Afinal, grávidas devem ou não beber álcool durante a gravidez?
Crianças de sete anos cujas mães consumiram álcool durante a gravidez se mostram mais estáveis nos quesitos emocionais e de comportamento, em comparação com filhos de gestantes abstêmias. Grosso modo, este foi o resultado que a psicóloga dinamarquesa Janni Niclasen tirou de um estudo com mais de sete anos de duração.
A pesquisadora analisou um estudo governamental realizado no país, que entrevistou mais de 100 mil mulheres entre 1996 e 2002. Além disso, leu vários outros materiais e sentiu-se confusa: enquanto alguns médicos demonizavam até a medula dos ossos qualquer ingestão de álcool, outros diziam ser tolerável, até recomendável, beber pequenas doses na gestação.
Mais de sete anos atrás, ela começou sua própria pesquisa. Entrevistou 37 mil mulheres grávidas, em três diferentes sessões, e investigou consumo de álcool e estilo de vida das voluntárias. Não havia alcoólatras no meio, apenas mulheres que bebiam pouco ou eram abstêmias.
Sete anos depois, Niclasen voltou para ver as crianças, que se submeteram a um teste que avalia comportamento, emoções e relações interpessoais. E os resultados mais positivos, em média, foram obtidos por filhos de mães que bebiam um pouco. Por “pouco” entende-se uma garrafa de vinho durante um mês, no máximo.
Essa pesquisa, segundo a psicóloga, não é um convite ao alcoolismo na gravidez, e mães abstêmias saudáveis não têm nada a temer. O que explica esse resultado, segundo ela, é algo a ver com o perfil das mulheres participantes da pesquisa: consumidoras de uma tacinha ocasional costumam ter um estilo de vida mais saudável e aberto de maneira geral, o que pode ter contribuído na gestação e na formação das crianças. [Medical Xpress / The Copenhagen Post / Express]