10 recordes de objetos espaciais

Por , em 21.11.2013

Enquanto a humanidade certamente conseguiu alguns feitos impressionantes, não somos nada perto do resto do universo. Ele, sim, tem muitos recordes incríveis que nem podemos sonhar em bater. Confira:

10. Lente mais poderosa

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A Teoria Geral da Relatividade de Einstein tem uma série de implicações. Entre elas está a ideia de que a luz não viaja sempre em linha reta. O próprio espaço, através do qual a luz viaja, se curva em torno de qualquer objeto com massa. Quanto maior a massa do objeto, mais o espaço curva. O que isto significa é que quando a luz passa por uma estrela, por exemplo, vai se curvar em direção à estrela e depois mudar de rota. Um resultado disto é um efeito conhecido como anéis de Einstein. Se um corpo estiver brilhando em todas as direções por trás de um objeto massivo, a luz de todos se curvará em direção ao objeto de grande massa e formará a ilusão de um anel do outro lado. A maior lente cósmica já encontrada tem o nome memorável de J0717.5 3745. É o mais populoso aglomerado galáctico já encontrado, 5,4 bilhões anos-luz da Terra. Seu efeito é útil para estudar objetos massivos do universo que não emitem radiação. Nós só precisamos olhar para o efeito de lente gravitacional em áreas onde não há matéria normal para explicá-lo.

9. Explosão de raios-X mais poderosa

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A mais poderosa explosão de raios-X já registrada foi observada pelo telescópio Swift da NASA em junho de 2010. A explosão, que tinha chegado a partir de cin5co bilhões de anos-luz de distância, foi brilhante o suficiente para dominar o satélite até o ponto que o seu software de processamento de dados simplesmente desligou. A explosão foi 14 vezes mais brilhante do que a fonte de raios-X mais forte contínua no céu – e essa fonte é uma estrela de nêutrons que está 500 mil vezes mais próxima da Terra. A causa da intensa explosão foi uma estrela que se transformou em um buraco negro. Curiosamente, embora as emissões de raios-X tenham sido recorde, emissões em outros espectros foram perfeitamente normais.

8. Ímã mais forte

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O recorde de mais forte ímã cósmico (magnetar) pertence à estrela de nêutrons SGR 0418 5729, observada pela Agência Espacial Europeia (ESA) em 2009. Cientistas desenvolveram uma nova técnica de processamento de emissões de raios-X que lhes permitiu observar o campo magnético sob a superfície da estrela. A ESA a descreveu como um “monstro magnético”. Magnetares são muito pequenos, com cerca de 20 quilômetros de largura. Caberiam na lua, mas provavelmente seria melhor que não colocássemos nenhum lá: mesmo a essa distância, o campo magnético seria forte o suficiente para parar uma locomotiva na Terra. Felizmente, o forte ímã está a 6.500 anos-luz de distância de nós.

7. O “laser” mais poderoso

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Lasers têm sido muito úteis ao longo das últimas décadas para os humanos. Seus primos mais distantes no espectro são chamados de masers, que são a mesma coisa, mas com micro-ondas em vez de luz. O laser mais poderoso já feito por nós, para comparação, atingiu um pico de potência de 500 trilhões de watts. O universo humilha tal marca, enviando masers com uma potência de nonilhões de watts. Em números que você já ouviu falar, isso é um milhão de trilhões de trilhões, ou cerca de 10.000 vezes o poder do sol. Masers são produzidos por quasares, que são grandes discos de material colapsando nos buracos negros centrais das galáxias distantes. Surpreendentemente, a fonte dos masers mais poderosos é a água. As moléculas de água no quasar colidem, emitem micro-ondas, e fazem com que seus vizinhos façam o mesmo. Essa reação em cadeia amplifica o sinal até os masers. O maser do quasar MG J0414 0534 foi detectado em 2008 e forneceu evidências de água a 11,1 bilhões de anos-luz de distância.

6. Mais antigos objetos já encontrados

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O universo tem cerca de 13,7 bilhões de anos. O objeto mais antigo cuja idade podemos medir diretamente é HE 1523-0901, uma estrela em nossa galáxia. Medimos a idade de uma estrela com relógios radioativos, da mesma maneira que usamos carbono para medir a idade de artefatos humanos. Medições feitas pelo Observatório Europeu do Sul no Chile foram capazes de medir de seis maneiras diferentes a idade da estrela, confirmando-a com 13,2 bilhões de anos. Há outros objetos cuja idade não podemos medir, mas inferir. Alguns deles parecem ser ainda mais antigos, como a “estrela Matusalém”, uma estrela que tem causado muito problema. As estimativas iniciais de sua idade a tornam mais velha do que o universo. Medições mais precisas diminuíram sua idade de 16 bilhões de anos para cerca de 14,5 bilhões, o que ainda é incrivelmente bizarro.

5. Mais rápido objeto giratório

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Cientistas recentemente criaram o mais rápido objeto giratório, que girou 600 milhões de vezes por segundo. Isso é impressionante, mas tal objeto tinha apenas 4 milionésimos de um metro de largura, então sua superfície estava viajando a cerca de 7.500 metros por segundo. Isso soa rápido (e é), mas não é nada se comparado com o que o espaço pode fazer girar. VFTS 102 é a mais rápida estrela giratória já encontrada, e sua superfície roda a 440 mil metros por segundo. Ela fica a 160 mil anos-luz de distância de nós, na Nebulosa da Tarântula, em uma de nossas galáxias vizinhas. Os astrônomos pensam que ela costumava ter uma estrela companheira, que quando virou supernova explodiu a sobrevivente em seu giro cósmico.

