Alerta na Indústria de Cannabis: Asma Fatal em Trabalhadora de Massachusetts

Por , em 18.11.2023

Um estudo recente trouxe à tona o caso trágico de uma funcionária em uma instalação de processamento de cannabis em Massachusetts, que desenvolveu asma enquanto trabalhava lá e, infelizmente, veio a falecer devido a um ataque asmático letal. Este incidente é reportado como sendo o primeiro de seu tipo no setor de cannabis, que está em rápida expansão.

Os especialistas acreditam que a grande quantidade de poeira rica em alérgenos nessas instalações pode representar um risco respiratório significativo para os funcionários.

Sobre os riscos da asma e sua relação com os trabalhadores, é vital destacar a possível associação com as ocupações na produção de cannabis, conforme ressaltado pela Dra. Virginia Weaver e sua equipe do Departamento de Trabalho dos Estados Unidos.

No estudo de caso apresentado por Weaver e seus colegas, relata-se a história de uma mulher de 27 anos que começou a trabalhar em um local de cultivo e processamento de cannabis em Massachusetts, no final de maio de 2021.

Sem histórico prévio de asma, a mulher começou a apresentar sintomas como coriza, tosse e dificuldades respiratórias dentro de três a quatro meses após iniciar o emprego, conforme relatado por sua mãe.

Inicialmente designada para uma seção onde a cannabis era moída, ela passou a trabalhar com flores de cannabis e a produzir cigarros de cannabis na área de “produção de flores” a partir de 1º de outubro. Apesar do uso de um aspirador de pó não HEPA para conter a poeira do moedor, observou-se que a poeira se dispersava visivelmente no ar.

Embora a mulher usasse máscara N95 e luvas, seus sintomas pioraram, levando à sua realocação para fora da área de moagem.

Em 9 de novembro, ela sofreu um episódio de asma tão grave que precisou de atendimento médico de emergência. Ela foi tratada e recebeu um nebulizador de albuterol, que, segundo relatos, foi usado mais de 200 vezes nos dois meses seguintes.

Em 4 de janeiro de 2022, a mulher, enfrentando um agravamento da falta de ar, teve um ataque de tosse e sérios problemas respiratórios no trabalho, levando a uma parada cardiorrespiratória. Ela faleceu três dias depois.

O estudo observa que este caso não é isolado na instalação de Massachusetts. Pesquisadores descobriram que, de 31 trabalhadores em uma instalação de produção de cannabis em ambiente fechado no estado de Washington, 13 apresentaram sintomas semelhantes aos da asma. Outro estudo no mesmo estado relatou sete casos de asma “exacerbada pelo trabalho” entre funcionários de instalações de cannabis, com três indivíduos deixando o emprego devido à gravidade dos sintomas. Um trabalhador até deixou a indústria por dois anos devido à asma, apenas para ter os sintomas reaparecendo ao retornar a uma planta de cannabis diferente.

Publicado em 17 de novembro no Relatório Semanal de Morbidade e Mortalidade pelo Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos, o relatório enfatiza que a ligação entre a asma induzida pelo trabalho da mulher e seu falecimento não foi inesperada, pois até formas leves de asma podem ser fatais.

Os pesquisadores aconselham que este incidente deve servir de alerta para os empregadores, destacando os vários riscos respiratórios no setor de cultivo e produção de cannabis. Eles enfatizam que doenças alérgicas ocupacionais, incluindo asma, estão se tornando uma preocupação significativa no setor de cannabis dos EUA, que está em expansão. [Medical Express]

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