezes jogavam fazendo muito barulho, o que irritava Xibalba, o deus do submundo. Então ele matou os dois e os sepultou na quadra, também tomando uma das suas cabeças e pendurando-a em uma árvore no submundo. A cabeça cuspiu em uma das princesas do submundo, que ficou grávida e deu à luz aos gêmeos heróis, que ressuscitaram os deuses do milho.

Sacrifício humano também fazia parte dos esportes. Capitães do time perdedor eram frequentemente decapitados após o jogo, embora tais “partidas” pudessem ser apenas rituais elaborados, com resultado predeterminado.

9. Harpastum, da cultura romana

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Predecessor do esporte moderno de rugby, harpastum (palavra do latim que significa “lágrima” ou “rasgado a força”) foi um jogo romano antigo praticado com uma bola pequena e dura de mesmo nome. Derivado de dois jogos gregos, o objetivo final variava, mas toda versão incluía duas equipes. Uma variação envolvia um único jogador no meio de um scrum (formação arredondada ordenada de participantes), na tentativa de pegar a bola e escapar, com os adversários tentando mantê-lo dentro do bolo de gente e longe da harpastum.

Outras versões eram mais parecidas com o atual rugby, com dois times de igual tamanho se enfrentando em campo, a fim de levar bola para o lado oposto do estádio. Ferimentos eram comuns e abundantes, já que não haviam regras sobre atacar, segurar ou até engalfinhar-se com o oponente. A quantidade de tempo do jogo era predeterminada e o vencedor era a equipe com mais pontos no final.

Galeno, famoso médico romano, afirmou que harpastum era um dos melhores exercícios físicos, porque era barato, fácil e podia ser adaptado para atender o nível de habilidade de qualquer jogador.

8. Competição entre pescadores, da cultura egípcia

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Pescadores pobres e de classe baixa do rio Nilo costumavam praticar esse esporte, com grandes hastes. Duas equipes de barqueiros se enfrentavam utilizando as mãos ou os pés para desiquilibrar e derrubar o barco do outro. Alguns historiadores acreditam que os jogos eram projetados para resolver disputas territoriais.

Geralmente muito violenta, essa competição muitas vezes acabava na morte de um grande número de participantes. Hipopótamos e crocodilos percorriam as águas prontos para mutilar os competidores que caíam ao mar. Além disso, a natação não era tão universalmente praticada como é hoje, e muitos dos pescadores morriam afogados simplesmente porque não sabiam nadar.

Alguns estudiosos acreditam que pode ter havido um aspecto religioso para algumas das lutas, já que murais retratam barcos concorrentes repletos de oferendas. Os barqueiros parecem estar competindo em uma corrida para ser o primeiro a honrar os deuses.

7. Buzkashi, da cultura turca

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Desenvolvido pelos povos turcos em algum momento entre os séculos X e XV, o esporte de buzkashi é jogado até hoje, predominantemente por descendentes de seus inventores. Esporte nacional do Afeganistão, envolve duas equipes a cavalo, e o objetivo é arrastar uma carcaça de cabra sem cabeça por todo o campo e deixá-la dentro de uma área pré-determinada, geralmente um círculo. Ocasionalmente, uma ovelha ou bezerro é usado.

Banido sob o regime do Talibã, buzkashi é um esporte violento – os cavaleiros são equipados com chicotes com os quais batem nos cavalos dos demais competidores. Eles não devem usar seus chicotes uns nos outros, mas essa regra é muitas vezes negligenciada. O status social derivado de possuir os cavalos da equipe vencedora é suficiente para cobrir os custos associados com a manutenção da saúde dos animais entre os jogos.

As origens deste esporte violento se perderam no tempo, mas uma história diz que o imperador mongol Genghis Khan e seus homens roubavam o gado dos povos turcos, que enfrentavam a morte para arrebatá-lo de volta a cavalo.

6. Pato, da cultura argentina

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Derivado da palavra espanhola para o animal (igual em português), pato é o esporte oficial da Argentina e uma mistura eclética de polo e basquete. O esporte mais novo nesta lista, foi criado em 1500 e originalmente jogado com um pato em uma cesta, em vez da bola que os participantes de hoje usam.

Esporte violento, os competidores frequentemente atacam uns aos outros a fim de ganhar, muitas vezes porque uma grande quantidade de dinheiro está em jogo. Ao longo de sua história, foi proibido inúmeras vezes, principalmente devido ao aumento da violência, que muitas vezes resultava na morte de seus participantes.

No século XVII, a Igreja Católica estava tão preocupada com o esporte que excomungava quem encontrava jogando. Até o século XX, o esporte era praticado às escondidas, até que mudanças nas suas regras o tornaram muito mais seguro. O pato em uma cesta também foi substituído pela atual bola, com seis alças de couro. O gol também mudou ao longo do tempo, evoluindo de uma simples caixa no chão para um aro com uma rede que está em uso hoje.