4. As maiores e mais distantes galáxias

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Você já sabe que as galáxias são todas muito grandes. Nossa própria Via Láctea tem 100.000 anos-luz de diâmetro. Ainda assim, poderia caber 50 Vias Lácteas em IC 1101, a maior galáxia já encontrada. Foi observada pela primeira vez em 1790 por William Herschel, e agora sabemos que está a mais de um bilhão de anos-luz de distância. Isso é uma boa distância, mas ainda apenas uma fração do recorde de mais distante. A galáxia mais distante já encontrada é z8_GND_5296, a cerca de 30 bilhões de anos-luz de distância da Terra. A galáxia é de cerca de 700 milhões de anos após o início do próprio universo. A essa distância, a luz leva tanto tempo para chegar até nós, que na verdade estamos olhando para trás no tempo. O que é curioso sobre a galáxia é a sua taxa de produção estrelar, centenas de vezes mais rápida do que a Via Láctea. A próxima geração de telescópios espaciais vai melhorar nossa capacidade de ver para trás no tempo ainda mais, ou seja, observaremos algumas das primeiras estrelas que se formaram no universo.

3. Estrela mais fria

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Podemos usar muitas palavras para descrever uma estrela: quente, grande, brilhante, muito quente, muito grande, e assim por diante. No entanto, estrelas nem sempre se encaixam nessas expectativas. A classe de estrelas anãs marrons são realmente muito frias. WISE 1828 2650 é uma anã marrom da constelação de Lyra com uma temperatura de superfície de 25 graus Celsius, o que é de 10 graus mais frio do que uma pessoa com hipotermia. Muitas vezes chamada de “estrela falhada”, ela não tinha massa suficiente para inflamar quando entrou em colapso sobre si mesma, e não aqueceu.

2. Meteorito mais rápido

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O meteorito de Sutter’s Mill, que passou pela Serra Nevada dos EUA, foi particularmente especial: foi o mais rápido já gravado. Ele estava viajando a 103.000 quilômetros por hora, quase duas vezes mais rápido que o foguete mais rápido que os humanos já construíram. Cientistas reuniram informações de uma série de fontes, incluindo radar meteorológico, imagens e vídeos, o que permitiu-lhes triangular sua trajetória e descobrir não só a sua velocidade, mas de sua origem. Antes de atingir a Terra, ele costumava viajar quase tão distante quanto Júpiter. O gigante gasoso provavelmente o lançou para nós. O meteorito era feito de condrito carbonáceo, um material raro. Meteoritos desse tipo são chamados de “cápsulas do tempo”, já que praticamente não se alteraram desde da formação do início do sistema solar, há 4,5 bilhões de anos.

1. Órbitas mais rápidas

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Sistemas de estrelas binários, nos quais duas estrelas orbitam seu centro de massa, são bastante comuns. Alguns deles até têm planetas e há um sistema com seis estrelas em órbita mútua. A órbita mais rápida de duas estrelas normais em torno de si é um sistema chamado HM Cancri. Estas duas anãs brancas, restos mortos de estrelas como o nosso sol, são separadas por uma distância de apenas três vezes a largura da Terra. Elas passeiam através do espaço a 1,8 milhões de quilômetros por hora, pulverizando gás quente uma na outra e liberando grandes quantidades de energia. Levam menos de seis minutos para completar uma órbita.

Pares binários mais incomuns que giram ainda mais rápido já foram encontrados. Cientistas observaram um buraco negro chamado MAXI J1659-152, que forma um par binário com uma anã vermelha com apenas 20% o tamanho do sol. O buraco negro orbita de forma relativamente lenta, a apenas 150 mil quilômetros por hora. Sua companheira, no entanto, viaja em torno de 2 milhões de quilômetros por hora. A anã vermelha está mais longe do seu centro comum de gravidade (caso contrário, colidiriam um com o outro), mas constantemente perde material para o buraco negro, e acabará sendo destruída.

O detentor do recorde atual para a mais rápida órbita binária vai para uma estrela que está morrendo em órbita com uma estrela de nêutrons superdensa. A estrela de nêutrons é a mais lenta das duas, mas tem o nome fantástico de “pulsar viúva negra” para compensar isso (seu nome menos legal é PSR J1311-3430). Sua velocidade orbital de apenas 13 mil quilômetros por hora é muito devagar – a Terra gira em torno do sol oito vezes mais rápido. A companheira do pulsar mais do que compensa isso, porém, a 2,8 milhões de quilômetros por hora. A “viúva negra” recebeu esse nome porque a aranha viúva negra devora o macho depois do acasalamento. O pulsar está bombardeando a estrela com tanta radiação que está, na verdade, vaporizando-a. Eventualmente, vai destruí-la completamente. Assim, enquanto as estrelas binárias de HM Cancri estão em apenas terceiro lugar neste ranking de órbitas rápidas, somos forçados a concluir que possuem o relacionamento mais saudável do top 3. [Listverse]

2 comentários

  • Eliton Maximo:

    [correção] A esfera feita de carbonato de cálcio registrou um ápice de 600 milhões de rotações por MINUTO, não por segundo

  • Edir Marcelo Zucolli:

    Como pode uma estrela ter 14.5 bilhões de anos e o Universo apenas 13,7? Quem sabe a próxima geração de telescópios espaciais possa equacionar este enigma, mas que seja de um modo honesto, sem forjar interpretações convenientes às teorias vigentes! Há cientistas dispostos a ajustar o molde à peça, para que consiga passar, mesmo fora do padrão; quando o correto é ajustar a peça ao molde: se ela não passar, que se comesse novamente do zero.

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