Níveis altos do “bom” colesterol ligados à alto índice de mortalidade

Por , em 26.08.2017

Foi aceito por muitos anos que, quanto mais colesterol “bom” a pessoas tiverem em seu sangue, melhor. Mas o colesterol bom, também conhecido como HDL, pode não ser tão bom quanto pensamos.

Os resultados de um novo estudo da Universidade de Copenhague contradizem seriamente o pressuposto de que níveis elevados de HDL no sangue são apenas uma coisa boa. Os pesquisadores mostraram que as pessoas com níveis extremamente elevados de colesterol bom apresentam maior taxa de mortalidade do que as pessoas com níveis normais. Para homens com níveis extremamente elevados, a taxa de mortalidade foi 106% maior do que para o grupo normal. Os homens do grupo com níveis muito altos também apresentaram uma taxa de mortalidade maior de 36%. Para as mulheres com níveis extremamente elevados, a taxa de mortalidade foi 68% maior.

Estudo desbanca o mito do “bom” colesterol

“Esses resultados mudam radicalmente a maneira como entendemos o “bom” colesterol. Médicos como eu nos acostumamos a felicitar os pacientes que tinham um nível muito alto de HDL em seu sangue. Mas não devemos fazê-lo, pois esse estudo mostra um aumento dramático maior da taxa de mortalidade “, diz Børge Nordestgaard, professor do Departamento de Medicina Clínica e um dos autores do estudo.

Os pesquisadores analisaram dados de 116 mil indivíduos do Estudo do Coração da Cidade de Copenhague e do Estudo de População Geral de Copenhague, em combinação com dados de mortalidade do Sistema Dinamarquês de Registro Civil. Eles seguiram os sujeitos por uma média de 6 anos e basearam o estudo em pouco mais de 10.500 mortes.

A verdade sobre o colesterol

Os pesquisadores conseguiram calcular a taxa de mortalidade com base nessas mortes e nas informações médicas sobre os participantes. 0,4% dos homens e 0,3% das mulheres abrangidas pelo estudo apresentaram um nível extremamente alto de HDL no sangue e 1,9% dos homens tiveram um nível muito alto.

O estudo também encontrou mortalidade excessiva para pessoas com níveis extremamente baixos de HDL no sangue. As pessoas com níveis médios de HDL no sangue tiveram a menor mortalidade. Para os homens, esse nível foi de 1,9 mmol / L. Para as mulheres, era de 2,4 mmol / L.

Estudos anteriores dos EUA mostraram correlações semelhantes entre colesterol positivo e mortalidade excessiva entre grupos populacionais específicos, mas esta é a primeira vez que a mortalidade excessiva foi demonstrada na população em geral. O professor Børge Nordestgaard, que também trabalha como consultor médico no Departamento de Bioquímica Clínica do Hospital Herlev e Gentofte, espera que os resultados possam mudar nossa percepção sobre o HDL.

“Parece que precisamos remover o foco do HDL como um importante indicador de saúde na pesquisa, nos hospitais e na clínica geral. Eles são as menores lipoproteínas do sangue, e talvez devêssemos examinar algumas das maiores em vez disso. Por exemplo, observar os níveis sanguíneos de triglicerídeos e LDL, o colesterol “ruim”, provavelmente seja um indicador de saúde melhor”, observa.

Colesterol bom faz mal para você?

Porém, o novo estudo examina apenas a correlação estatística entre a mortalidade e os níveis de HDL. Portanto, não é possível explicar por que as pessoas com níveis de HDL extremamente altos ou baixos têm maior mortalidade. [Science Daily]

17 comentários

  • Carlos Filho:

    A última do colesterol que ouvi: ele não é o vilão, e sim o silício presente no sal de cozinha, ele agride as artérias e o colesterol repara

    • Cesar Grossmann:

      O sal de cozinha é Sódio e Cloro (NaCl), silício você encontra na areia. É o caso de não temperar a comida com areia que não tem então problema de colesterol? Esta do silício é furada…

  • Carlos Filho:

    Engenheiro químico e infartado faz 4 anos, e quer saber? A medicina tem muito, mas muito mais perguntas do que respostas sobre o coração.

    • Cesar Grossmann:

      Ter perguntas é bom, significa que estão estudando o coração. Quem não tem perguntas é por que não sabe nada.

  • Paulo Felix:

    Pois é…
    É como diz a velha canção…
    Será que tudo que eu gosto é ilegal, é imoral ou engorda.

  • Paulo Felix:

    A nutricionista levava na esportiva, mas dava pra ver que ela não gostava de ouvir aquelas sugestões de mudanças no cardápio.

    • Cesar Grossmann:

      Por que o porco inventou de ter carne e gordura tão saborosa?

  • Paulo Felix:

    Trabalhei numa empresa que tinha refeitório e nutricionista. Ainda assim, algumas pessoas pediam para incluir no cardápio coisas como bacon!

  • Paulo Felix:

    Sim, mas as pessoas seguem a “dieta das estrelas”, “dieta de Beverly Hills”, “dieta da Lua…”. mas não costumam se consultar com nutrólogos

    • Cesar Grossmann:

      São modismos. Infelizmente tem gente que leva modismos à sério.

  • Paulo Felix:

    Ovos fazem mal.
    Ovos fazem bem.
    Café faz mal.
    Café faz bem.
    Bom colesterol é bom.
    Bom colesterol é bom, mas não tão bom assim.

    • Cesar Grossmann:

      Para você ver como é complicada esta área da ciência.

    • Paulo Felix:

      E o pior é que muitas pessoas mudam seus hábitos alimentares com base nessas informações. É muito perigoso.

    • Cesar Grossmann:

      O correto é seguir as instruções de um nutrólogo.

    • Cesar Grossmann:

      Mas tem um detalhe, o artigo não fala do consumo normal, mas de “níveis altos” do “bom colesterol”. O que é demais…

    • João Bosco Costa:

      Evitar os extremos é o melhor a fazer. A não ser em casos singulares, qualquer alimento é saudável.

    • Cesar Grossmann:

      Geralmente funciona, João, mas eu não colocaria a mão no fogo. Vai que a pessoa tem sensibilidade…

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