5. He’e hölua, da cultura havaiana

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Um dos mais perigosos dessa lista, he’e hölua (havaiano para algo como “surf de trenó”) é um esporte que se originou nas ilhas havaianas mais de 2.000 anos atrás. Ele consistia em uma viagem perigosa ao lado de um vulcão em um grande trenó feito de fibras de madeira e coco. Uma vez no topo, o piloto, ou equipe de pilotos, descia a encosta deitado de barriga ou em uma pose típica de surf.

Velocidades de até 80 quilômetros por hora eram comuns, e as corridas eram vistas como homenagens a Pele, a deusa havaiana do fogo e dos vulcões. Banido por missionários cristãos do século XIX, que viam o esporte como perigoso e um desperdício de tempo, o jogo foi recentemente revivido por havaianos nativos que tentam se reconectar com sua história.

4. Pelota purépecha, da cultura mexicana


Pelota purépecha é um jogo pré-hispânico semelhante ao hóquei em campo (ou hóquei de grama), mas com um toque quente: o esporte é jogado com uma bola pegando fogo. Nomeado em homenagem a seus inventores, os indígenas Purépecha, povo do que é hoje o estado mexicano de Michoacán, o jogo envolvia uma bola mergulhada em resina de pinheiro e incendiada, golpeada por jogadores armados com pedaços de madeira. O objetivo era levar a bola ao gol adversário.

A bola, conhecida como zapandukua, era normalmente feita de tecido entrelaçado e barbante, e a partida ocorria geralmente à noite, com o fogo sendo um espetáculo sob a luz da lua. Como muitos dos jogos criados pelos povos indígenas do México, purépecha foi em grande parte esquecido, mas esforços por parte do governo mexicano estão ajudando a elevar a consciência sobre este pedaço da história do país.

3. Naumaquia, da cultura romana

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Menos conhecida do que as batalhas de gladiadores que frequentavam o mundo esportivo romano, a naumaquia era uma batalha naval simulada, jogada na frente de uma multidão de curiosos. Normalmente colocando criminosos condenados uns contra os outros, os jogos aconteciam em piscinas artificiais projetadas especificamente para esta finalidade.

O exemplo mais antigo de uma naumaquia é de 46 aC, iniciada por ninguém menos do que Júlio César, que a usou para celebrar suas conquistas militares em um ritual romano conhecido como triunfo. Basicamente, dois navios foram colocados de ambos os lados da batalha cheios de participantes “dispostos”, e, em seguida, a luta começou. Durou até que um lado estivesse completamente morto.

Alguns jogos eram tão elaborados que criaturas do mar eram trazidas e colocadas nas águas. A maior naumaquia registrada foi criada pelo imperador Cláudio em 52 dC, com 100 navios e mais de 19.000 homens participantes.

2. Hurling, da cultura irlandesa

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Um dos jogos mais antigos ainda praticados hoje, hurling é uma espécie de hóquei misturado com lacrosse. Basicamente, duas equipes competem usando uma vara de madeira conhecida como hurley para bater uma bolinha chamada sliotar ao gol. Esporte de campo mais rápido do mundo, a bola pode chegar a velocidades de até 145 quilômetros por hora, e os participantes muitas vezes se machucam durante o jogo.

No entanto, isso não é nada comparado com a história de 3.000 anos de idade do esporte – antigamente, ele era mais parecido com uma guerra, com relativamente poucas regras e partidas que podiam durar dias. Além disso, equipes com centenas de participantes podiam competir umas contra as outras, só aumentando a violência.

Pesquisadores creem que o jogo foi levado para a Irlanda pelos Celtas. O esporte envolve contos de heróis mitológicos que datam desde o século 12 aC.

1. Chunkey, da cultura norte-americana

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Um dos primeiros esportes praticados no que é hoje os Estados Unidos, chunkey foi desenvolvido pela cultura dos povos de Mississipi e centrado em torno da antiga cidade de Cahokia. Basicamente, qualquer número de pessoas podia participar em qualquer uma das duas equipes, embora fosse geralmente apenas um-contra-um. Um pequeno disco de pedra era lançado a partir de um ponto de partida e os times adversários jogavam lanças na área em que achavam que o disco iria cair.

Espalhando para a maior parte dos nativos americanos do sudeste, chunkey pode ter desempenhado um papel importante em juntar diferentes tribos da região, conforme formavam uma das maiores civilizações da América do Norte. Cada tribo tinha regras únicas, mas o espírito do jogo era o mesmo.

O esporte era levado tão a sério e com apostas tão arraigadas na sua cultura que perdedores chegavam a cometer suicídio em alguns casos, normalmente porque tinham arriscado todas as suas posses. [Listverse]

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